Quando os super-heróis da Marvel
Comics começaram a surgir, era notável o desenvolvimento de cada personagem no
decorrer das edições em que eram publicados. Características que hoje os tornam
marcantes eram experimentadas diante da aceitação do público leitor.
Com isso, acaba tornando a
personalidade do herói um tanto quanto forçada, dando a impressão que o
escritor está meio perdido. O Peter Parker aqui simplesmente deseja que as
coisas se tornem mais difíceis para, logo em seguida, desistir de tudo logo no
primeiro tapa que sofre do vilão. Mas o saldo final é uma bela história de
perseverança e Stan Lee parece ter encontrado o rumo desde então.
O
Homem-Aranha está ficando entediado de prender malfeitores comuns. Para alguém
com poderes sobre-humanos, isso parece ser uma tarefa muito fácil. Em
contrapartida, nos é mostrado um excêntrico físico, que ficou conhecido como
Doutor Octopus (apelido dado em tom jocoso pelos seus colegas de trabalho),
devido aos braços mecânicos que utiliza para manipular materiais radioativos.
Um incidente
faz com que esses mesmos braços se fundam ao corpo do físico. O choque parece
ter alterado até mesmo sua índole, ou talvez ele tenha se tornado malvado para
se vingar daqueles que o ridicularizavam (apesar de sua genialidade).
O Aranha chega ao hospital onde o
físico estava sendo tratado após o incidente radioativo e é atacado pelos
braços mecânicos do novo vilão. Nem mesmo sua agilidade é suficiente para
escapar dos tentáculos. Nesse primeiro encontro, o herói é simplesmente
arremessado longe. Humilhado, Peter decide deixar de ser o Homem-Aranha.
Quem dá um
novo impulso à carreira do herói é o Tocha Humana, que está dando uma palestra
onde Peter estuda, falando sobre suas aventuras junto ao Quarteto Fantástico e
da forma como o grupo enfrentava crises e derrotas. Com esse novo ânimo, o
Homem-Aranha volta a perseguir o Doutor Octopus e acaba derrotando-o dentro de
um Centro de Pesquisas, onde o vilão pretendia se apoderar do equipamento. O
Aranha agradece o Tocha Humana, e este fica confuso sobre o que foi que fez
afinal.
No quarto
número da mesma revista, publicada em setembro de 1963, é introduzido o vilão
Homem-Areia. Apesar da origem do vilão ser apresentada (uma assaltante que se
refugiou em um campo de testes nucleares, onde sofreu um incidente que tornou
seu corpo arenoso e moldável), ele aparece no Universo Marvel como se já fosse
um conhecidíssimo malfeitor. Tanto que até mesmo o herói se espanta ao
reconhecê-lo.
Uma forma peculiar de se apresentar
um personagem. E pela primeira vez acontece a situação que iria perseguir o
Homem Aranha por um bom tempo: sua máscara rasga e ele pena para costurar seu
uniforme, já que, pedir isso para outra pessoa, seria o mesmo que revelar sua
identidade.
A onda de
azar que persegue o Homem-Aranha parece não dar trégua. Agora, nem mesmo o mais
mequetrefe dos bandidos parece dar muita importância para sua presença. Para
piorar a situação, o herói dá de cara com o Homem-Areia. Suas habilidades
parecem inúteis, já que atingir esse vilão é o mesmo que socar um monte de
areia. Ou seja, força física não lhe causa o menor dano.
Mesmo assim, o destino parece não
dar trégua pra nosso herói. O Homem-Areia vai parar em um colégio, onde faz
professor e alunos de reféns. O colégio é o mesmo onde Peter estuda. O jovem
veste seu uniforme de Homem-Aranha e livra seus colegas do Areia. A luta dura
por um bom tempo, mas o Aranha não consegue muito além de apenas ganhar tempo
com alguns sopapos. Ele resolve a situação de modo simples, usando um aspirador
de pó contra o Homem-Areia e prendendo-o dentro de um saco de areia.
Mas, nessa
edição dedicada aos azares do Aranha, o editor J. Jonah Jameson continua sua
onda de difamação contra o herói, dividindo opiniões entre o povo de Nova
Iorque e até mesmo desanimando Peter de suas peripécias.
Por Marcos Dark
Fonte: Impulso HQ
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