É
fato conhecido no Universo
Marvel que
sempre que aparece em cena um alien gigante, com uma cabeça enorme, e trajes
que lembram os dos antigos romanos, é porque algo muito importante para a
história do mundo está para acontecer, o que, na maioria das vezes, é algo ruim.
Original Sin,
de Jason Aaron e Mike Deodato,
começa relembrando rapidamente quem é o Vigia, e qual é o seu papel no universo
como uma entidade cósmica nascida antes do Big Bang – o que dura apenas quatro
páginas, até ele ser morto na quinta. Isto não é um grande spoiler, pois a Marvel vem
deixando bem claro desde o ano passado que esta seria a premissa da história.
Diferente da
maioria dos eventos anuais da editora, Original Sin começa com uma pegada menos
épica e explosiva, e constrói uma trama mais voltada para o suspense.
É basicamente uma história de detetive adaptada para o mundo dos
super-heróis. Isto já é evidenciado pela escolha de Mike Deodato para cuidar da arte. A maioria de suas
páginas apresentam desenhos fotorrealistas dos heróis da Marvel envoltos em
sombras – uma das marcas registradas do estilo de Deodato – que combinam muito
bem com uma trama noir e cheia de mistérios.
A saga marca a estreia
de Jason Aaron como mente criativa por trás de uma
saga envolvendo todo o Universo Marvel, e neste primeiro capítulo o escritor já
demonstra com segurança sua capacidade de encontrar a voz e expressar bem as
peculiaridades de cada personagem, e coordenar os diferentes núcleos e
subtramas nos quais ele divide um elenco que já começa bem amplo.
Um dos méritos deste
primeiro número é trazer de volta à ativa o Nick Fury original, que no último ano foi substituído por seu filho,
Nick Fury Jr., dentro da S.H.I.E.L.D. O modo como Aaron reintroduz o personagem
lembra muito aquelas conversas de restaurante típicas dos filmes de Quentin Tarantino, o que dentro da proposta de Original Sin funciona muito
bem, pois oferece ao leitor um bocado do background de cada participante do
bate-papo, e logo cria familiaridade entre eles e o leitor. Fury será um dos
principais responsáveis pela investigação do assassinato do Vigia.
O
segundo núcleo de investigadores, que começa independente da equipe reunida por
Fury, é encabeçado pelo Pantera Negra,
que aparece aqui recebendo informações privilegiadas de uma figura misteriosa.
Por enquanto é o ponto que mais desperta interesse, pelas duplas formadas a
partir das informações de locais a serem investigados que o Pantera recebe.
Original Sin #1 é uma ótima introdução para uma saga
que, acima dos mistérios que a moverão, e das revelações impactantes
provenientes dela – que serão abordadas mais detalhadamente nos tie-ins dentro
das séries mensais da maioria dos personagens da editora – promete testar novas
interações entre personagens de núcleos distintos do Universo Marvel, o que,
segundo o pouco visto aqui, parece que proporcionará grande parte da diversão,
pois Aaron escolheu figuras bem contrastantes com as quais brincar.
Por Rodrigo F. S.
Souza
Fonte: Nerd Geek
Feelings
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