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Planeta Resenha Marvel: S.H.I.E.L.D. #1

O último dia de 2014 foi também dia de estreia na Marvel. Aproveitando a popularidade do seriado Agentes da S.H.I.E.L.D. a editora lança a HQ simplesmente intitulada S.H.I.E.L.D. que tem como objetivo principal arrendar o enorme público do programa de TV para os quadrinhos.

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Em S.H.I.E.L.D. o veterano roteirista Mark Waid entrega exatamente o que a editora havia anunciado nas convenções de quadrinhos no verão passado: O adorável elenco do seriado (tirando Skye e Ward que não aparecem aqui) interagindo totalmente com todo o Universo Marvel. Waid consegue manter o tom dinâmico, divertido e elétrico da série e misturar com um elenco recheado de deuses, demônios, supersoldados, gênios e toda a sorte de “Maravilhas” da editora. Para quem curte o elenco e gostaria de vê-los em contato com os heróis e vilões Marvel em cenas que não poderiam estar na série por limitações claras de orçamento S.H.I.E.L.D. é um prato cheio. A edição de estreia é focada principalmente no Agente Phil Coulson (e não poderia ser diferente) e mostra como a paixão do personagem pelos heróis e vilões da editora é usada como sua principal ferramenta de trabalho na S.H.I.E.L.D. Coulson é retratado como um conhecedor e um profundo admirador de todas as figuras do Universo Marvel e essa habilidade é sua principal arma para resolver os pepinos que a S.H.I.E.L.D. enfrenta diariamente. Mark Waid desenvolve uma faceta muito interessante para o protagonista ao mesmo tempo em que nos entrega uma história fechada de ação épica com um elenco grande e cheio de personagens clássicos. Não há o típico cliffhanger de final de edição e isso é uma grata surpresa em se tratando de estreias. Você pode ler S.H.I.E.L.D. #1 e não se sente obrigado a comprar a edição número 2, pois a história tem início, meio e fim em suas 33 páginas. Há um pequeno tema que possivelmente se estenderá pelas próximas edições, mas nada que deixe a sensação de uma história incompleta.

A interação entre o elenco é basicamente a mesma do seriado e, apesar de termos personagens “maiores que a vida” permeando praticamente todas as páginas o roteirista mantém o foco da HQ sempre nos Agentes da S.H.I.E.L.D. e a visão dos mesmos em relação ao grandioso e surreal Universo Marvel são realmente o charme da leitura. O conceito “super-heróis sob a ótica do homem comum” não tem nada de novo e já foi bem explorado principalmente na série Marvels de Kurt Busiek e Alex Ross além das inúmeras edições da série Linha de Frente protagonizadas pelo repórter Ben Urich. No entanto Waid dá uma cara à fria S.H.I.E.L.D. através de Coulson, May, Fitz, Simmons e da própria Maria Hill. O elenco tem vida e suas reações são humanas e envolventes o suficiente para torná-los protagonistas interessantes.

A arte de Carlos Pacheco é classuda, limpa, fluída e extremamente caprichada. Levando em consideração a quantidade de personagens aqui, o escopo da história e o volume de informações do roteiro de Mark Waid, o desenhista faz um trabalho muito bom em S.H.I.E.L.D. #1. Nenhuma página é comprometida por extravagâncias de enquadramento ou por splash pages desnecessárias. O tom sóbrio da parte gráfica serve ao ótimo roteiro e, apesar de não haver nenhuma página sensacional o acabamento em geral da edição de estreia é impecável.

Nenhum personagem é descaracterizado e todos podem ser facilmente identificados em meio aos caóticos campos de batalha desta edição.

S.H.I.E.L.D.#1 é uma leitura muito divertida tanto para quem curte o seriado quanto para quem não está muito interessado no universo televisivo da Marvel. O roteiro é leve, fácil de acompanhar e bem movimentado apesar de não ter nada de muito original. Os protagonistas e sua interação com as “Maravilhas” da Marvel são o destaque e o tom episódico da edição de estreia é um ótimo convite para quem tem preguiça de ler por causa do fator “bonde andando”.

A arte de Carlos Pacheco é muito caprichada e deixa a HQ com aspecto de quadrinhos clássicos sem descaracterizar o elenco do seriado. Um estreia muito interessante que não te obriga a ler usando nenhuma premissa mirabolante, mas se vale de um bom roteiro e arte sólida.

Por Igor Tavares

Fonte: Proibido Ler

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