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Planeta Resenha Marvel: Novos X-Men – E de Extinção

Antes mesmo do epílogo, Logan e Scott são mostrados combatendo sentinelas, as unidades móveis robóticas responsáveis por tentar extinguir a sua espécie, para logo depois mostrar uma viagem no tempo com Donald Trask III (neto de Bolivar Trask) e Nova: duas pessoas com posições distintas na batalha entre Homo Sapiens e Homo Superior – nos quadrinhos, é mostrada uma simulação à la Holodeck de Star Trek New Generation, contendo a extinção do Homo Sapiens Neanderthal pelo Homo Sapiens Sapiens. Para Nova, isso era profético: aconteceria novamente.
background [Resenha] Novos X Men   E de Extinção
Hank McCoy tem um aspecto ainda mais bestial que o normal, fruto da louca cronologia e aventuras em X-Treme X-men, mas ainda assim chama atenção das “vadias”. O mutante azul tornou-se ainda mais inteligente e genial que antes. Este primeiro arco de história é encabeçado pelo autor escocês Grant Morrison, que voltaria à premiada dupla de Flex Mentallo (e diversos outros trabalhos) com Frank Quitely e seus traços autorais, anárquicos e que combinam perfeitamente com os espécimes de gene X.
Morrison tem preocupação até em explicar os uniformes antigos e as novas vestimentas, justificando que os trajes retrôs eram o símbolo do heroísmo, e que causariam nos humanos menos estranheza, no entanto estes tempos já passaram. O núcleo mostrado é uma equipe reduzida: Professor X, Ciclope, Wolverine, Fera, Jean Grey e Emma Frost. Xavier faz uso da Cerebra – uma versão aperfeiçoada da máquina mental que expande seus poderes, Cérebro – e recebe um aviso mental de que algo muito ruim se aproxima, algo catastrófico.
Os arroubos entre Wolverine e Ciclope são muito engraçados: “Sabe o que eu mais admiro em você, Summer? Sua calma demente diante do perigo!” – a fala mostra um óbvio desprezo do velho Logan pelo escoteiro monóculo, mas explicita também o fato do segundo ser uma figura de autoridade, mesmo para o arredio carcaju. Os combates em que se metem seguem a mesma tônica, com Ciclope fracassando nos embates físicos e Wolverine resmungando.
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A ideia de Nova é atacar a “nova raça dominante” enquanto ela está na adolescência evolutiva, fraca ainda para se defender com toda a força, e o ataque viria com novas versões de sentinelas, híbridos mais versáteis e com mais recursos tecnológicos. Para ela, os mutantes são malefícios: comparados a doenças horrendas como a varíola, devem ser igualmente exterminados. Seu plano consiste, em um primeiro momento, em devastar Genosha, república onde Magneto era o soberano. Lá um genocídio acontece e a população de quase 20 milhões de mutantes é dizimada sem piedade por jatos dos megassentinelas.
Com a “morte” de Magneto e a preocupação de Xavier com Nova, as posições distintas sobre a guerra mutantes x humanos ganham novos porta-vozes, com Jean defendendo o pacifismo, e Frost buscando o intervencionismo belicista anticonservador, pronta para o revide aos ataques ao lugar que chamava de lar. Cassandra Nova se revela um ser de espécie desconhecida, superior até aos mutantes, que sabe do defeito genético humano, estopim do apocalipse de sua raça, utilizando-se disso para tentar exterminar os seus adversários naturais – os portadores do gene X. Xavier a executa sem dó, não só pela morte dos 16 milhões, mas também por legítima defesa. No entanto, os motivos de Nova ter tantas semelhanças com o telepata cadeirante ficam em suspenso.
A DR entre Jean e Scott é interessante. Por mais que discussões de relações sejam enfadonhas no mundo real, o acréscimo do poder mental à fórmula causa uma abordagem interessante. Scott fala que da última vez que a mulher entrou em sua mente, ela eliminou algumas ilusões de sua psique, e que isto o deixou mais cínico e mais atormentado – no entanto, a conversa é subitamente interrompida pelo anúncio público de Charles assumindo ser o mentor dos X-Men em rede nacional: é um novo tempo, e é preciso de novas posturas.
E de Extinção resgata o cunho social muitas vezes esquecido da historiografia do grupo mutante, emula Deus ama, o homem mata e atualiza muito dos seus conceitos. É um exercício muito bem executado de criatividade de Morrison/Quitely e um dos melhores momentos dos X-Men nas últimas décadas.

Fonte: Vortex Cultural

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