O desenhista da Era de Prata Murphy
Anderson faleceu no último dia 23 de outubro, aos 89 anos de idade. O anúncio
foi feito pela DC Comics.
A causa de sua morte não foi divulgada, mas segundo Mark Evanier, o artista
estava com problemas de saúde havia vários anos e fazia algum tempo que estava
evitando participar de convenções de quadrinhos em função disso.
Sua carreira nos quadrinhos começou
durante a Segunda Guerra Mundial, em 1944, quando ele arranjou um emprego na
editora Fiction House. A qualidade de seu desenho era tão grande, que em
1947 ele foi convidado a trabalhar nas tiras de jornais de Buck Rogers – vale
lembrar que, naquela época, os artistas da tiras de jornais eram considerados
grandes estrelas e recebiam muito mais do que os que trabalhavam nas revistas. Ele
desenhou Buck Rogers entre 1947 e 1949. As tiras
do personagem estão sendo reeditadas pela editora Hermes, nos Estados
Unidos. Depois disso trabalhou na revista do exército PS, The Preventive
Maintenance Monthly, ao lado de Will Eisner. Por volta de 1950, Anderson
começou sua longa carreira na editora do Superman, personagem que também está
fortemente associado ao desenhista, ao lado de Curt Swan.
Anderson era polivalente. Trabalhava
dentro da editora e era chamado não apenas para fazer lápis ou arte-final, mas
para cobrir atrasos de outros, fazer capas, finalizar desenhos,
dar retoques ou até arte comercial com os personagens da DC para
serem utilizadas em produtos diversos. O desenho de Anderson sempre estava
dentro do visual padrão dos personagens. Ele ilustrou títulos como Superboy; Superman,
Superman Family, Action Comics, Superman’s Pal Jimmy Olsen, The Atom, The
Atom and Hawkman, Detective Comics, DC Comics Presents, The
Flash, Green Lantern,Hawkman, Korak Son of Tarzan, The Spectre,
Mystery in Space, Strange Adventures, World’s Finest e muitos
outros.
Ele criou os Cavaleiros Atômicos,
junto com o roteirista John Broome; Adam Strange, com Julius Schwartz; a
feiticeira Zatanna, com Gardner Fox; e foi um dos mais importantes desenhistas
do Gavião-Negro (Katar Hol), na década de 1960.
Na área técnica da produção de
quadrinhos, foi Murphy Anderson quem propôs a mudança do formato padrão dos
originais das páginas dos comic books, cujo tamanho original era 12 x 18 polegadas (30,48 x 45,72 cm ) para o tamanho
atual de 10 x 15
polegadas (25,4 cm x 38,1 cm ), permitindo que
duas páginas originais fossem fotografadas simultaneamente (passo importante na
produção de fotolitos e outros aspectos de impressão). Quando começou a
diminuir sua produção, serviu por algum tempo como editor da PS, The
Preventive Maintenance Monthly e se dedicou mais à sua empresa, Murphy
Anderson Visual Concepts, além de fazer trabalhos técnicos, como separação de
cores e outras tarefas da produção de HQs.
Ele foi vencedor do Alley Award nos
anos de 1962, 1963, 1964 e 1965, em diversas categorias; entrou para o Jack
Kirby Hall of Fame, em 1998; no Will Eisner Hall of Fame, em 1999; e
finalmente, em 2013, passou a fazer parte do Inkwell Awards Joe Sinnott
Hall of Fame.
Na nota divulgada pela DC,
Anderson “era um gigante da indústria dos quadrinhos e uma das forças
evolucionárias não apenas da DC, mas dos quadrinhos da Era de Prata, de
maneira geral.” Dan Didio, um dos publishers da DC, disse:
“Estou muito feliz por ter tido a oportunidade de encontrar Murphy em
diversas ocasiões. Ele era um cavalheiro e incrivelmente humilde em relação ao
enorme impacto que causou em toda uma geração de fãs.”
Em 2003, a editora TwoMorrows publicou
um volume – escrito por R. C. Harvey – sobre a carreira desse artista, The
life and art of Murphy Anderson.
Fonte: Universo HQ
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