Bem vindos à Nova Marvel, onde vários
títulos foram lançados e relançados com novas equipes criativas e com a
proposta de criar um ponto de partida para novos e antigos leitores, sem que a
cronologia dos personagens seja desconsiderada.
Neste primeiro arco, chamado "Pródigo",
encontramos David abrigado em uma espécie de retiro para
"neuronautas", que procuram uma aposentadoria digna depois de tanto
exorbitarem de suas capacidades mentais. Ele foi deixado lá por Xavier antes de
sua morte e está sob os cuidados de um guru que administra o local, chamado Merzah, e que o ajuda a
controlar o seu poder e empregá-lo em auxílio de outros.
Com a ajuda dele, David conseguiu
criar uma "prisão mental" que mantinha as suas personalidades
encarceradas e sob vigilância rigorosa mas, durante a tentativa de
"fuga" de uma delas, ele toma ciência da morte de seu pai e seus
poderem entram em surto e destroem totalmente o lugar que o abrigava. Quando
ele recupera o controle, consegue ver o seu guru à beira da morte, que o
encoraja a procurar os X-Men, mas ele rejeita a sugestão. A visão da morte do
pai alterou o seu cérebro de alguma maneira e agora ele se vê forçado a lidar
sozinho com isso ao mesmo tempo em que ocorre um motim entre suas múltiplas
personalidades em sua prisão virtual, que se reflete em um novo descontrole no
plano físico. Esses últimos eventos não passam despercebidos a Olhos Vendados, estudante da Academia Jean Grey para Estudos
Avançados, que alerta os X-Men e logo eles saem ao encalço de David.
Enquanto isso, David é forçado a
lidar ao mesmo tempo com uma de suas personalidades fugidias, de habilidades
telepáticas, que tenta subjugá-lo ao mesmo tempo que uma estranha entidade se
manifesta no plano físico e tenta manipulá-lo para os seus próprios fins. David
consegue se sobrepor a ambos, ao mesmo tempo que tem uma visão sobre duas
crianças, gêmeas, aprisionadas mentalmente no Japão. Ele decide partir ao
encontro delas e, com um de seus poderes sob controle, resolve fazer o mesmo
com os demais: "Um poder sob controle, só faltam algumas centenas mais
um...", decerto se referindo também à entidade que derrotou no plano
físico.
Achei esse recomeço de X-Men: Legado
bastante promissor, com um tom bem mais sombrio e violento do que o do volume
original. A premissa do escritor Simon Spurrier, com David tentando honrar o
legado de seu pai, ao mesmo tempo em que tenta controlar a si mesmo, parece bem
coerente com o título que a abriga e parece que virão histórias interessantes
por aí. Achei os desenhos de Tan Eng Huat apenas corretos, não chegam a
comprometer mas pessoalmente gostaria de ver um artista mais versátil
desenhando os planos "físicos" e "mentais" do enredo.
Gostei muito mais do desenhista das capas dessas duas primeiras edições, Michael Del Mundo, que
demonstram muito bem a instabilidade emocional de Legião.
Nesta edição da Panini, como no
original norte-americano, aparecem em várias páginas o ícone "AR",
de "realidade aumentada", que produziria um efeito de animação se
visualizadas pelo aplicativo "Marvel Ar", feito para
dispositivos da Apple. Tentei usar com o meu Iphone 5 e não aconteceu nada, mas
não posso afirmar com certeza se a culpa é minha ou da Panini. Na "Apple
Store" existem vários relatos de leitores brasileiros se queixando do
mesmo. Se alguém conseguir fazê-lo funcionar, por favor, comente aqui.
Por Carlos André
Fonte: Universo Marvel 616
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