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X-Men, por Claremont & Byrne Parte 15 – Um fim… Solitário, frio… E com um demônio dentro de casa

UNCANNY X-MEN n° 143 (Março de 1981)
História:
- “Demon” – Roteiro: Chris Claremont e John Byrne, Arte: John Byrne, Arte-final: Terry Austin 
X-Men Claremont Byrne 15 A
Publicações brasileiras que apresentaram estas histórias: 
 - Superaventuras Marvel n° 42 (publicada em Dezembro de 1985, pela Editora Abril) com o título “Demônio”.  Revista mensal que ainda trazia os Eternos, de Jack Kirby, uma história de futuro alternativo do Demolidor de 2013 (quem diria…) e uma história com o Mestre do Kung Fu, de Doug Moench e Gene Day. Como dito antes, apesar de ser a última história dos X-Men feita pela dupla, foi publicada antes de Dias de Um Futuro Esquecido, essa sim considerada a despedida de Claremont & Byrne.
- X-Men – Edição Histórica n° 3 (publicada em Maio de 2003, pela editora Mythos) com o título “Demônio”. A edição da Mythos, que mostrava toda a fase Claremont & Byrne, publicou a ordem correta, como essa sendo a última história da dupla. A edição, no entanto, fecharia com a história seguinte, desenhada por Brent Anderson, mostrando o paradeiro de Cíclope. 

Enredo e Observações: 
Tempos atrás, quando os novos X-Men foram reunidos, Tempestade enfrentou uma ameaça dimensional dentro do próprio terreno da Mansão de Xavier, em Westchester. Um antiquíssimo monumento servia de portal para que demônios invadissem nosso plano de existência. O monumento era capaz de atacar, criando pequenos demônios de fumaça e luz. Tempestade não podia tocá-los, mas eles eram capazes de levá-la para sua dimensão. Desesperada, a mutante utiliza seus poderes de controle climático e acaba por destruir o monumento. Na época, a sondagem de Xavier garantiu que, destruindo o portal, a ameaça dos demônios Nagarai estava contida. No entanto, ele havia se enganado.
Véspera de Natal. Kitty Pryde passa pelo ritual de… aprender a ativar o jato dos X-Men, o Pássaro Negro. De certa forma, ela se sente aliviada quando os X-Men saem para comemorar a noite de Natal fora da Mansão. Só assim, terá um pouco de sossego. Porém, quando todos saem ela percebe que ficou sozinha! Ela liga para seus pais… mas eles também não estão. Quando o telefone toca, ela tem esperanças de que seja sua mãe… porém, do outro lado, quem está ligando, para desejar um Feliz Natal, é Scott, que está na Flórida.
Para passar o tempo enquanto está sozinha, Kitty decide exercitar-se na sala de perigo. Ela se diverte com seu recém-descoberto poder de intangibilidade e controle da densidade de seu corpo quando o alarme contra intrusos da mansão a alerta. O painel mostra que há movimento no sótão onde Ororo cuida de suas plantas. De fato, lá chegando, ela encontra a claraboia aberta, por onde o frio noturno entra e parece ter acabado com as plantas. Mas sob aquele frio isso não seria suficiente para matar a plantas tão rapidamente. Quando ela nota uma estranha substância viscosa no chão já tarde para perceber o enorme demônio Nagarai que avança sobre ela.
X-Men Claremont Byrne 15 B
Utilizando instintivamente seu poder de intangibilidade, Kitty atravessa as paredes e escapa da criatura. Esta, por sua vez, usa de sua força e selvageria para atravessar as mesmas paredes com menos sutileza, caçando sua suculenta vítima. Tentando alcançar o telefone, Kitty é surpreendida pela criatura segundos antes de se desmaterializar. A ação foi tão rápida que ela foi levemente atingida, mas o suficiente para seu braço ficar dormente. Ou isso ou a criatura realmente é capaz de feri-la mesmo em seu estado etéreo.
Kitty segue até a sala de perigo, onde programa a sequência mais perigosa de exercícios. Apesar de a sala ter travas para que ninguém se fira gravemente durante o treinamento, ela acredita que isso possa deixar a criatura confusa. Porém, sem que ela previsse, o Nagarai não a segue pelo mesmo caminho. Ao invés de passar primeiro pela sala, a criatura já a cerca dentro da cabine de comando. Com isso, Kitty é obrigada a pular para dentro da sala de perigo, seguida pela criatura, que atravessa o vidro até então inquebrável e danifica os painéis de controle.
Dentro da sala de perigo, o demônio é atingido pelas armadilhas programadas, mas isso o enfurece mais ainda, fazendo com que destrua os circuitos com as travas de segurança. Kitty poderia até estar segura contra armadilhas mais diretas, já que é capaz de atravessá-las. Mas não conseguiria se livrar, caso comece a sessão com gases, ataques sonoros e luzes alucinógenas. Para piorar, paredes com campos de força exigem maior concentração na hora de atravessá-las.
O monstro destrói a sala de perigo sem sofrer nenhum dano. Kitty é obrigada a fugir em direção ao hangar subterrâneo através do monotrilho. A ideia é usar as turbinas do Pássaro Negro como uma espécie de lança chamas contra a criatura. Lá chegando, mesmo com o monotrilho destruído pela selvageria do demônio, Kitty se concentra para lembrar a sequência de ignição da nave. Quando o Nagarai está próximo o bastante… Kitty dispara contra ele e o mergulha em chamas e gases ardentes que mais parecem o coração incandescente de uma estrela. O Pássaro Negro destrói o hangar e ela só tem tempo de acionar a espuma que impede que o incêndio se alastre. Flutuando no ar (já que o chão está quente o bastante até mesmo para suas botas isolantes), Kitty chega próximo ao local onde o monstro caiu. Quando ela percebe o movimento dentro das chamas… só tem tempo de gritar.
X-Men Claremont Byrne 15 C
O rolls-royce do Professor Xavier retorna à mansão e os X-Men percebem que há uma aura maligna envolvendo a casa, que está às escuras. Estranham também o fato do local estar mais frio por dentro do que a própria noite lá fora. Entrando cautelosamente, encontram na sala de estar… Kitty, que acorda de um cochilo e está feliz por ver seus amigos de volta. E mais feliz ainda porque trouxeram seus pais para visitá-la.
Ororo percebe que o sótão onde cria suas plantas está destruído. Kitty lhe conta sobre o monstro… e de tudo que foi obrigada a destruir para derrotá-lo. No último instante, a criatura ainda avançou contra ela, quando estava exausta demais para se desmaterializar. O nagarai, no entanto, estava se decompondo a cada passo e sucumbiu antes de alcançá-la. E nesta véspera de Natal, Kitty passou por seu batismo de fogo, que testou suas habilidades, intelecto e coragem. 
Curiosidades:
* Lembram quando falamos da inspiração para a criação de Kitty ser uma jovem Sigourney Weaver? Pois esta história tem muitas semelhanças com o filme Aliens, o Oitavo Passageiro e não é por mero acaso. O clima solitário e claustrofóbico é o mesmo encontrado quando Ripley (interpretada por Weaver) encontra a criatura alienígena e, de certa forma, até mesmo o Nagarai tem lá suas semelhanças com o monstro do título.
* Noite de amor. Wolverine reapresenta Mariko, agora como sua namorada. Já Kitty, dá o primeiro beijo em Colossus. Beijo tímido e no rosto, mas o suficiente para deixar o mutante russo ruborizado.
* E chegamos ao final dessa viagem pelos X-Men de Claremont & Byrne. Uma fase que ficou marcada para muitos leitores da época e que moldou o que seria a mitologia dos X-Men nas décadas seguintes. Com essa pequena história fechada, a dupla se despedia em meio a um relacionamento profissional um tanto quanto conturbado no que diz respeito à discordância de ideias. Claremont ainda continuaria no título por um bom tempo, inclusive escrevendo outros títulos relacionados aos mutantes. Byrne iniciou seu trabalho com o Quarteto Fantástico, onde escreveu e desenhou boa parte das histórias, em uma clara homenagem a seu ídolo maior, Jack Kirby.
* Curiosamente, a história dessa edição demonstra certa harmonia entre os escritores, bem diferente das discordâncias criativas que enfrentavam na época. Há quem diga, inclusive, que esta era uma história engavetada, feita meses antes, quando a inimizade ainda não havia aflorado. É por isso que muitos a consideram uma história fora de uma linha lógica de cronologia (dentro do arco) e a publicam fora da ordem original (isso quando simplesmente não é ignorada).
Por Marcos Dark
Fonte: Dínamo


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