O Motoqueiro Fantasma foi criado
pelo escritor Gary Friedrich e pelo desenhista Mike Ploog e surgiu na revista
bimestral Marvel Spotlight nº 5, em agosto de 1972, que dedicava suas páginas
para apresentar novos personagens dentro do universo Marvel de super-heróis.
Essa onda de
personagens que abordavam esse tema se devia a crescente onda de filmes de
terror da década de 70. Na verdade, a Marvel Comics já publicava histórias do
gênero, da mesma forma que publicou contos de ficção científica no passado. Mas
a novidade ficava por conta de encaixar tais personagens num universo onde
conviveriam com Homem-Aranha, Capitão América e outros heróis da casa.
A origem do Motoqueiro Fantasma
pouco tem de aventura de super-herói. Por outro lado, sua primeira história era
muito longa para ser apenas um conto de terror, dando a ideia de que o escritor
Gary Friedrich (com ajuda do editor Roy Thomas) tinha planos futuros para o
personagem.
Johnny Blaze
era um garoto que vivia com seu pai em uma espécie de circo, onde o destaque
eram os malabaristas que se utilizavam de motocicletas e faziam show pelo país
afora (tipo aqueles em que o motoqueiro saltava de uma plataforma sobre uma
fileira de carros). Tudo ia bem até o dia em que o pai de Johnny morre ao
sofrer um acidente no show.
O garoto
passa a ser criado por Crash Simpson (dono do show) e, obviamente, ele começa a
treinar malabarismos desde cedo. Em um desses treinos, Johnny tenta se
desvencilhar de uma motocicleta que pega fogo, consegue livrar Roxanne (filha
de Crash) e a si mesmo. Mas a motocicleta explode justo quando a esposa Crash
vai verificar se Johnny está ferido. Em seu leito de morte, ela pede para que o
garoto prometa que nunca irá participar dos shows. Johnny sela a promessa.
Anos depois, o show de Crash chega
ao seu auge e está diante de uma apresentação importante em Nova Iorque. Isso
seria motivo de comemoração, não fosse o fato de que Crash recebeu a notícia de
que estava com câncer e que teria por volta de um mês de vida. Apesar de
continuar treinando secretamente, Johnny não ousa quebrar sua promessa e
participar do show. Esta atitude é vista como covardia tanto por Crash quanto
por Roxanne (que começava a se apaixonar por Johnny).
O jovem
Johnny tenta, então, uma saída inusitada. Nas horas vagas, lia muitos livros.
Alguns deles, relacionados à magia negra e satanismo. Usando os conhecimentos
destes, tenta fazer um pacto com Satã (sim… o Tinhoso, o Cão, o Diabo…) para
que o câncer não mate Crash. O demônio aceita o pedido do jovem, mas deixa
claro que essa dívida será cobrada em breve.
Crash
Simpson realmente não morre. E, sentindo-se melhor, irá tentar um salto
considerado suicida. De fato, não consegue completar o show e morre
acidentalmente. Johnny se vê ludibriado pelo Demônio. Ele realmente não deixou
que Crash morresse devido ao câncer, mas não imaginava que seu pai adotivo
pudesse morrer em um acidente (tal qual seu pai verdadeiro). Enraivecido, acaba
quebrando sua promessa e termina o salto que matou Crash.
Apesar disso, essa não era a
cobrança de dívida do qual Satã havia clamado. Ele ainda queria a alma de
Blaze. Na noite em que isso iria ocorrer, Johnny é salvo no último momento por
Roxanne. A garota declara seu amor pelo motociclista e a força desse sentimento
é suficiente para espantar Satã. Roxanne ficou sabendo do pacto que seu amado
fez, pois encontrou os livros de magia negra que ele lia.
No entanto,
Johnny agora carrega uma maldição. Quando a noite chega, sem que ele possa
controlar, se transforma em uma caveira flamejante. Ele mantém sua
personalidade, mas ganha o poder de disparar rajadas de fogo infernal. Quando
amanhece, o Motoqueiro Fantasma (como a imprensa começou a chamá-lo) volta a
sua forma humana.
A temática
das primeiras aventuras do Motoqueiro Fantasma parte daqui. Satã foi frustrado
por uma mulher, apenas com a força do amor. E não iria deixar barato. No
decorrer das histórias, o demônio tenta de várias maneiras pegar o que Johnny
lhe deve.
Na próxima
semana, o Motoqueiro cai na estrada.
Por Marcos Dark
Fonte: Impulso HQ
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