“X-Men Começou Tudo”. Com essas palavras, nosso colaborador Giulianno de Lima Liberalli explica a
importância que a película de 2000 teve para os filmes Marvel nas telonas. Se
você gostou de Homem-Aranha 2 de Sam Raimi, Vingadores de Joss Whedon, o
primeiro Homem de Ferro e Guardiões da Galáxia, não perca essa matéria!
Como nem tudo é fácil, outros projetos tentaram levar personagens da
Marvel para o cinema antes de X-Men sem sucesso como Howard – O Super-Herói
(sigh!), O Justiceiro com Dolph Lundgren fazendo o anti-herói mais barra pesada
da Marvel viver nos esgotos e lutar com ninjas! Capitão América com um time
médio de estrelas e um resultado, infelizmente, vergonhoso, até tentaram deixar
o uniforme bem fiel, parecia que eu estava vendo o Capitão de John Byrne nas
telas, o super-trash Quarteto Fantástico de Roger Corman que não tive coragem
de assistir até hoje depois de alguns vídeos que garimpei na internet e que
zeraram minhas expectativas. Entre essas tentativas, antes de X-Men, uma bem
sucedida adaptação surgiu nos cinemas: Blade – O Caçador de
Vampiros com um
ascendente Wesley Snipes, poucos sabiam que se tratava de um personagem Marvel
até assistir o filme. O diferencial de X-Men foi o cuidado da produção e o
respeito com os personagens, além de acertarem no milhar três vezes com os
protagonistas: Patrick Stewart incorporou com perfeição a altivez necessária
para o Professor X, Ian McKellen, mesmo não tendo um físico atlético como o Magneto
nos quadrinhos, deu um show como o mutante que sofreu a dor da perseguição
nazista e que tomou ódio pela humanidade a ponto de querer mudá-la toda para a
sua espécie, interessante que o princípio nazista era esse, trazer para o controle do mundo uma raça melhor de homens. E Hugh Jackman transformou o
Wolverine em um ser de carne e osso, adamantium também. A sensação que eu tive
quando vi Christopher Reeve trajado como Superman pela primeira vez foi igual
quando vi X-Men e Wolverine usando suas garras no bar para encarar dois
sujeitos brigões, pensei: ‘Não acredito, acertaram! Enfim um filme de
super-herói!’, tanto que Wolverine repetiu o sucesso dos gibis nas telas,
praticamente todo filme dos X-Men tem um apoio no mutante canadense.
Assim os filmes de heróis mostraram que, sendo levados a sério e bem
orquestrados, poderiam se tornar superproduções milionárias e arrastariam
milhões ao redor do mundo para os cinemas. Antes as melhores adaptações foram
da DC com Superman e Batman de Tim Burton, porém não engrenaram o sucesso dos
mutantes, suas sequencias não aprofundaram a seriedade dos projetos, ao
contrário, só os ajudou a irem para as gavetas dos estúdios. O sucesso de X-Men
ajudou a tirar da gaveta o amigão da vizinhança: O Homem-Aranha, depois de uma
série mediana na TV nos anos 70, nada fora animações e quadrinhos conseguia
trazer atenção para o mais famoso herói da Marvel, impulsionados pelos
resultados nas bilheterias, correram atrás de produzir um sucesso a altura para
o teioso e conseguiram. Sam Raimi assumiu a empreitada, uma aposta um pouco
maior do que X-Men atingiu pouco mais de US$ 800 milhões nas bilheterias, o
mundo viu que os clássicos heróis dos gibis poderiam ser de verdade, pelo menos
nos cinemas, e que poderiam ser franquias milionárias como 007, Star Wars e
Star Trek, hoje já falamos na casa dos bilhões de dólares, duvido que o mais
otimista dos executivos da época imaginasse a fortuna que esses filmes iriam
representar hoje em dia.
Mesmo com esses sucessos acompanhados de X-Men 2, Homem-Aranha 2, Hulk,
Blade 2 e um filme mais decente e caprichado do Quarteto Fantástico, a Marvel
não estava totalmente por trás dos seus sucessos, na década de 90 a Marvel
atravessa uma grande crise financeira.
Surgiram as propostas para licenciarem seus personagens para o cinema e
vieram, na ordem: Blade, juntamente com a New Line; X-Men e Quarteto Fantástico
com a FOX e Homem-Aranha com a Columbia. Dinheiro entrando em caixa, a situação
saindo do vermelho e com a visão no futuro da Marvel nos cinemas, entra em cena
Marvel Studios assumindo a frente de produzir os filmes dos seus heróis,
reforçada pela Disney que comprou a Marvel em 2009, tomando a responsabilidade
pela distribuição das produções e com as estreias bem-sucedidas de Homem de
Ferro e O Incrível Hulk em 2008, iniciou a era Marvel nos cinemas com a cena
pós-créditos de
Homem de Ferro quando Nick Fury (Samuel L. Jackson, por favor)
aparece convocando Stark para a Iniciativa Vingadores mostrando que a cavalaria
estava a caminho, botando fogo na internet e levando os fãs da Marvel a
loucura. Desde então a Disney e a Marvel vem recuperando os direitos
licenciados no passado para produzir sozinha os filmes dos seus heróis como
Blade, Motoqueiro Fantasma, Justiceiro e Demolidor. Agora em 2015, em um acordo
acirrado, recuperou o Homem-Aranha, porém a SONY ainda ficou com os direitos de
distribuição. Só falta recuperar X-Men e Quarteto Fantástico que ainda estão na
FOX.
Ainda bem que a FOX cuidou com carinho da franquia dos mutantes, está
certo que todos os filmes não tiveram sucesso igual como X-Men 3 e Wolverine
Imortal, porém o recente X-MEN – Dias de Um Futuro Esquecido organizou de
maneira altamente satisfatória a história dos mutantes no cinema. Com a
aproximação de X-Men – Apocalypse nas mãos de Bryan Singer teremos mais uma
promessa de acerto para os mutantes, trazendo elementos clássicos dos
quadrinhos para a produção, apesar do visual duvidoso apresentado para o vilão
Apocalypse que rendeu milhares de memes na internet e que causou muita
preocupação aos fãs da franquia. Bryan Singer é um diretor competente, porém
quando ele colocou demais sua visão pessoal no projeto com Superman – O
Retorno, uma adaptação que falhou ao tentar trazer aquela atmosfera do primeiro
Superman com Christopher Reeve nos anos 70, não deu o resultado que agradou aos
fãs e acabou forçando o reboot da franquia do Homem de Aço nos cinemas.
Situação mais delicada é a do Quarteto, após um bom primeiro filme em
2005 e um bem mediano em 2007, em 2015 vem o reboot da franquia pelas mãos de
Josh Trank de ‘Poder Sem Limites’ com uma visão ultimate da origem do quarteto
na expectativa de trazer sucesso para a franquia e um possível crossover
cinematográfico com os mutantes, espero que acertem porque sempre gostei do Quarteto
e seria legal ver uma produção caprichada da primeira família da Marvel.
Na verdade, aguardo o dia em que os mutantes e o quarteto retornem de
vez para a Marvel e recebam a atenção que só poderiam ter em casa, na Marvel
Studios.
Por Giulianno de Lima Liberalli
Colaborador do Planeta Marvel/DC
6 Comentários
Vou dividir por números:
ResponderExcluir1. Eu gostei da parte na qual as duas crianças se reencontram adultas no antigo filme do Capitão, acho que uma delas era o presidente. Algo nesse filme antigo que eu olhei e até hoje tento entender: O Capitão América fumando antes de uma missão.
2. Hugh Jackman como Wolverine só veio de fato me convencer já no Wolverine Imortal. Em X-men 01, tudo o que eu via era um canastrão lavantando as sombrancelhas constantemente querendo parecer ameaçador. Mas em contrapartida, tanto o Magneto, quanto o Xavier, sempre foram os pontos mais altos dos filmes. As aparições deles separados são excelentes, e juntos, são insuperáveis. Tanto as versões mais velhas, quanto as mais novas, esse ultimo filme do X-men foi sem piscar, um dos melhores filmes baseados em HQs, e obiviamente o melhor dos X-men. Foi uma aula sobre mudanças comportamentais e essencias de nossa personalidade. Quando o velho Xavier chega para o Logan e pede para ele ter paciência com ele, pois ele era bem diferente, é a chave sobre do que de fato se tratou o filme para mim, corrigir a cronologia foi praticamente secundário.
3. Ao meu ver, a Marvel cuspiu e cospe constantemente no prato que comeu. Fato é esse do quanto eles estão jogando sujo para ter "os direitos de volta".
Oi, Ozymandias, vou te acompanhar pelos números:
Excluir1 - Tive a mesma impressão, uma das crianças era o presidente. Dia desses o filme estava passando no Paramount Channel e peguei da metade para o final, estou esperando passar de novo para pegar do começo e o Capitão fumando, pois é, a liberdade de adaptação........
2 - O que me agradou no primeiro X-Men foi que, acima da interpretação de Hugh Jackman, conseguiram deixar o Wolverine convincente. A interpretação dele, para mim, começou a melhorar em X-Men 2 e o ápice foi em Dias de Um Futuro Esquecido, quanto a Patrick Stewart e Ian McKellen, não tem mais o que dizer sobre esses dois gigantes.
3 - Ah, os jogos sujos do poder, claro que quem consegue muito quer mais, sempre mais. Enquanto o saldo for positivo para nós, os fãs, para mim está ótimo.
Obrigado pelos comentários e abraços!
Esse seu texto, tem entre muitos atrativos, mostrar para esses jovens que estão chegando agora que as coisas não são tão fáceis e simples quanto eles pensam. Eles praticamente acham que foi a Marvel Studius que fez tudo sozinha.
ExcluirSou a favor de nem todos direitos ficarem com ela, isso gera concorrência, e esta gera qualidade. Digamos que se hoje, ela tivesse direito sobre tudo, ai tudo viraria uma algazarra e seria feito aos moldes de Homem de Ferro 3.
Ozy, eu sou da mesma opinião. Alguns até podem achar que seria melhor a Marvel tem de volta todos os seus personagens, pois daria para ter mais opções, etc. Mas, eu acho que do jeito que está, há uma grande vantagem - a concorrência! Além de gerar mais filmes por ano...rs. Afinal, se a Marvel tivesse todos os direitos de volta, ela dificilmente, para não dizer que seria impossível, produzir cinco filmes por ano com um orçamento razoavelmente alto.
ExcluirE como o meu antigo parceiro costumava dizer "Se ela tivesse todos do time A (Homem-Aranha, X-Men e Quarteto), dificilmente ela teria pego personagens B e explodido da maneira que fez com Vingadores.
ExcluirÉ verdade, pessoal, concordo com todos vocês. Na grande maioria das vezes, quando tentamos abraçar o mundo com os braços e as pernas provocamos mais erros do que acertos. Peyton Reed, diretor de Homem-Formiga, quase foi o diretor do primeiro filme do Quarteto pela FOX em 2005, foi afastado e Tim Story entrou no lugar, segundo declarações dele recentemente a equipe de heróis não era vista pelos executivos da FOX como material para superprodução, dá para perceber pelo tom 'sessão da tarde' que o filme tem, agradável, mas não fez ninguém delirar nas salas de cinema. Porém ela não precisa fazer tudo sozinha, a exemplo do próximo Homem-Aranha que será pela Sony/Columbia com controle maior da Marvel, o resultado desse filme pode mostrar a diferença entre o que foi feito sem a mão da Marvel e o que acontece com a mão da Marvel no projeto. Abraços a todos!
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