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Resenha DC: Liga da Justiça (Novos 52) #4


Continuando a despretensiosa saga da nova Liga da Justiça do novo universo DC, temos uma história rápida e divertida, mantendo o mesmo padrão das edições anteriores.




Aliás, velocidade é a palavra aqui… eu poderia comparar essa história a um video clipe: tudo é intenso e alucinante, não temos tempo pra respirar entre um cena de ação e outra. Nada de recordatórios intermináveis, questionamentos internos, dúvidas morais… tudo é preto no branco, a Terra está em perigo e a Liga da Justiça está a postos para salvar o dia… mas uma Liga totalmente inexperiente, imatura, com membros que acabaram de se conhecer, e alguns ainda não conhecem nem mesmo os costumes do povo da superfície (Aquaman) ou do mundo do patriarcado (Mulher Maravilha). Batman mantém sua postura segura de líder nato, mas com alguns toques bem vindos de ironia. Superman é um verdadeiro bicho do mato… nada de discursos inspirados, ele parece focado apenas em cumprir o dever.


Não há como não pensar na grande ausência deixada pelo marciano, embora ele esteja sendo muito bem utilizado no título Stormwatch. Mas se não temos Jon,  essa edição é do Victor Stone. Sua transformação em Ciborgue, a qual pudemos acompanhar na edição anterior, é trágica e fascinante. Desta vez, não apenas a genialidade de seu pai Silas Stone entrou em ação, mas um conjunto de tecnologias compõem o corpo cibernético dele. De Will Magnus (criador dos Homens Metálicos), Professor Ivo (Criador de Amazo), Dr. T. O. Morrow e Ryan Choi, estudante de graduação que apresentou seu protótipo de estrela anã branca, entre outras tecnologias em expansão, isso sem mencionar o vinculo psíquico que Victor estabeleceu com Apokolips. Seu novo corpo é uma verdadeira arma praticamente imbatível de batalha, mas o efeito do trauma faz que com que ele entre em choque e assuma um raiva incontrolável contra seu pai ao descobrir que ele foi o responsável por essa transformação radical, o que preserva o conceito original do personagem fundamentado por Marv Wolfman e George Pérez, quando idealizaram a criação do Ciborgue quando assumiram os Novos Titãs nos anos 80.

Mas não há tempo para crises existenciais, pois os Parademônios invadem o laboratório, porém, para espanto e assombro de Victor, seu traje (ou melhor, seu novo corpo)  assume um modo automático de defesa, reconfigurando-se para atacar os inimigos e liberando uma poderosa descarga de som branco que estraçalha os monstros. Inconsolado, ele foge do local, perdido em seu próprio desespero.

Longe dali, os demais heróis ainda estão se conhecendo e se adaptando uns aos outros. A chegada repentina de Aquaman não ajuda muito essa adaptação. Ele vai direto ao ponto, percebe que eles estão ali reunidos para lutar, mas carecem de um líder. Batman manda que o rei dos mares olhe para ele e verá um, mas ele retruca, dizendo que como herdeiro legítimo do trono da Atlântida, está mais apto a comandá-los contra as tropas invasoras. A Mulher Maravilha está ansiosa para entrar em combate, não importa quem lidere a batalha. O Lanterna Verde não confia no recém chegado herói aquático e não acredita muito em suas capacidades, o que é típico a todos que conhecem o Aquaman pela primeira vez. Superman permanece distante, calado, mas não rejeita a ajuda deles.

A essa altura, boa parte da cidade já está em frangalhos, e um enorme monolito alienígena brotou do mar. Enquanto discutem, uma nova horda de Parademônios avança ferozmente contra eles, mas Aquaman toma a dianteira, convocando vários tubarões que desmembram os soldados alienígenas que voavam próximos da água. O que resta é empalado por seu tridente dourado.



Enquanto isso, vagando ainda desorientado pelas ruas, Victor se depara com um grupo de Parademônios atacando uma mulher e parte para ajudá-la. Em meio a batalha, ele expõe a caixa materna de um deles, que imediatamente é assimilada por seu corpo cibernético que faz um download dela para seu próprio disco rígido interno. Ele então tem uma visão de diversos outros mundos atacados por Apokolips antes… transformados em verdadeiros infernos incandescentes e tendo todas as formas de vida reprocessadas e transformadas em Parademônios fieis ao seu novo mestre.  Em seguida seus sistemas internos detectam a origem do sinal e um tubo de explosão é aberto, arremessando Victor para as proximidades do monolito apokoliptiano, o que o deixa cara a cara com os outros heróis. A principio eles o atacam, acreditando ser mais um soldado invasor, mas logo percebem que se trata de um terráqueo “usando armadura”, ou como bem observado por Diana, “não é uma armadura, mas parte dele”. Victor está fora de si, e não consegue dizer coisa com coisa… apenas a frase “eles vão de mundo em mundo… está vindo… ele está vindo…”

A resposta vem na forma de uma arrebatadora explosão que preenche todo o ambiente com som e luzes devastadoras.  E de dentro de um tubo de explosão, o soberano de Apokolips em pessoa surge diante deles.



Com apenas um gesto, ele invoca uma onda de energia e raios que derruba a todos em poucos segundos. Com os maiores heróis do mundo incapacitados diante de seus pés, ele enfim se apresenta.

É, meus amigos, esse é um novo universo, compactando tudo de melhor do que foi feito nos últimos anos, bem ao estilo “Ultimate Marvel”, mas em vez de se passar numa realidade paralela (até segunda ordem), a DC teve a coragem de resetar seu universo principal. Faz sentido que o maior vilão da DC tenha sido responsável pelo surgimento do maior grupo de heróis de todos os tempos. Isso irá estabelecer uma rivalidade ainda maior entre eles e proporcionar novas possibilidades de interações entre o principais heróis da DC com a riquíssima mitologia do Quarto Mundo de Jack Kirby herdada pela editora. O problema principal foi  justamente a compactação… tudo ocorre de forma vertiginosa e em níveis altíssimos de adrenalina. Mas esse é um problema que é ao mesmo tempo uma solução. Para conquistar leitores novos, é preciso ir direto ao ponto e se a ideia era não ficar preso a décadas de cronologia, isso deu muito certo. Os leitores veteranos vão sentir falta de um detalhamento melhor e mais explicações, mas passadas essas eufóricas edições de estreia, não duvido que logo teremos de novo os intermináveis recordatórios com os questionamentos e crises existenciais de nossos amados e conflituosos heróis.

Fonte: O Santuário

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2 Comentários

  1. o Aquaman fazendo pose de "Play-Fish" e acertando com o Tridente um dos Moçinhos, o Lanterna!! alguém avisa o Loiro do peixe que ele tem que enfiar o "Tridentão" é no Darkseid!! Marcos Punch.

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