O último dia de 2014 foi também dia
de estreia na Marvel. Aproveitando a popularidade do seriado Agentes da
S.H.I.E.L.D. a editora lança a HQ simplesmente intitulada S.H.I.E.L.D. que
tem como objetivo principal arrendar o enorme público do programa de TV para os
quadrinhos.
A interação entre o elenco é
basicamente a mesma do seriado e, apesar de termos personagens “maiores que a
vida” permeando praticamente todas as páginas o roteirista mantém o foco da HQ
sempre nos Agentes da S.H.I.E.L.D. e a visão dos mesmos em relação ao grandioso
e surreal Universo Marvel são realmente o charme da leitura. O conceito
“super-heróis sob a ótica do homem comum” não tem nada de novo e já foi bem
explorado principalmente na série Marvels de Kurt Busiek e Alex Ross
além das inúmeras edições da série Linha de Frente protagonizadas
pelo repórter Ben Urich. No entanto Waid dá uma cara à fria S.H.I.E.L.D.
através de Coulson, May, Fitz, Simmons e da própria Maria Hill. O elenco tem
vida e suas reações são humanas e envolventes o suficiente para torná-los
protagonistas interessantes.
A arte de Carlos Pacheco é classuda,
limpa, fluída e extremamente caprichada. Levando em consideração a quantidade
de personagens aqui, o escopo da história e o volume de informações do roteiro
de Mark Waid, o desenhista faz um trabalho muito bom em S.H.I.E.L.D. #1. Nenhuma
página é comprometida por extravagâncias de enquadramento ou por splash
pages desnecessárias. O tom sóbrio da parte gráfica serve ao ótimo roteiro
e, apesar de não haver nenhuma página sensacional o acabamento em geral da
edição de estreia é impecável.
Nenhum personagem é descaracterizado
e todos podem ser facilmente identificados em meio aos caóticos campos de
batalha desta edição.
S.H.I.E.L.D.#1 é uma leitura
muito divertida tanto para quem curte o seriado quanto para quem não está muito
interessado no universo televisivo da Marvel. O roteiro é leve, fácil de
acompanhar e bem movimentado apesar de não ter nada de muito original. Os
protagonistas e sua interação com as “Maravilhas” da Marvel são o destaque e o
tom episódico da edição de estreia é um ótimo convite para quem tem preguiça de
ler por causa do fator “bonde andando”.
A arte de Carlos Pacheco é muito
caprichada e deixa a HQ com aspecto de quadrinhos clássicos sem descaracterizar
o elenco do seriado. Um estreia muito interessante que não te obriga a ler
usando nenhuma premissa mirabolante, mas se vale de um bom roteiro e arte
sólida.
Por Igor Tavares
Fonte: Proibido Ler
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