Esta
é a trajetória do retorno de Bruce Wayne de volta ao manto do Batman, após os
eventos cataclísmicos da CRISE FINAL.
O Santuário investigou os
acontecimentos e ordenou cronologicamente o quebra-cabeças maluco do Grant
Morrison. Esse é retorno do Batman original. E tudo começou… assim…
Na planta da construção da mansão
existe uma sala secreta escondida sob um macabro jardim cuja sombra se
projetaria ao longo do tempo e além dos mortos. A mansão existe há mais de
duzentos anos, e o sistema de cavernas é usado desde a idade da pedra. O
ambiente perfeito para se deixar uma mensagem através das gerações. O terreno
da mansão foi construído sobre um labirinto de cavernas associados a tesouros
enterrados e personagens como Jeremy Coe – o Pirata Negro, seitas satânicas e o
antigo povo morcego.
No interior da mansão existe um
corredor com uma galeria de quadros com as pinturas da linhagem Wayne, mas há
um espaço vazio entre eles. O quadro que foi retirado, pertencia ao Thomas
Wayne de 1760, a ovelha negra da família. Ele liderava uma seita de adoradores
do demônio Barbatos, o antigo demônio morcego da tribo dos Miagani. Esse Thomas
fez um pacto profano, que lhe concedeu vida eterna, e nos dias de hoje atende
pelo nome de Simon Hurt. E a seita de adoradores do demônio Barbatos agora é
conhecida como a Luva Negra.
Dentro da mansão, algumas pistas
passaram despercebidas por muitos anos, simplesmente porque ainda não era o
momento de serem percebidas. A constelação de Órion no quadro de Darius Wayne,
e o olhar fixo da pintura de Joshua Wayne para a biblioteca. Joshua aparece
nesse retrato carregando um livro que se observado de perto, tem o símbolo de
um morcego estampado na capa. Na biblioteca, é possível encontrar uma lareira
com as três estrelas do cinturão de Órion, em ordem de magnitude. Através da
lareira, há uma passagem para uma “Batcaverna secreta”. Em seu interior, há um
altar ritualístico. Morcegos pintados em toda a parte, a palavra “Thomas”
repetida várias vezes pelas paredes e no centro e em destaque a palavra
“Barbatos”. Existe também uma horrenda escultura de um homem morcego de ponta
cabeça, numa ala que ficou totalmente preservada apesar do terremoto que
ocorreu em Gotham. No
centro da sala, existe uma caixa com um entalhe de morcego. E no fim da
sala… está o traje que Batman usava quando foi atingido por Darkseid. Sempre
esteve lá. Aguardando o momento certo de ser encontrado…
A última anotação do arquivo de casos inexplicáveis:
“Em minhas tentativas para ver claramente na escuridão mais
profunda, em meus esforços para chegar até o olho da
tempestade da loucura,
terei me aberto para alguma fonte
do mal absoluto? Eu finalmente alcancei os limites da
razão? E encontrei o demônio esperando? E aquilo eram lágrimas em
seus olhos”?
Tempos
atrás, Bruce Wayne se submeteu a ancestral técnica do Thorgal, onde o
iniciado, em termos leigos, aprende o que os mortos sabem. O indivíduo é levado
de volta ao seu centro negro e radiante. O Thorgal é uma prévia da morte.
Uma oportunidade de extinguir todos os traços de medo e dúvida da mente.
O Batman pensa em tudo. Ele quis se
certificar de que havia experimentado cada eventualidade. Não por acaso, há
alguns anos ele aceitou ser voluntário como cobaia em um experimento de total
isolamento e privação de sentidos, simulando os efeitos da solidão em voos
espaciais. O médico responsável se comprometeu a manter a identidade dele
estritamente em
segredo. Doutor Simon Hurt.
O Dr. Hurt tinha planos e motivos
que até então Bruce nem sonhava. Ele organizou uma onda de eventos que levaram
Batman ao seu limite físico e mental. Ele desconstruiu a mente de Bruce,
enquanto ao mesmo tempo, o Coringa desconstruía os planos do Dr. Hurt, a quem
via como um adversário. O Coringa agiu de forma aleatória, guiado por uma
extrema Apofenia.
“Apofenia” é
um termo proposto em 1959 por Klaus Conrad para o fenômeno cognitivo de
percepção de padrões ou conexões em dados aleatórios. É um importante fator na
criação de crenças supersticiosas, da crença no paranormal e em ilusão de
ótica. Inicialmente descrita como sintoma de psicose, a apofenia ocorre no
entanto em indivíduos perfeitamente saudáveis mentalmente. Do ponto de vista da
estatística é um Erro de tipo I, ou seja, tirar conclusões de dados
inconclusivos. Em que um exame pode levar a um resultado falso positivo.
Psicologicamente é um exemplo de viés cognitivo. Ocorrências de apofenia
frequentemente são investidas de significado religioso e/ou paranormal
ocasionalmente ganhando atenção da mídia, como a impressão de ver Jesus em uma
torrada. No teste projetivo de manchas Rorschach a apofenia é estimulada com o objetivo
de identificar padrões significativos na vida do indivíduo que ele projeta
sobre a mancha.
No caso do Coringa, é uma aguda
psicose. E tudo envolve morcegos.
Levado ao limite máximo de suas
forças, vitima de várias drogas e toxinas alucinógenas e diversos transtornos
de várias naturezas, Batman adquiriu uma nova identidade que o protegesse do
colapso mental. Surgiu assim o Batman de ZUR EM ARRH, uma “persona de segurança”,
elaborada por ele através da experiência com o Thorgal e ativada pela palavra
gatilho criada pelo próprio Dr. Hurt durante a experiência de isolamento.
“O Zorro no Arkham”
Vagando pelas ruas, traído pela
Jezebel Jet, a super modelo por quem se apaixonou e que na verdade estava
mancomunada com Hurt. Atravessando uma onda de crimes. Mentalmente
desequilibrado. Tudo parte do plano diabólico de Hurt e sua organização, a Luva
Negra. Exaustão da mente. Perda de personalidade. Difamação de entes queridos.
Segredos do passado. Mudanças na estrutura do tempo. Entropia. Paradoxo.
Enterrado vivo.
Descanse em paz.
Anos de treinamento. Autocontrole.
Desaceleração da respiração e metabolismo. Experiência de privação dos
sentidos. Thorgal.
Ele saiu da cova renovado. E
furioso.
Caçando Hurt até o Inferno se
preciso, o inimigo, a peça que nunca se encaixa desde o começo. O buraco nas
coisas. Nas palavras dele: “Eu amaldiçoo a capa e o capuz, como você fará em
breve! A próxima vez que você os vestir será a última”!
Perseguição. Helicóptero fora de
controle. Queda no mar. Explosão.
Não descanse.
Bruce sobrevive a queda do
helicóptero, mas não encontra Hurt.
Começa a Crise final.
Intervalo de tempo entre “Descanse
em Paz” e “Sanção Ômega”: 30 dias.
Batman
saiu para investigar um deicídio – a morte de um deus. Órion, filho de Darkseid
foi atingido em cheio por uma bala de rádion, a única substância capaz de matar
os novos deuses de Nova Genesis e Apokolips. Ele recolheu a bala para análise,
mas foi atacado e subjugado pela Lanterna Alfa Kraken, que no momento servia de
avatar para a Vovó Bondade, dona do orfanato de treinamento e tortura de
Apokolips. Ele é aprisionado e levado para a Fábrica do Mal, onde é colocado em
uma máquina que o conecta a uma criatura chamada deTumor, um parasita telepático, que infiltra-se em sua
mente roubando lembranças e material biológico. A máquina controlada
pelos cientistas de Apokolips, Sr. Simyam e
o Dr. Mokkari gera
diversos clones de Bruce Wayne e começa a produzi-los em massa, mas Bruce
resiste, gerando uma retroalimentação de energia emocional crua, fazendo os
clones arrancarem os próprios olhos, dentro de seus tubos de produção.
“Que tipo de homem pode transformar suas lembranças de vida em uma
arma”?
Batman consegue
escapar e recolhe seu cinto com a bala de rádion. Ele vai ao encontro de um
enfraquecido Darkseid, ainda debilitado após vencer a guerra contra Nova
Genesis, e habitando o corpo do humano Dan Turpin, já transmutado para sua aparência tétrica.
Não existem meias palavras. Batman
dispara a bala de rádion no deus do mal, ao mesmo tempo em que ele lhe atinge
com a sanção ômega. Sinos são ouvidos.
“Acertei”.
Ao ser atingido pela Sanção ômega,
Batman foi arremessado ao passado, e seu corpo foi sobrecarregado com a energia
ômega. Suas memórias foram embaralhadas. Restaram apenas algumas pistas e
vestígios de quem ele era e será.
O Robin Vermelho nunca deixou de
procurar seu mentor. O clone de Bruce estava na base do Comando D, que era
usada como uma Fábrica do Mal durante a Crise. Esse clone foi encontrado pelo
Superman que acreditou se tratar do verdadeiro Bruce.
A Sanção
ômega é por definição uma maldição pior do que a morte. Ela arremessa sua
vítima ao passado, obrigando-a a viver diversas vidas de dor e sofrimento,
sempre morrendo e renascendo em outra época para sofrer uma vez mais. Uma
armadilha infinita que nesse caso, teve um agravante: Darkseid usou a “Caixa Ancestral”, de onde libertou uma criatura
horrenda, repleta de tentáculos. Um “Hiperadaptador”,
programado para ligar-se à sua vitima e aprender tudo sobre ela, criando a
armadilha perfeita através do tempo, sobrecarregando-a ainda com radiação
ômega, a qual se acumula cada vez mais a cada nova vida amaldiçoada.
Batman é lançado na pré-história, onde se depara com Anthro, “o
primeiro menino da Terra”, já idoso e com a marca de Metron pintada em seu
rosto, o que lhe confere proteção contra a antivida e que foi útil a Kamandi,
“o último menino da Terra”, que voltou no tempo e pegou com ele essa vantagem
para enfrentar a antivida no futuro distante (que não se sabe de qual linha
temporal se refere). Bruce está confuso e com suas memórias falhando. Ele
encontra uma sonda espacial, com alguns objetos que se deterioram ao menor
toque. Mas alguns equipamentos ainda funcionam. Ele grava uma mensagem com suas
conclusões para Superman: “Eu sei que você procurará por mim quando tudo isso acabar. Você
pode ouvir moléculas se unindo. Sei que ouvirá isso de alguma forma...”. A sonda espacial se torna então, possivelmente
a primeira e mais longínqua cápsula do tempo feita pelo homem. Mas de onde veio
essa sonda? Continue lendo…
Bruce
faz contato com a tribo humana mais próxima. Ele lidera os guerreiros contra
uma tribo inimiga, e acaba se tornando o “Homem dos Morcegos”. Nascem assim os
Miaganis – O Povo do Morcego – descendentes diretos de Anthro. Mas o
Hiperadaptador continua em seu encalço, e o arrasta para a era seguinte, algo
próximo da idade média, onde conhece a “bruxa” Annie, conhecedora dos rituais
dos Miagani, ela o leva até a caverna do povo oculto, e ele já com a memória
bem variada, assume a identidade de Mordecai.
Enquanto cuidava de seus ferimentos, Annie jurou que amaria Mordecai até o fim
dos tempos. Mas quando foi presa e sentenciada a morte por Nathaniel Wayne,
amaldiçoou a ele e a toda a sua família. Até o fim dos tempos.
Bruce é
arremessado para águas conturbadas, onde é encontrado pelo pirata Barba Negra –
que possivelmente é Vandal Savage, já que esse foi um dos nomes que ele
usou durante sua extensa vida – . Ele acreditava que Bruce fosse o
lendário Pirata Negro que o levaria ao tesouro escondido do Povo Morcego, mas
tudo que eles encontraram foi o manto que ele usava no momento do combate com
Darkseid, emanando pura radiação ômega.
A interferência do Hiperadaptador
produz retroativamente todas as coincidências e conexões que constituíram a
vida do Batman, daquele momento até o dia da morte de seu pai e sua mãe, e
retrocedendo mais, tocando praticamente todos os seus ancestrais.
Toda a linhagem de Bruce foi
marcada, enquanto ele pontuava seu caminho de volta deixando pistas através das
gerações. Mas não com migalhas de pão, e sim com um símbolo. Tudo tocado por
ele virou um mito. Um símbolo de morcego, pintado nas paredes das cavernas
pré-históricas e viajando nas páginas de um diário e uma caixa de conteúdo
secreto que seriam guardados e protegidos por sua linhagem. Palavras secretas,
quartos ocultos e mistérios de família. Foram encontrados símbolos-morcego
feitos por homens das cavernas na faixa de terra que liga a Sibéria à Europa, e
também em jardins do século 19, pistas que levaram a relíquia, o manto do Batman,
impregnado de radiação ômega, acumulando-se através dos milênios até chegar ao
século XXI como uma bomba do juízo final, conforme planejou Darkseid.
O TEMPO É A SANÇÃO ÔMEGA
Superman, Lanterna Verde Hal Jornal,
Rip Hunter, Gladiador Dourado e Skeets encontram a mensagem de Bruce e partem
em busca dele pelo tempo, rastreando a radiação ômega.
“Uma agulha num palheiro cósmico”.
Bruce ressurge como um detetive
particular numa Gotham Noir, onde investiga o assassinato de… Thomas e Martha
Wayne! A Mãe de Martha, Betsy Kane, acredita que ela foi assassinada pelo
marido e que tudo não passou de uma farsa. Segundo Betsy, Thomas teria mandado
matar a esposa e simulado a própria morte, cuidando para que seu jovem filho,
testemunha ocular do crime, fosse enviado para um colégio interno. Betsy faz
parte de um ramo da família que remete aos “Kane”, da qual fazem parte Kathy
Kane, atual Batwoman e sua prima Bette Kane, a Labareda. (Ou “Águia
Flamejante”, dependendo da tradução). Bruce descobre a fraude da
“cerimônia do morcego”, onde foram usadas imagens de Hurt disfarçado como
Thomas Wayne e uma atriz se fazendo passar por Martha realizando rituais
profanos, a fim de destruir a reputação deles. Hurt também providencia provas
documentais contra os Wayne e o mordomo, além de fotos e cartas falsas. Segundo
o enlouquecido Hurt, destruir a reputação é destruir a alma. E tudo faz parte
do ritual para alimentar Barbatos. Bruce é aprisionado e colocado como alvo do
sacrifício, onde é ateado fogo em seu corpo. Um dos seguidores de Hurt, Carter,
rejeita o ritual e entrega a caixa a Bruce, que se liberta das cordas mas é
engolfado pelas chamas. Vê-se a sombra de um morcego gigante que eles acreditam
ser Barbatos e Bruce é arremessado para outra vida.
Batman
surge no Ponto de Fuga, e seu corpo já apresenta limites extremamente perigosos
de radiação ômega. Os robôs o recolhem e o preparam para ser infundido à
configuração biorgânica a fim de preservar sua integridade. Eles o vestem com o
traje de arquivista. Uma sonda é enviada para a pré-história
acidentalmente. Essa sonda é o dispositivo Nichols,
criado no ponto de fuga e que havia desaparecido em sua viagem inaugural. O
sonda tem toda a informação da estação, registro completo da linha cronológica
do universo zero. Nesse momento é detectada uma infestação de hiperfauna,
classificada como “Máquina Caçadora Assassina Apokoliptika do tipo ‘Maldição’”,
que nada mais é do que o Hiperadaptador liberado da Caixa Ancestral por
Darkseid para seguir Bruce através dos tempos.
Os “robôs-cactus” conseguem conter o
Hiperadaptador mas não por muito tempo, e o tempo do Ponto de Fuga está no fim,
caminhando irremediavelmente rumo à entropia. No Ponto de Fuga tudo
acontece em sua condição limite, pela última e mais significativa vez.
Bruce pede que sua memória seja
apagada para que não seja acessada pelo Hiperadaptador quando ele se libertar,
e que seja mandado de volta a sua época, o que eles fazem ao evoluir o que
restou do dispositivo Nichols, que por sinal é a tal sonda que foi enviada à
pré-história e encontrada por Bruce.
Logo após a partida de Batman, Rip
Hunter e a equipe de resgate chegam ao Ponto de Fuga e observam os monitores
que mostram o momento exato do ataque de Darkseid a Bruce. Hunter explica que
não podem impedir aquilo que deve acontecer, mantendo a sua rígida postura de
não alterar o tempo. Além disso, a carga ômega teria deixado os momentos
vivenciados pelo Batman através dos tempos impenetráveis para qualquer viajante
do tempo, motivo pelo qual eles nunca conseguiram encontra-lo em sua busca.
Bruce volta ao seu período correto, chegando ao QG da Liga da
Justiça usando o traje robô arquivista, sem memória, repleto de radiação ômega
e com o Hiperadaptador na bagagem. Ele derruba sozinho toda a Liga, mas hesita
ao ouvir Tim Drake. Ele diz ao seu pai adotivo que Darkseid planejou tudo para
que culminasse nesse momento, quando Bruce se libertaria da Sanção Ômega,
tornando-se uma arma definitiva que abriria um buraco pelo tempo que o
engolfaria e o levaria ao completo colapso.
Bruce pede que a Mulher Maravilha o
prenda em seu laço, que o compele a dizer somente a verdade. Ele então se
lembra de quem é… se lembra de tudo e diz que planejou tudo isso para que
pudesse salvar a todos, trazendo o Hiperadaptador ao período dos super heróis,
onde seria apenas mais um monstro a ser derrotado. Para isso, foi preciso
apagar sua memória para que a máquina não tivesse sobre o que funcionar. Ele
enganou o dispositivo mais avançado de Darkseid. Porém, ao recuperar suas
lembranças, é imediatamente possuído pelo Hiperadaptador, liberando quantidades
absurdas da radiação ômega acumulada. O próprio tempo se contorce e começa a se
desfazer. É a vingança de Darkseid em ação.
Superman e a equipe de resgate
surgem nesse exato momento de sua incursão no tempo, mas o aparelho de Darkseid
avisa que somente a morte do hospedeiro pode detê-lo. O próprio Bruce arranca o
traje infestado de seu corpo e ordena que o mesmo seja colocado na esfera
cronal de Rip Hunter, onde numa última tentativa de sobrevivência, a máquina
usa deu dom de adaptação e se transforma num morcego gigante. A esfera é
acionada e ricocheteia pelo tempo, fazendo aparições relâmpago por toda a
trajetória do Batman, desde a pré-história em diante. Assim , o
Hiperadaptador surge em determinados momentos chave, sempre com a aparência de
um morcego gigante. Ele é batizado de “Barbatos” pelos Miagani, e torna-se alvo
da adoração da seita que viria a se chamar Luva Negra.
Eu não me surpreenderia se essa
aparição fosse justamente o morcego que Bruce viu certa vez entrando pela sua
janela, e que o inspirou a criar sua identidade!
Por fim, a esfera cronal cumpre a
sua programação, arremessando a arma final de Darkseid direto para o fim dos
tempos.
O tempo, no entanto, continua se
desfazendo, pois Bruce ainda está impregnado de radiação ômega. Só o fato dele
respirar ameaça tudo que existe. Delirando, ele diz que Darkseid está tentando
reencarnar no Doutor Hurt…
Os novos deuses são ideias
conscientes. Usam armas conceituais, equações antivida e metáforas assassinas. A
única solução para evitar a crise final do tempo é matando o Batman.
Depois de dois minutos clinicamente
morto, a radiação ômega começa a deixar o corpo de Bruce e se dispersar, mas
eles têm pouco tempo para reanimá-lo antes que o processo seja irreversível,
coisa que não conseguem fazer mesmo com todo o empenho e os recursos
disponíveis. Então, Tim Drake diz saber como trazê-lo de volta. Ele diz que
Gotham está com problemas e precisa do seu guardião.
Como um milagre, o coração de Bruce
voltou a pulsar, e seu espírito foi restaurado. Os sinos ainda estavam tocando.
Batman estava de volta.
E o Dr. Hurt também. Ele invade a
Mansão Wayne em busca da caixa com os segredos de Barbatos. A caixa dos
mistérios, o sinal da eternidade… o tesouro secreto dos Miagani. Ele consegue
roubá-la, mas não pode abri-la sem danificar seu conteúdo. Ao encurralar Batman
(Dick Grayson) e Robin, Hurt se prepara para novamente realizar o ritual de
invocação a Barbatos, mas um assovio é ouvido, e a caixa é aberta, para espanto
de Hurt. Barbatos não aparece, mas sim o verdadeiro Bruce Wayne, que veio
ajustar as contas com ele.
A caixa só podia ser aberta com um
comando de voz específico, um assovio – a linguagem morcego perdida dos
Miagani. Dentro dela, havia um dispositivo em forma de morcego e um bilhete que
dizia “Gotcha” – em algumas edições traduzidas pela Panini como “acertei” e em
outras como “te peguei”. Mas o que importa é que foi a última palavra dita por
Batman ao atingir Darkseid. A confirmação da sua vitória sobre o mal. “Gotcha”.
Batman e Robin partem numa missão de
salvamento à Gotham, ameaçada pelo Professor Porko, e Bruce fica encarregado de
Hurt, mas ele havia feito Alfred de refén numa armadilha mortal, e Bruce opta
por salvar seu amigo e o deixa escapar…
…mas Hurt dá de cara com o Coringa,
nada feliz com toda a repercussão das coisas até o momento. O Dr. Hurt acaba
sendo enterrado vivo pelo palhaço do crime que gargalha satisfeito em sua
cova. Apofenia.
Com a volta de Bruce, uma nova era
se inicia, e ele anuncia publicamente que é o financiador do homem morcego…tem
início a Corporação Batman…
… Mas isso é outra história.
Fonte: O Santuário
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