“Batman Eternal” novamente se torna a atração dominical do
Terra Zero. A fim de atualizar melhor os leitores da saga – e os curiosos sobre
ela também –, a coluna de hoje tratará de três edições de uma vez só. É até
interessante notar que elas se conectam de alguma forma mesmo tendo escritores
diferentes uma: Kyle Higgins (em sua estreia oficial na saga), Tim Seeley e Ray Fawkes. A este último,
aliás, tem cabido a tarefa de inserir a tão querida Salteadora de volta ao
universo do Batman e está claro que esta é uma das tarefas mais difíceis da
história graças à ansiedade dos fãs de a verem de volta nos quadrinhos após o
reboot de 2011.
BATMAN ETERNAL #22, #23, #24
Roteiro: SCOTT SNYDER, JAMES TYNION IV, JOHN LAYMAN, KYLE HIGGINS, RAY FAWKES e TIM SEELEY
Arte: JORGE LUCAS, ANDY CLARKE
Cores: BRAD ANDERSON, JOHN KALISZ, BLOND
Capa: JASON FABOK
Roteiro: SCOTT SNYDER, JAMES TYNION IV, JOHN LAYMAN, KYLE HIGGINS, RAY FAWKES e TIM SEELEY
Arte: JORGE LUCAS, ANDY CLARKE
Cores: BRAD ANDERSON, JOHN KALISZ, BLOND
Capa: JASON FABOK
Higgins
ainda aproveita para desenvolver outras pontas da trama e faz o que todos
queriam. Julia Pennyworth,
filha do mordomo Alfred, finalmente descobre o segredo do Batman e compreende
que a vida de seu pai e do suposto playboy milionário Bruce Wayne é muito mais
complexa do que ela jamais imaginou. Mais do que mudar de ideia sobre os dois,
Julia começa a apoiar o Batman na medida do possível ao avisá-lo de que o pai
está no hospital graças ao ataque de Silêncio mostrado nas edições anteriores.
A dinâmica entre os dois personagens é realmente muito boa e está claro que ela
se tornará uma peça importantíssima no futuro das revistas do Morcego. Tudo
isso é muito bem construído e narrado, fazendo com que esta mudança no
comportamento de Julia e na vida do Batman sejam não apenas interessantes, como
instigantes. A personagem tem muito potencial e coisas grandes acontecerão com
ela daqui em diante. O único problema do capítulo de Higgins é o desenho de Jorge Lucas, que apesar de ser
bem eficaz não combina com a temática da série.
Tim Seeley então
assume a edição seguinte e prova, mais uma vez, que de toda esta equipe de autores
de “Batman Eternal” ele é o mais
fraco. Sua narrativa é quebrada, às vezes pouco empolgante e os diálogos não se
mostram tão interessantes quando ode outros escritores da série. Por outro
lado, ele também dá fim a alguns mistérios de forma interessante, o que
compensa seu trabalho n edição. Seeley, ao lado dos excelentes artistas Dustin Nguyen e Derek Fidolfs, deixa claro que Rex “Leão” Calabrese é o pai da Mulher-Gato e algo impensável acontece: ele dá as
dicas necessárias à filha para que assuma o controle da máfia na cidade, o que
pode se mostrar algo inédito na longa cronologia da sensual personagem. Além
disso, Seeley deixa claro que a abrangência do poder que Silêncio tem sobre
Gotham City é quase incalculável, entrando fundo no submundo do crime e nas
próprias polícia e política da cidade. O autor deixa a dica de que o novo
comissário Jason Bard recebe ordens dele e coisas bem sujas serão reveladas nas
próximas edições sobre estes dois peões no grande xadrez que é “Batman Eternal“.
Pra finalizar, Ray Fawkes volta
com tudo ao título e apresenta a Salteadora do jeito que os fãs sempre quiseram ver. A futura heroína é
extremamente independente e pensa de forma calculista para derrubar o crime.
Aparentemente, seu pai Mestre das Pistas também é um peão do Silêncio e a jovem consegue faz um plano
excelente para derrubá-lo e colocá-lo na prisão. Brown deixa claro que “seu
chefe” tem poder na polícia – provavelmente Bard, como indicado na edição
anterior – mas Stephanie é tão inteligente que consegue bolar uma forma de
colocar seu pai na cadeia graças à Polícia Estadual, cuja jurisdição começa bem
nos limites da cidade na ponte para Blüdhaven, bem onde ela leva o pai a ir
para prendê-lo sem riscos de que saia da cadeia tão cedo. Fawkes ainda
aproveita para deixar bem claro o plano fantástico de Silêncio, que envolve os
vilões mais sinistros e os mais underground (literalmente) do Batman, trazendo
de volta até o Ratcatcher criado por Alan Grant e Norm Breyfogle nos anos 1980. O autor
ainda consegue fazer uma ponte excelente entre o passado e o presente de Steph
e de seu pai, mostrando num flashback excelente como a relação deles lá atrás
influenciou uma decisão dela no presente.
Como se tudo isso não bastasse, Fawkes ainda tem ao seu lado o excelente
artista Andy Clarke (muito
conhecido por seu trabalho em “Batman and Robin Vol.1” de Grant
Morrison), que oferece uma narrativa visual muito competente e atrativa para a
trama. Trama essa, que aliás, cada vez mais se conecta à presença de Silêncio
em Gotham, deixando implícito que tudo que aconteceu até hoje, desde a primeira
edição de “Batman: Eternal”, é culpa dele de alguma forma.
Até o
momento a série tem se mostrado como a melhor publicação do Batman do momento.
Se a DC queria mesmo oferecer uma saga de qualidade e instigante para comemorar
os 75 anos do Batman, ela conseguiu com louvores.
Por Morcelli
Fonte: Terra Zero
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