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Planeta Resenha DC: Batman Rumo à Eternidade Partes 22, 23 e 24

Batman Eternal” novamente se torna a atração dominical do Terra Zero. A fim de atualizar melhor os leitores da saga – e os curiosos sobre ela também –, a coluna de hoje tratará de três edições de uma vez só. É até interessante notar que elas se conectam de alguma forma mesmo tendo escritores diferentes uma: Kyle Higgins (em sua estreia oficial na saga), Tim Seeley e Ray Fawkes. A este último, aliás, tem cabido a tarefa de inserir a tão querida Salteadora de volta ao universo do Batman e está claro que esta é uma das tarefas mais difíceis da história graças à ansiedade dos fãs de a verem de volta nos quadrinhos após o reboot de 2011.
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Já de início é bom deixar claro que Higgins estreou muito bem na história. Seu papel é o de substituir o competente John Layman, que saiu oficialmente da DC Entertainment para trabalhar com outros projetos autorais, e até o momento Higgins o fez muito bem. Logo de cara ele inicia sua história trazendo de volta elementos que o colocaram em evidência na editora com a minissérie “Gates of Gotham” (inédita no Brasil) – o Arquiteto volta às páginas da revista com planos bem sinistros e é esclarecido ao leitor que ele trabalha a mando de alguém maior. Este alguém é responsável, aliás, por muito do que vem acontecendo desde o começo da série e é graças a ele que muitas perguntas deixadas desde o início da trama começam a ser respondidas: Silêncio. Criado por Jeph Loeb e Jim Lee numa saga homônima em 2003/2004, o vilão se tornou um marco na vida moderna do Batman e sua aparição realmente é bem feita.
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BATMAN ETERNAL #22, #23, #24
Roteiro: SCOTT SNYDER, JAMES TYNION IV, JOHN LAYMAN, KYLE HIGGINS, RAY FAWKES e TIM SEELEY
Arte: JORGE LUCAS, ANDY CLARKE
Cores: BRAD ANDERSON, JOHN KALISZ, BLOND
Capa: JASON FABOK
Higgins ainda aproveita para desenvolver outras pontas da trama e faz o que todos queriam. Julia Pennyworth, filha do mordomo Alfred, finalmente descobre o segredo do Batman e compreende que a vida de seu pai e do suposto playboy milionário Bruce Wayne é muito mais complexa do que ela jamais imaginou. Mais do que mudar de ideia sobre os dois, Julia começa a apoiar o Batman na medida do possível ao avisá-lo de que o pai está no hospital graças ao ataque de Silêncio mostrado nas edições anteriores. A dinâmica entre os dois personagens é realmente muito boa e está claro que ela se tornará uma peça importantíssima no futuro das revistas do Morcego. Tudo isso é muito bem construído e narrado, fazendo com que esta mudança no comportamento de Julia e na vida do Batman sejam não apenas interessantes, como instigantes. A personagem tem muito potencial e coisas grandes acontecerão com ela daqui em diante. O único problema do capítulo de Higgins é o desenho de Jorge Lucas, que apesar de ser bem eficaz não combina com a temática da série.
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Tim Seeley então assume a edição seguinte e prova, mais uma vez, que de toda esta equipe de autores de “Batman Eternal” ele é o mais fraco. Sua narrativa é quebrada, às vezes pouco empolgante e os diálogos não se mostram tão interessantes quando ode outros escritores da série. Por outro lado, ele também dá fim a alguns mistérios de forma interessante, o que compensa seu trabalho n edição. Seeley, ao lado dos excelentes artistas Dustin Nguyen e Derek Fidolfs, deixa claro que Rex “Leão” Calabrese é o pai da Mulher-Gato e algo impensável acontece: ele dá as dicas necessárias à filha para que assuma o controle da máfia na cidade, o que pode se mostrar algo inédito na longa cronologia da sensual personagem. Além disso, Seeley deixa claro que a abrangência do poder que Silêncio tem sobre Gotham City é quase incalculável, entrando fundo no submundo do crime e nas próprias polícia e política da cidade. O autor deixa a dica de que o novo comissário Jason Bard recebe ordens dele e coisas bem sujas serão reveladas nas próximas edições sobre estes dois peões no grande xadrez que é “Batman Eternal“.

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Pra finalizar, Ray Fawkes volta com tudo ao título e apresenta a Salteadora do jeito que os fãs sempre quiseram ver. A futura heroína é extremamente independente e pensa de forma calculista para derrubar o crime. Aparentemente, seu pai Mestre das Pistas também é um peão do Silêncio e a jovem consegue faz um plano excelente para derrubá-lo e colocá-lo na prisão. Brown deixa claro que “seu chefe” tem poder na polícia – provavelmente Bard, como indicado na edição anterior – mas Stephanie é tão inteligente que consegue bolar uma forma de colocar seu pai na cadeia graças à Polícia Estadual, cuja jurisdição começa bem nos limites da cidade na ponte para Blüdhaven, bem onde ela leva o pai a ir para prendê-lo sem riscos de que saia da cadeia tão cedo. Fawkes ainda aproveita para deixar bem claro o plano fantástico de Silêncio, que envolve os vilões mais sinistros e os mais underground (literalmente) do Batman, trazendo de volta até o Ratcatcher criado por Alan Grant e Norm Breyfogle nos anos 1980. O autor ainda consegue fazer uma ponte excelente entre o passado e o presente de Steph e de seu pai, mostrando num flashback excelente como a relação deles lá atrás influenciou uma decisão dela no presente.

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Como se tudo isso não bastasse, Fawkes ainda tem ao seu lado o excelente artista Andy Clarke (muito conhecido por seu trabalho em “Batman and Robin Vol.1” de Grant Morrison), que oferece uma narrativa visual muito competente e atrativa para a trama. Trama essa, que aliás, cada vez mais se conecta à presença de Silêncio em Gotham, deixando implícito que tudo que aconteceu até hoje, desde a primeira edição de “Batman: Eternal”, é culpa dele de alguma forma.
Até o momento a série tem se mostrado como a melhor publicação do Batman do momento. Se a DC queria mesmo oferecer uma saga de qualidade e instigante para comemorar os 75 anos do Batman, ela conseguiu com louvores.
Por Morcelli

Fonte: Terra Zero

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