Li
Capitão América #1-6, com roteiro de
John Ney Rieber e desenhos de John Cassaday.
“Terror
é o ódio cego”.
Consequência
direta dos ataques do 11 de setembro de 2002, a Marvel transfere o Capitão
América para o selo Marvel Knights e o coloca na linha de frente de combate ao
terrorismo. Uma pequena cidade americana, Centerville, é alvo do terrorista Al
Tariq, cujo plano é atrair o Sentinela da Liberdade, que por fim, descobre que
seu destino final é na Alemanha.
Aqui
vemos Steve Rogers muito mais reflexivo, ponderando sobre seu próprio status
como patriota que sempre foi. Um herói que questiona (acredito que aqui foi
lançado uma pequena base para o que seria o Capitão América em Guerra Civil, mas
isso é outra história), que procura entender o significado das coisas e não
apenas um soldado que obedece cegamente. Ao lidar com os atentados em Nova
York, Steve incentiva o cidadão comum a não se vingarem, mas dizendo que eles
precisam ser melhores, ou o inimigo terá vencido. Interessante também a maneira
como o escritor retratou o verdadeiro vilão por trás dos ataques de Al Tariq.
Os desenhos de John Cassaday estão no seu auge, assim como estavam em
Surpreendentes X-Men, enfatizando os detalhes. Leitura imperdível.
Esse
arco também foi lançado na Coleção Graphic Novels #27 pela Editora Salvat.
Por Roger
3 Comentários
Incrível. São essas estórias do Capitão América que fazem dele um personagem tão bom e que continuou pertinente e atual, passou pelas mãos de diversos excelentes autores. A maior parte das pessoas quando não conhece o Capitão América imagina que ele ainda é aquele personagem socando a cara do Hitler, mas ele é muito melhor que isso. Gosto dele desde criança, eu tinha uma HQ antiga em que aquele amigo monstro dele, o Armadillo, tentava se suicidar, era bem dramático e essa posição reflexiva do Capitão quanto a situação me marcou muito, não é por nada que lembro até hoje. Faz pensar que quem é bom nem sempre consegue salvar todos ou resolver todos os problemas, um semblante do personagem que se repete em várias estórias. Esses dias mesmo eu tava relendo aquela estória do Demolidor c/ o Bazuka, e quando o Capitão vê que ele é completamente pirado reage dessa forma também, é como se a compaixão fosse uma característica dele.
ResponderExcluirÉ isso mesmo Douglas. Imagina só - um personagem que perdeu os pais tão cedo, paupérrimo, com profundo senso de justiça e que tem a chance de se tornar um guardião do bem, mas cuja última imagem antes de passar décadas congelado é a de seu melhor amigo "explodir" em pleno ar. Acorda numa época que não lhe pertence cujos valores e cultura são completamente diferentes. Realmente um personagem muito rico que em boas mãos tem muita história boa para contar. Nesse arco em particular, percebi Steve Roger várias vezes enfatizando para o povo que "precisamos ser melhor do que eles". Mas fiquei pensando se, no fundo, ele não dizia isso para si mesmo para se conter de passar dos limites e se deixar dominar pelo ódio.
ExcluirSua análise deixou claro que é o tipo de estória dele que eu adoro. Deixei passar o encadernado da Salvat várias vezes por não ter certeza se valia a pena, agora vou correr atrás sem pensar 2x. Valeuzão!
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