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Planeta Resenha DC: Superman #36

Antes de falar sobre Superman #36 vamos nos dirigir à proverbial mastodonte prenha no meio da sala de jantar: A capa. Alguns veículos (que claramente não estão acompanhando as histórias atuais do Homem de Aço) noticiaram antes da publicação desta edição, o simples fato do personagem Ulisses estar usando o uniforme de Kal-El como algo fora do normal, como se isso significasse que nesta edição alguma mudança drástica do tipo que altera o status quo do protagonista aconteceria. Obviamente (para quem está lendo Superman mensalmente) isto não acontece em Superman #36. O arco atual tem seu próprio ritmo. Quando tais mudanças ocorrerem serão a partir da edição 37 ou 38 e serão gradativas e bem orquestradas, como é costume do roteirista Geoff Johns.

Superman_36

Revelar mais detalhes sobre a origem do novo personagem e sua relação com o Homem de Aço estragaria 90% da diversão que você, leitor, vai ter ao começar a ler a fase de Johns e John Romita Jr. na revista do Azulão (Que começou em Superman #32). E definitivamente não é nossa política estragar a sua diversão aqui. Capas de HQ desta natureza são publicadas a torto e a direito não só neste título, mas na mídia como um todo e qualquer fã de quadrinhos que se preze sabe que não deve julgar o livro pela capa e nem tirar conclusões precipitadas. Afinal a DC está nesse negócio pra vender gibi. E capas polêmicas vendem. Portanto fique sossegado… Por enquanto!

Voltando a esta edição especificamente, temos a quinta parte do arco “Homens do Amanhã” na qual finalmente as convicções e crenças de Ulisses e de Clark colidem. Geoff Johns reforça a ideia (já bem manjada, diga-se de passagem) de que o Homem de Aço acredita firmemente no potencial da humanidade e se enxerga como um símbolo de esperança, melhoria e mudança para o Planeta Terra. Infelizmente, Ulisses, que até agora se mostrou um valioso aliado do Superman, não compartilha desta visão e os dois entram em um conflito físico e ideológico.

Enquanto Lois Lane e Jimmy Olsen investigam os planos do misterioso oponente, o Azulão tenta convencer Ulisses de que ainda há esperança para o Planeta. É aquela velha premissa do Superman bonzinho tentando convencer todo mundo de que trabalhando e acreditando, um dia a humanidade pode se tornar uma raça menos escrota. O mérito do autor é introduzir um personagem novo e interessante na mitologia do Homem de Aço e dar a Ulisses motivações e argumentos plausíveis, além de poderes e força compatíveis com um dos personagens mais poderosos da DC Comics. Além de um passado misterioso, o antagonista é ambíguo, cheio de camadas emocionais e consegue ser tridimensional sem ser muito dramático e sem apelar para a megalomania típica de vilões de HQ de super-herói. Ulisses é um cara normal assim como Clark. A diferença é que sua visão de mundo é (aparentemente) oposta a do Superman.

Quando falamos da arte de John Romita Jr. temos que ressaltar sempre que ela não é unanimidade. Já foi falado isso antes, mas nem todos os leitores consideram seu estilo quadrático algo bonito de se ver. Dito isto o que se pode dizer sobre a arte desta edição é que se você gosta do traço do sujeito não há o que reclamar em Superman #36. Temos boas cenas de ação, assim como expressões dramáticas interessantes principalmente na cena na casa dos pais de Ulisses. A caracterização do elenco de apoio é boa e os quadros grandes mostrando o maquinário da quarta dimensão é grandioso como deve ser.

Por fim, Superman #36 é mais uma edição muito consistente da mensal do Homem de Aço. O arco iniciado por esta equipe criativa com a chegada de Ulisses a Terra é movimentado, bem escrito e intrigante e isso tudo sem usar nenhuma premissa mirabolante ou revolucionária. Geoff Johns mantém equilibrado o mix de ficção, drama e ação em escala global que é o que os fãs de Superman esperam, sem descaracterizar nenhum dos membros do clássico elenco. A arte de Romita Jr. também é satisfatória para quem curte seu estilo.  É muito bom ver que finalmente o título principal do personagem mais popular da DC Comics está em boas mãos após o desastroso início deste volume da publicação há 3 anos atrás.


Por Igor Tavares
Fonte: Proibido Ler

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