Opinião do Planeta: Superalmanaque do Homem-Aranha #1 (Editora Abril)

Em janeiro de 1985, a editora Abril lançou uma edição especial chamada Superalmanaque do Homem-Aranha com 132 páginas dedicadas ao aracnídeo. Veja a Opinião do Planeta sobre as histórias que compõem essa HQ especial que completou 30 anos de lançamento.

“Manto e Adaga” com roteiro de Bill Mantlo e desenhos de Ed Hannigan.

Sinopse: Lado a lado com o Homem-Aranha, você irá conhecer a espantosa origem dos dois personagens Marvel mais aclamados no mundo atualmente: Manto – um jovem capaz de envolver tudo na escuridão de sua capa; e Adaga – uma linda menina de cujas mÃos partem mortíferos dardos de luz.

Opinião do Planeta: A história conta a trágica origem de Manto e Adaga, dois jovens que foram atraídos à uma vida melhor, e enganados por negociantes ambiciosos e inescrupulosos que desejavam traficar uma nova droga, usando jovens e crianças como cobaias. Bill Mantlo mostra uma realidade comum nos EUA que é a entrada ilegal de estrangeiros e de como eles e outras minorias da sociedade, como filhos que fogem de casa, podem sofrer um destino fatal tentando uma vida melhor, enquanto que o governo simplesmente parece ignorar esse tipo de situação. Foi o primeiro encontro do Homem-Aranha com a dupla Manto e Adaga.

“Museu de cadáveres” com roteiro de Marv Wolfman e desenhos de Steve Leialoha.

Sinopse: O retorno sangrento de um dos grandes inimigos do aracnídeo mais famoso do mundo – e tudo indica que, desta vez, o vilão veio preparado pra não ser vencido de forma nenhuma.

Opinião do Planeta: O Abutre está de volta e agora ele deseja dominar o crime organizado em Nova York. Para isso, ele conta com seu braço direito, seu sobrinho, Malacai, e bola um plano para descobrir quem, dentre todas as gangues existentes, era seu concorrente direto. Após descobrir o traidor, o Homem-Aranha e o Abutre se enfrentam numa luta brutal, mas é interessante que, mesmo após vencê-lo, Peter não se sente vitorioso, pois vê o sofrimento do Abutre ao lamentar a morte de seu sobrinho. Isso traz à tona as lembranças das mortes do Tio Ben e de Gwen Stacy. Uma boa história envolvendo elementos clássico para a época, como a luta entre gangues e o Homem-Aranha sempre preocupado com o bem-estar dos inocentes ao enfrentar seus vilões.

“Mulher nota dez” com roteiro de Roger McKenzie e desenhos de Will Meligniot.

Sinopse: Unida novamente a dupla que, há pouco mais de um ano, quase terminou em romance: Aranha e Viúva Negra!

Opinião do Planeta: As quadrilhas estão lutando pelo controle da cidade, e o Coruja que se aproveitar dessa situação também. Mas seus planos não serão facilmente executados com a intervenção do Homem-Aranha e da Viúva Negra. Uma típica história de Marvel Team-up com o Aranha fazendo dupla com outro herói. E a Viúva Negra mostra porque é uma das mais letais lutadoras do universo Marvel, além de seus talentos de persuasão que a ajudaram na época que trabalhou como espiã.

“As duas faces da noite” com roteiro de Bill Mantlo e desenhos de Ed Hannigan.

Sinopse: Manto e Adaga voltam a investir contra o crime em Nova Iorque... e se deparam com um dos maiores chefões que o submundo já conheceu.

Opinião do Planeta: Manto e Adaga continuam em sua interminável busca por vingança e acabar contra os chefões do submundo, e o alvo da vez é o Cabelo de Prata. O Homem-Aranha junta-se aos dois, mas a diferença é que, enquanto o aracnídeo deseja apenas levar o vilão à justiça, Manto e Adaga desejam fazer a justiça pelas próprias mãos, o que eles conseguem mais uma vez. Quando se reencontram, o Aranha diz à Manto: “Por que você não relaxam um pouco?”, e Manto responde: “Nós não temos esse direito”. Isso mostra muito bem a cruzada incansável dos dois jovens que sofreram muito mais do que qualquer pessoa mereceria e revela toda a amargura e o desejo de vingança.

“Maratona da morte” com roteiro de Bill Mantlo e desenhos de Ed Hannigan.

Sinopse: Conclusão da aventura, onde o Homem-Aranha presencia os acontecimentos mais inacreditáveis de toda a sua carreira.

Opinião do Planeta: Cabelo de Prata é trazido de volta num corpo metálico e resistente e parte para caçar e matar Manto e Adaga. Mais uma vez, o Homem-Aranha tenta derrotar o vilão ao mesmo tempo em que tenta impedir Manto e Adaga de serem juízes e executores. Manto mostra uma força descomunal ao teleportar um trem inteiro. O Rei do Crime está de volta, e mesmo tempo uma participação bem pequena, deixa claro que se trata de uma mente perigosa e calculista para atingir seu alvo de comandar novamente o submundo do crime. Uma nota interessante - apesar de ter sido criado bem antes, o Justiceiro começou a se destacar no universo Marvel como um vigilante que tira a vida da escória humana, bem depois de Manto e Adaga.

Histórias urbanas bem perto da realidade do crime organizado, das brigas de gangues, do tráfico de drogas e suas tristes consequências marcam essa edição mais do que especial. Pena que a Abril lançou apenas uma edição, mas é possível encontrar em sebos de quadrinhos. Leitura recomendada.

Por Roger