Há uma constante universal neste
ponto da história. Destino, Aniquilador e Kang – notórios inimigos do
Quarteto Fantástico – irão se reunir num só para dominar o mundo. Para
impedir isso na realidade 340, o nosso Quarteto Fantástico se reuniu com a
versão daquele mundo e impediu uma catástrofe mundial. Contudo, isso deixou
nossa Terra 616 desguarnecida e coube a equipe reserva, Scott Lang, Medusa,
Mulher-Hulk, Miss Coisa e a molecada da Fundação Futuro impedir um mal maior.

Na última edição, vocês viram uma
verdadeira operação de guerra maluca articulada para impedir os planos dos
vilões. A família Power que estava como refém foi resgatada. Os destinobôs e
sentinelas do castelo foram derrotados. A magia do bom e velho latveriano foi
corrompida. Sua tecnologia também foi sabotada. Tudo isso foi feito para que
quando Destino roubasse os poderes supremos de seus comparsas para virar o
Conquistador Aniquilador, as Mulheres da Fundação Futuro tivessem sua chance de
tirar esse omnipoder do seu corpo e Von Doom tivesse que encarar Scott Lang
sozinho de igual para igual no mano a mano.
Obviamente, mesmo privado do super
poder, Destino não aceitaria uma luta limpa. Assim, ativou a energia reserva de
sua armadura para atacar o Homem-Formiga. Mas para surpresa do Doutor, Lang
sobreviveu. E, então, lhe deu uma surra como nunca. Em nota narrada pelo Vigia,
é revelado que Lang descobriu uma maneira incomum de usar a partícula Pym, não
só para manipular seu tamanho, mas sim sua força e resistência – algo que
seguiria a lógica dos poderes de densidade do Visão e iônicos do Magnum (algo
extremamente forçado, já que nunca o Hank narrou isto desta forma, mas vamos
engolir pro bem da história). Até as crianças surtam com essa reintrepertação
dos poderes da partícula Pym e começam a elucubrar outras variações da mesma
ideia.
Lang está decidido ali a ter sua
vingança. Ele ignora a oferta de Destino de que pode salvar Cassie, destrói a
maquina que roubou os omnipoderes dos vilões e expõe o combate entre os dois
para além dos tuneis da Latveria. O evento é tão superlativado que até mesmo o
Tribunal Vivo vem em pessoa para a Terra para “amaldiçoar” o Destino – cada mal
que ele fizer será marcado em seu rosto com mais uma cicatriz. Por fim, Lang
não perdoa e como prometido surra o Doutor destino até sobrar um “só fio de
vida” como prometido. Mas o castigo pra o Doutor não para por ali.
Numa ligação direta com as histórias
do Quarteto Fantástico, vemos que a viagem de volta ao 616 de Franklin, Valeria
e Dentinho foi interrompida pela presença de Ravona (sim, a jovem Ravona, amor
do Jovem Kang que se unira aos planos de Destino). A moça do futuro explica seu
mirabolante plano até ali de forçar a união entre os três vilões enquanto Kang
era jogem e inexperiente para que assim houvesse uma chance de vitória. Sem
engolir muito da história, a moça do futuro ainda revela que ela é uma versão
que ainda esta por vir da sua irmã, Val.
E quando é chegado o momento de
Ravona libertar os dois do limbo espaço-temporal, ocorre justamente uma ultima
reposta de Destino contra o Homem-Formiga. O latveriano dispara um raio contra
Scott, mas ao invés de acertar nele é justamente a sua afilhada, Valeria, recém
chegada da viagem temporal, que leva o raio. Destino sente toda dor do mundo,
porque acha que ela morreu. Mas a verdade é que usando seus dons quase divinos,
Franklin salvou a irmã a tempo, mas deixou com que o vilão tivesse a falsa
impressão do assassinato só para castiga-lo.
E assim, temos o fim. Voltamos para
uma cena similar as duas revistas. Na área próxima a morada do Vigia, o
recém-chegado Quarteto Fantástico e a Fundação Futuro fazem um churrasco. Vemos
alguns casais se formando – Lang e Darla -, outros continuam só amigos – Coisa
e Mulher-Hulk, para alegria dos Touperóides. Alguns recebem as boas novas de um
filho – Vigia e sua Mulher-Vigia. Mas sejam namorados ou só amigos, pais e
filhos ou sem qualquer vinculo de parentesco, o que as histórias do Quarteto
Fantástico sempre nos ensinaram é que o contexto de família é bem mais amplo
que isso.
Foi pouco mais que um ano esse run
do Fraction, na verdade. Principalmente se levarmos em conta que ele sequer
conseguiu termina-lo sozinho até o fim. Como falei na finalização da sua fase
no Quarteto, ele se perdeu mais uma vez. Como rotineiramente acontece em parte
dos títulos que pega. Há quem meça que Fundação Futuro conseguiu ser mais bem
sucedida, mas eu mesmo meço pouca diferença. Na verdade, se compararmos tudo o
que o Matt fez até aqui em relação com o trabalho do criador da FF, percebe-se
que ele entendeu muito mal o conceito por trás de tudo. Alguns personagens
definitivos – como Bettley e os Touperóides – meio que perderam seus propósitos
e viraram caricaturas. Já as adições de Ahura, fogem um pouco a proposta de
pequenos crânios prematuros. O roteiro fugiu para um non-sense pastelão bem
complicado de se acompanhar. De longe, não foi minha fase preferida. Mas é
certo que tempos melhores – e roteiristas – virão.
Por Coveiro
Fonte: Universo Marvel 616