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O Questão - O show tem que continuar

Boom! O fim – Na primeira história deste encadernado (edição #31 da série original) a prefeita Mira Fermin após todos os trágicos eventos que quase varreram Hub City do mapa em diversas edições anteriores, decide que é hora de um ponto de ruptura, ou uma espécie de rito de passagem, para deixar todas as tragédias para trás. Para isso resolve implodir um conjunto de edifícios, Hell’s Acre, para moradores de baixa renda que é o pior retrato possível da cidade: sujo, deteriorado, abrigo de todo tipo de malfeitores e malfeitos e foco de inúmeras doenças. A ordem foi dada, o prédio evacuado, mas sempre tem aqueles que resistem em sair. E pra infelicidade da prefeita estes poucos insatisfeitos com a sua decisão decidem sequestra-la para impedir a demolição.

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Partindo de uma ideia comum entre tantos políticos, inclusive aqui no Brasil, onde a teatralidade de algo é mais válida do que uma ação efetiva (assim como a polêmica em torno da contratação de médicos estrangeiros quando a mais eficiente medida seria melhoria nas condições de trabalho e equipamentos, penso eu) Mira Fermim tem a (in) feliz ideia de condenar um conjunto de prédios para melhorar a imagem da cidade e dar novo fôlego a sua gestão. Segundo a mesma, a maioria dos moradores concorda com o despejo, pois nada é pior do que continuar ali, nem mesmo as ruas. Mas nem todos pensam assim e um bando de traficantes que mantinham suas atividades ilícitas na área resolve sequestra-la para que a ordem de demolição seja cancelada. Tudo começa a dar errado quando delegam à um drogado a missão de comunicar aos políticos o fato. Este assim que entra em contato com as autoridades tem a imbecil ideia de enfrenta-los e é morto. Tudo parece se encaminhar para um beco sem saída para Mira Fermim. No meio de tudo isso Vic Sage encontra-se envolvido emocionalmente com o caso pois quando jovem morou por tensos oito meses no local e embora Hell’s Acre não seja um paraíso, raízes são raízes. Após um encontro meio que por acaso com o tenente Izzy O’Toole e este lhe informar que a prefeita sumiu (afinal Vic é um repórter, certo?!), Vic mais uma vez segue seus instintos e vasculha Hell’s Acre em busca de Mira, afinal ele não pode procura-la pela cidade inteira e ali seria um lugar tão “bom” para procurar quanto qualquer outro… Além disso é uma boa desculpa para visitar por uma última vez o local onde viveu. De qualquer forma, por puro instinto ou sorte, Vic, após vestir seu rosto e gastar boa parte do tempo que falta para a detonação procurando por Mira a  encontra. Meliantes detidos, garota salva… Boom. O fim.

Sem tempo de correrem e saírem do prédio ambos são engolidos pela explosão.

E mais uma vez o que tinha tudo pra ser uma grande história frustra nos detalhes. O’Neil escorrega em não dar profundidade na maioria dos atos dos personagens. Assim como novamente faz o Questão conseguir chegar a lugares e conclusões sem nenhuma base crível. Mas o pior é a fraqueza de visão social que já foi tão exuberante nele de tentar fazer-nos acreditar que centenas de famílias deixariam seus lares por pior que sejam para ir morar nas ruas obedecendo uma prefeitura sem planos de realocação para elas.

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No fim, escondidos e protegidos em túneis, emergem Vic e Mira ainda incrédulos com a sobrevivência e com aquele furor que surge nessas horas pós-desastres (ao menos em filmes e gibis) e ficam ali em meio a toda destruição, lixo e fumaça e se beijam. E a cena é linda!

É perfeita a sintonia entre D. Cowan e M. Jones III, a arte das páginas da série aumentam muito a qualidade quando ambos atuam juntos.

Como viram diferente das vezes anteriores, desta vez concentrei-me em apenas uma das histórias do encadernado. Acho que assim deu pra trabalhar melhor os diversos aspectos e espero contar com vocês na próxima semana.

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Fonte: O Santuário

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