Uma análise do Arqueiro Verde de
Jeff Lemire e Andrea Sorrentino.
Este artigo contém spoilers.
A DC sabe do
potencial do Arqueiro, tanto por seus grandes sucessos publicadas no
passado e até hoje lembrados, como sua fase áurea com Neal Adams e Denny
O´Neil, além das passagens de Kevin Smith nos roteiros ilustrados
por Phil Hester, que também trabalhou na memorável estreia de Brad Meltzer nos
quadrinhos, como o arco “A Busca” do Arqueiro, só para citar alguns nomes.
Junte a isso a bem sucedida série televisiva Arrow, e não fica difícil perceber
que Oliver merecia um tratamento melhor para sua versão em quadrinhos. Assim
sendo, o Arqueiro sofreu uma espécie de segundo reboot, não tão drástico quanto
o primeiro, mas que mexeu de forma positiva no desenvolvimento de suas
histórias. Para tanto, foram recrutados o escritor sensação do momento da DC,
Jeff lemire (Homem Animal) e o
artista Andrea Sorrentino, que nos deslumbrou com seus desenhos para a série “Eu, o Vampiro“.
Ciente desse novo recomeço, a Panini
Comics tomou a atitude mais correta: passou a publicar o personagem em revista
própria, dividindo espaço com os títulos “Aves de Rapina” e “Exterminador”,
ambos muito mais fracos que as histórias atuais do Arqueiro, mas que
de certa forma estão ligadas a ele uma vez que Slade Wilson e Dinah Lance são
presença importante na série Arrow. Até achei interessante essa tentativa de
estabelecer uma conexão entre eles, mas as histórias da equipe liderada pela
Canário Negro e do Exterminador precisam melhorar e muito… Além disso, que
fique muito claro: a nova fase do personagem escrita por Lemire tem identidade
própria e independente da série Arrow. Muito embora vários elementos possam
soar como semelhantes, tratam-se de duas continuidades bem diferentes.
Um novo começo e novos desafios.
Lemire chutou o balde e colocou o
título do Arqueiro nos trilhos, tornando-o novamente pertinente ao universo
ficcional dos heróis. Para começo de conversa, Oliver perde sua empresa e é
injustamente acusado de assassinato, ao mesmo tempo em que começa a descobrir
um passado sombrio envolvendo Robert Queen, seu pai. Amigos são perdidos e
novos e mortais inimigos surgem. Ele conhece o misterioso Magus, que traça uma
linha entre a verdade e o que ele acreditava que era real em sua vida, jogando
com novos mistérios, como uma antiga ordem de arqueiros e um artefato
extremamente cobiçado conhecido simplesmente como a “Flecha Verde”. Oliver
deixa totalmente de lado sua postura de bilionário super bem equipado que
combate o crime, e torna-se mais humano e mais digno de ser chamado de herói. O
novo roteirista pegou o volante e fez uma curva perigosa, tornando tudo
mais interessante, mas a mudança do tom das histórias não foi apenas
conceitual, foi também estética. Se antes a revista sofria com uma arte
instável, agora parece ter encontrado traço ideal. A arte de Andrea Sorrentino
é estonteante e pontua perfeitamente essa mudança de direção. Ele nos brinda
com vários detalhes visuais importantes que somam e engrandecem a história. Na
trama de Green Arrow 23 (publicada aqui em Arqueiro Verde 7), vemos o
reencontro (ou primeiro encontro nos Novos 52) de Oliver com a personagem
Shado, num roteiro repleto de mais desconcertantes revelações sobre o passado
de Oliver, e onde um acerto de contas é ajustado com o Conde Vertigo. Agora
eles seguem numa busca por respostas. Oliver está descobrindo que não sabia
nada sobre seu pai e não vai descansar enquanto não obter todo o esclarecimento
sobre suas ações, seu envolvimento com a antiga ordem dos arqueiros, comprovar
a real existência do artefato “Flecha Verde”, além de é claro, encontrar
Komodo, o arqueiro renegado que supostamente traiu e matou Robert Queen.
A flecha foi disparada. Vamos ver
onde vai parar.
Por Rodrigo Garrit
Fonte: O Santuário
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