Eu me deparei com esse encadernado
nas bancas por duas vezes antes de decidir por compra-lo. Apesar de gostar
muito do trabalho de Alan Davis, teriam essas histórias clássicas ainda alguma
relevância para um velho colecionador como eu? Seriam ainda o tipo de leitura
que atende minhas expectativas ou apenas histórias datadas, envelhecidas?
Pois bem, depois de consultar a
opinião de alguns amigos, decidi então adquirir o volume, com uma vontade
avassaladora como quem tivesse deixado passar uma oportunidade de ouro escapar
pelas mãos. Quando retornei às bancas, é claro, o encadernado já não estava lá…
o que aumentou ainda mais minha vontade de tê-lo. Depois de alguns dias,
após procurar um pouco mais acabei conseguindo enfim comprar meu exemplar.
E então, vocês me perguntam, valeu à
pena?
O Espantalho retorna, com uma nova
toxina que ao invés de provocar medo incontrolável, retira o medo de quem é
exposto a ela. O que pode se mostrar tão ou mais perigoso.
Em comemoração ao 50º aniversário da
revista Detective Comics ocorrido em março de 1987, vários desenhistas se
juntam a equipe criativa Mike W. Barr /Alan Davis em histórias centradas no
tema detetivesco, contando com a participação de outros grandes investigadores
como Ralph Dibney, o Homem-Elástico, o detetive Bradley e até mesmo o próprio…
Sherlock Holmes… Unidos em um caso que atravessa décadas, interligando-se com a
atual investigação do Batman até convergir à época atual.
O clima dessas histórias é ameno,
até mesmo pueril em algumas ocasiões, mas não desinteligente. Pode ser visto
como o marco de uma época que influenciou muitas gerações de leitores e
escritores,imortalizando a figura do Homem-Morcego no imaginário de milhares de
fãs.
Bruce Wayne aparece como um paladino
otimista, e embora seja ainda o incansável combatente do crime, o vemos sob uma
perspectiva mais iluminada em comparação a obras posteriores. Selina Kyle sabe
a identidade do Batman, e vive um intenso romance com ele, tendo abandonado a
carreira de ladra para auxiliá-lo na luta contra o crime. Uma decisão que
parece ter sido revogada pelos criadores, que pensaram em um subterfúgio que
revertesse essa situação e a fizesse novamente má. Ou pelo menos algo que
transitasse nessa tênue linha que separa o bem e o mal, algo que já é
característico na Mulher Gato. O Robin é Jason Todd, o impulsivo menino
prodígio que recebia duras críticas de seu mentor a vista de todos diante de
seu comportamento imprudente, mas ao mesmo tempo ele é uma criança doce, ainda
longe do jovem que seria morto pelo Coringa e que ressuscitaria como um
implacável Capuz Vermelho.
A arte de Alan Davis é espetacular,
e não à toa que seu nome é colocado como carro chefe da publicação, ainda que o
trabalho também tenha o mérito do grande talento de seus colaboradores.
E então, vocês me perguntam, valeu à
pena?
Meus amigos, boas histórias não
envelhecem.
Mal posso esperar pelo segundo
volume dessa coleção.
Por Rodrigo Garrit
Fonte: O Santuário
4 Comentários
Parece legal.
ResponderExcluirPs:Falando em Sherlock Holmes eu queria ler as hqs solo do Coringa.
Como sempre eu digo - as histórias são bem mais simples e inocentes, mas para a época eram muito boas, e vale também pelo valor histórico.
ExcluirPS: Hum... do Coringa que foi lançado no Brasil, eu só conheço esses dois:
http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/coringa/co011107/76697
http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/coringa-advogado-do-diabo/cad0301/5765
E lá nos EUA também foi lançado uma série chamada Joker Asylum (Asilo do Coringa) em 2009 mais ou menos, mas eu ainda não li.
Realmente eram muito boas,principalmente a do Duende Verde e os altos planos(um dia eu ainda fasso um post explicando sobre isso).
ExcluirPs:Eu estava me referindo a serie de hqs solo que ele teve muitos anos atráz.Pelo que eu vi eram histórias dele enfrentando outros heróis da Dc(e o Sherlock Holmes em uma delas).Eu nunca li mas me parece boa.
Dessa eu não sabia! Se você tiver mais informações sobre esses solos do Coringa me avisa!
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