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Capitão América por Dan Jurgens

Goste ou não, você não pode negar que Dan Jurgens foi um escritor e artista extremamente importante para as HQs na década de 1990. Ele foi o homem responsável por matar, ressuscitar, casar, e transformar o Superman e também por Zero Hora, uma tentativa, um tanto frustrada, de reorganizar as pontas soltas do universo DC na metade dos anos 1990. Pois bem, após trabalhar com o ícone de uma das maiores editoras o que lhe resta? O ícone da outra maior editora! Dan Jurgens assume o título Captain America (a revista do Capitão América) na edição 25 do segundo volume (a numeração foi zerada após o evento Heróis Renascem), com data de janeiro de 2000, após a longa e elogiadíssima fase de Mark Waid e Ron Garney e ficou até o número 50.


Jurgens, inicialmente, cuidaria somente do roteiro, deixando a arte a cargo de Andy Kubert, famoso na época por desenhar os X-Men. Dan Jurgens procurou manter-se ao tradicional, aquilo que os leitores esperavam das histórias do Capitão: a luta contra nazistas, espionagem, um homem fora de seu tempo, etc. O que não tornou o título ruim, apenas bastante conservador, sem muita ousadia. Foi durante o período de Jurgens à frente do título que surgiu o vilão Protocida, que foi explorado tendo ligações com o passado do herói.

Um fato curioso é que na época Jurgens também estava trabalhando em
Thor, onde ele devolveu ao Deus do Trovão uma identidade civil e um novo romance, fatos que ele repetiu em Capitão América.


Desta vez, Steve Rogers está namorando uma garota civil chamada Connie Ferrari e não Sharon Carter, com quem ele nutre um relacionamento de idas e vindas de longa data. O que até certo ponto faz sentido, pois ambos sempre estiveram diretamente ligados à S.H.I.E.L.D. (nesta fase Sharon é a diretora da organização) e pertenceram ao mesmo círculo de ‘amizades’. Sharon é uma pessoa perfeita para um relacionamento com Steve Rogers, pois ela é uma pessoa capaz de se defender sem a ajuda do herói caso algum inimigo resolva atacá-la para conseguir chegar ao Capitão.

Andy Kubert faz um ótimo trabalho, e uma boa parcela deste sucesso se deve aos ótimos arte-finalistas com quem trabalhou, dentre eles seu próprio pai, Joe Kubert. Antes de Jurgens também assumir os desenhos, Brent Anderson e Jerry Ordway também trabalharam no título, não comprometendo a qualidade da arte na série. Anderson trabalhou na edição 29, a primeira de uma aventura passada na Terra Selvagem, onde o Capitão América enfrenta dinossauros humanoides. E Ordway desenhou uma bela história, na edição 32 onde um veterano da segunda guerra está em seu leito de morte.


Ironicamente, a arte mais fraca é a do próprio Jurgens, que assume a partir da edição 33. Suas narrativas são ótimas, mas sua arte parece ‘sem sal’, nem mesmo a arte-final de Art Thibert (reconhecidamente como um dos melhores da era moderna), consegue dar mais vivacidade aos seus traços.

Aqui no Brasil somente foi publicado pela Panini as edições até o #34, justamente quando o trabalho de Jurgens estava decolando. No geral a série não é ruim, mas também não pode ser considerada como leitura obrigatória, porém se você tiver a oportunidade de comprar os encadernados originais por um bom preço (foram lançados três volumes englobando toda a fase de Dan Jurgens no título) compre-os e garanta uns bons momentos de leitura agradável e descompromissada.

Fonte: HQG


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2 Comentários

  1. o desenho com as Larvas do vulcão Chileno caindo no escudo do Capitão é engraçado..mas os desenhos "Bão"mesmo é a a capa que aparece o Bucky com o Capitão! e o Capitão com os Soldados Rasgados é boa também!! Marcos Punch.

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    1. Eu também gostei da última capa. Essa é uma fase que eu não cheguei a pegar, mas fiquei curioso depois que li essa matéria.

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