Nas mãos de um novo roteirista, os maiores heróis da Terra tendem a uma
expansão em números e em
impacto. Como indicam as primeiras histórias escritas por JONATHAN HICKMAN, os Vingadores não
só se tornarão maiores como serão em parte responsáveis por algo muito maior do
que eles jamais imaginaram. E tudo começa com uma visita inusitada e
desconhecida no planeta Marte, mostrada nas duas primeiras edições de Os Vingadores, da Nova Marvel no Brasil.
Quem acompanhou a passagem do roteirista pelo Quarteto Fantástico não se surpreendeu com o estilo da história. Mas quem não curte o estilo, pode se sentir um pouco confuso a princípio. O cerne da trama, porém, não é complicado. Após o Capitão América e o Homem de Ferro concordarem que precisavam expandir o alcance e os números dos Vingadores, três indivíduos surgem: Ex Nihilo, Abismo e o robótico Aleph se apresentam como agentes da criação e da destruição. Mais um exemplo dentre os vários outros seres de vastos poderes vistos no Universo Marvel. Lançando, a partir de Marte, o que parecem diversos ataques biológicos à Terra, atraem a atenção dos Vingadores.
Pegos de surpresa, o núcleo central dos Vingadores (que recorre à formação básica dos cinemas) é logo derrotado, deixando o Capitão América como o encarregado a levar a nova e numerosa formação para uma missão de resgate. Algumas surpresas, outras nem tanto, na rápida e ainda inacabada cena de recrutamento. Destaque para uma humana guardiã dos Shi'ar, para a mais nova encarnação do Capitão Universo (no caso, Capitã Universo), e os inesperados Shang-Chi, Míssil e Mancha Solar.
Não demora para percebermos o quanto Hickam traça uma série de sub tramas, envolvendo não apenas os novos antagonistas (que se posicionam contra os Vingadores de formas distintas), como insere a IMA (fortalecida em sua passagem pelo Quarteto) como uma ameaça nas sombras, além de provocar que essa é apenas a primeira parte de algo catastrófico que a própria reunião do Vingadores haverá de causar.
O saldo é, como falei, uma história grandiosa, misteriosa, que pode parecer confusa, que precisa ser relida, e que com certeza ainda carece de uma série de peças. A permanência das criaturas na Lua, mas a partida de uma de suas criações com os Vingadores demonstra o quanto isso não acabou.
Sinal claro disso está na história que conta a trágica origem de Hipérion, outro dos novos membros. Se achou que tem alguma coisa a ver com os Novos Vingadores também de Hickman, você não está maluco ou maluca. De qualquer forma, além de sabermos um pouco do perfil desse poderoso personagem, percebemos o quanto a trama transita para algumas bifurcações importantes naquilo lançado ainda no primeiro arco de histórias. A bela e clássica arte de ADAM KUBERT dá mais valor ainda à história.
Por falar em arte, o craque JEROME OPEÑA assina o primeiro arco, e é de assustar o quanto esse senhor sabe desenhar. Sem dúvidas não poderíamos ter algo muito diferente nos Vingadores, revista carro-chefe da Marvel. Mas mesmo quem não gostou da história, dificilmente vai desgostar do visual apresentado.
Jonathan Hickman tem um plano, e com certeza ele é de longo prazo e demandará atenção e dedicação dos leitores. Porém, acredito que, por mais que sua escrita não seja leve, no sentido de facilmente e rapidamente lida, é um passo à frente de que os maiores heróis da Terra precisavam depois da “Era Bendis”.
Fonte: Universo
Marvel 616
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