Uma resenha de Liga da Justiça #5 de Geoff Jonhs, Jim Lee e
Scott Williams. (E também uma pequena análise sobre as novas regras de conduta
dos heróis da nova geração).
Darkseid surge diante da “Liga”… um Darkseid monossilábico…
será ele mesmo? Apesar do nível de poder e do massacre que infringiu aos ainda
amadores heróis, não reconheço nenhum traço do senhor de Apokolips ali. Os
raios ômega continuam tão devastadores quanto antes… travando em seus alvos e
perseguindo-os até que os atinja em cheio. Ele brinca de explodir aviões e pessoas,
para desespero do Flash, o primeiro a se levantar depois do ataque inicial.
Superman se ergue em seguida, e como ele mesmo diz, “não está para conversa”.
O único que conseguiu se esquivar do poder de Darkseid foi o
Flash, numa manobra clássica de Barry Allen, vibrando através de massa sólida,
embora depois ele tenha admitido que precisou recuperar o fôlego. Superman não
tem a mesma sorte e é atingido, embora provavelmente seja o único com condições
de sobreviver. Após ser rapidamente abatido pelo efeito ômega, é levado pelos
Parademônios. Vale lembrar que as criaturas estão abduzindo algumas pessoas
ainda vivas e as levando para a grande torre que se ergueu pouco antes da
chegada de Darkseid.
Os demais heróis estão em frangalhos. Não
existem planos, não existem táticas. Nenhuma organização. Pensou no Batman
agora né? Sim, ele é o único com a cabeça no lugar, sabe que precisa parar,
encontrar os que foram perdidos e reagrupar. Bruce é o cara que enfrenta a
situação com a cara e a coragem, e convence o Lanterna Verde a reunir a Liga
para tentar distrair Darkseid, enquanto ele segue sozinho rumo ao desconhecido
com o objetivo de resgatar aquele que pode melhorar as chances de vitória…
Superman.
E quando digo com a “cara” e a coragem, é literalmente, pois
ele arranca a máscara, destaca o morcego do peito, e despeja para o Lanterna
Verde que é Bruce Wayne e revela sua origem em apenas um quadrinho. Ele deixa
claro que isso tudo é maior do que ele… é maior do que um homem amargurado
vestido de morcego buscando justiça ou vingança ao punir criminosos. Naquele
momento, ele é apenas Bruce Wayne, um cidadão que vê a ruína de seu mundo
acontecer diante de seus olhos e decide fazer todo o possível para ajudar. Essa
cena vai causar muita polêmica… foi a coisa mais idiota que Geoff Johns já
escreveu… ou a mais genial. O tempo dirá.
Bruce sai correndo pelas ruas, deixando-se ser abduzido pelo
primeiro Paradêmonio que aparece, sendo levado direto para a fonte dos
problemas… num improvável resgate ao Superman, tubo de explosão adentro… direto
para Apokolips.
Analisando mais profundamente os novos parâmetros adotados
pela DC, vemos que agora o Superman mata as criaturas alienígenas sem dó nem
piedade, mas como já foi dito em resenhas anteriores “não é assassinato quando
você está salvando o mundo”… certo? O Superman sempre dizia que havia outro
jeito… isso era verdade ou apenas uma forma de nos confortar? Na revisão de
John Byrne, ele não matou os três criminosos kryptonianos muito antes desse
reboot?
Claro que teve consequências, ele se exilou no espaço, se
achou indigno de si mesmo… mas o fato já havia sido consumado. O Superman havia
matado sim… pelo menos uma versão dele, entre tantas… Muitas pessoas não
lembram, mas no clássico “A Morte do Superman”, Dan Jurgens deixa claro que ele
“matou” o monstro Apocalypse antes de “morrer”… mas era uma situação extrema,
muito bem… num mundo onde a vida das pessoas depende de suas ações, situações
extremas devem ser mesmo frequentes…
Eu me lembro que ele matou – MATOU mesmo – o Sr.
Mxyzptlk no clássico “O que aconteceu com o Homem de Aço” de Alan Moore…
pois ao mesmo tempo que o duende da quinta dimensão disse seu próprio nome ao
contrário, gatilho mágico que o fazia voltar para seu mundo, Superman ativou o
projetor de zona fantasma que literalmente rasgou o vilão ao meio, lançando uma
metade para cada dimensão. Um ato calculado, que também teve suas
consequências… ele abandonou a carreira heroica, sendo dado como morto.
Claro, nem de longe quero insinuar que o Superman seja um
assassino desalmado, só estou apontando que durante a carreira dele, alguns
atos extremos foram necessários. A história “Olho por olho?” de Joe Kelly, onde
ele enfrenta a equipe de “heróis” Elite é o ápice do exemplo e da inspiração de
tudo de bom que o Superman representa. Apesar de serem poderosíssimos, o azulão
os derrota, os coloca em seus devidos lugares, sem precisar matar, provando que
escolhas difíceis existem sim; mas que isso não pode ser tomado como a solução
de todos os problemas. A vida deve ser preservada ao máximo, embora existam os
casos em que a decisão mais difícil é aquela que define um verdadeiro herói.
Ou será que o Superman não deveria ter dado aquele golpe
final no Antimonitor ao fim de Crise nas Infinitas Terras? Na saga de Marv
Wolfman e George Pérez, ele é colocado no limite de seus princípios… toda vida
é sagrada… mas e se uma vida ameaça a existência de todas as demais? O final a
maioria conhece… a cena em que ele massacra o que sobrou do Antimonitor
jogando-o contra o sol é arrepiante. Não é assassinato quando você está
salvando o universo. Ou é?
A versão original do Superman era implacável contra os
bandidos, defendia os fracos e oprimidos sim, mas não poupava os
meliantes. Justamente essa versão é espelho da reformulação feita por Grant
Morrison atualmente, onde temos ainda a figura do herói, embora tenha perdido
cedo demais a bússola moral dos Kent… e vai saber o quanto isso redefiniu o seu
caráter. Mas essa não é apenas uma questão sobre o Superman… é sobre os futuros
exemplos heroicos para as próximas gerações.
Voltando ao gibi da Liga, digo que essa quinta edição foi
rasa, superficial… um ou outro momento interessante, mas não avança em nada a
história. Geoff Johns está sendo extremamente econômico. Não estou dizendo que
seja ruim. Mas me lembra muito aqueles episódios de “Dragon Ball”, onde
aconteciam lutas e batalhas intermináveis, com Goku e seus amigos sendo
surrados, para somente algo em torno de cinco episódios depois, conseguirem dar
a volta por cima e podermos ver algo diferente acontecendo.
Se Johns tem um plano, a hora de por em prática é agora.
Embora seja sucesso absoluto de vendas, em algum momento os leitores vão se
cansar dessa ausência de ritmo. Gosto dos desenhos do Jim Lee, embora ele não
esteja em sua melhor forma… ele nunca mais vai desenhar ou brilhar tanto quanto
na sua fase dos X-Men… momentos mágicos dificilmente acontecem duas vezes com a
mesma pessoa, tão certo quanto um raio não cai duas vezes no mesmo lugar,
embora Billy Batson possivelmente discorde dessa opinião.
Essa edição de Liga da Justiça #5 deixa uma questão no ar:
quando uma leitura termina rápido demais, é porque estava muito boa ou
simplesmente não aconteceu quase nada?
Fonte: O Santuário
2 Comentários
Lanterna Jordan sendo quebrado pelo Darkseid!! Bruce arrancando a Máscara do Morcego Superman matando Aliens com vontade talvez alguns Raios possam cair pra Melhorar o Lee e até f#d#r com a cara do Darkseid!! eu tenho uma revista da Liga desses Novos 52 é a que começa a Jornada do Vilão Graves! vou já ler Online esse quebra contra o "Gorila de Apokolips"!! Marcos Punch.
ResponderExcluirEsse que você tem é o segundo arco. Eu também gostei, e tem ligação direta com o que aconteceu com o primeiro arco que tem o Darkseid.
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