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O Vilão – parte 1

O Doutor Destino, desde sua primeira aparição em Fantastic Four #5 de julho de 1962, é o maior antagonista do grupo Quarteto Fantástico. Com o tempo, tornou-se uma espécie de principal vilão de todo o Universo de super-heróis da Marvel Comics.
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Não era exatamente o mais poderoso, mas a sua vilanesca, quase nobre, presença mostrava um inimigo a se respeitar por todos os outros personagens. Dotado de uma inteligência que rivalizava com o líder do Quarteto, Reed Richards, Destino valia-se de invenções e estratégias friamente calculadas, sendo capaz de capturar, ludibriar e até mesmo derrotar oponentes com níveis de poder muito acima dos dele. O Príncipe Namor, por exemplo, mesmo em sua fase mais pacífica, consegue ser facilmente enganado pela lábia do vilão e ajudá-lo em seus planos.

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O visual de Destino, criado pelo desenhista Jack Kirby, mostrava a síntese da vilania. Andava coberto por um escuro capuz e seu rosto era escondido por uma sinistra máscara de ferro que lembrava os traços de uma caveira. Essa aparência em muito lembra a imagem gráfica da Morte (aquela… que carrega a foice…), dando a entender que o personagem não era menos que o símbolo do mal entre os personagens Marvel.
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Já na segunda aparição é adicionada uma longa capa ao seu uniforme (que, verdade seja dita, antes se parecia com um pijama…), dando um ar mais imponente de imperador.
Os motivos de sua inimizade paranoica pelo Quarteto Fantástico não ficam tão claros no início, já que o vilão se atém a objetivos menos megalomaníacos do que os meios pelos quais são executados. No entanto, uma pista dessa “cisma” particular é percebida pelo próprio Reed Richards, que reconhece a voz do vilão por trás da máscara. Trata-se de um conhecido seu dos tempos de faculdade, Victor Von Doom, que era tanto um gênio da ciência quanto um fanático por ocultismo.
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E foi justamente tentando unir ciência e oculto que Victor acabou por causar uma explosão que o deformou e fez com que fosse expulso do campus. A última notícia que se teve dele foi que se exilou nas montanhas do Tibete.
Mas o Doutor Destino em suas primeiras aparições era tão estereótipo de vilão que também pecava com os exageros clássicos do termo: adora declamar sobre seus planos e como irá executá-los e está mais interessado em humilhar o oponente do que propriamente conquistar alguma coisa.
Na primeira aventura, sem deixar claro os motivos de seu ataque, sequestra a Garota Invisível (na época, Sue Storm ainda não se chamava Mulher Invisível) e obriga o restante do Quarteto a viajar no tempo para roubar o tesouro do pirata Barba Negra. Apesar do método um tanto rocambolesco, sua intenção era capturar as joias do mago Merlin, que se encontravam em tal tesouro e lhe permitiria dominar o mundo. A pior das derrotas, no entanto, não era os heróis o vencerem em batalha. A humilhação maior era ser enganado, provando-se que o intelecto de Richards era maior.
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Esse intelecto ofendido chegava à beira da loucura quando Destino mostrava do que suas invenções tecnológicas eram capazes. Criando um artefato magnético, o vilão consegue arrancar todo o Edifício Baxter, base do Quarteto, e levá-lo (inteiro) ao espaço, onde tencionava jogá-lo no meio do Sol (simples assim). Diante de tão grandioso feito, agia como se fosse algo simples, para mostrar que desafio algum estava à altura de sua inteligência e, muito menos, de sua criatividade.
Mas, era justamente por pensar tão grandiosamente que seus planos falhavam, pois acabava não prevendo os detalhes e imprevistos. Por exemplo, fica tão concentrado em jogar o Edifício Baxter no Sol, que não imaginava que seu aliado, o Príncipe Namor, iria se rebelar e salvar o grupo (Namor, na verdade, tinha forte afeição pela Garota Invisível).
Mais espetacular do que seus planos e sua arrogância, era o talento que Destino tinha em se safar no final de cada aventura. Suas primeiras aparições davam para o leitor uma expectativa em descobrir como ele iria escapar ou mesmo como seria possível ressurgir em uma próxima aventura.
Apesar do vilão, que não possuía poderes próprios, ter ficado até mesmo preso em um cinturão de asteroides, em pleno espaço sideral, aguardava-se seu retorno apenas para saber de que forma engenhosa ele conseguiu escapar. E situações mortais nunca foram problemas para um vilão que, afinal, vestia a máscara metálica da morte.
Por Marcos Dark

Fonte: Impulso HQ

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