Planeta Resenha Marvel: Indestrutível Hulk: Perdido no tempo

Da última vez que falei das histórias do HULK por aqui, o gigante esmeralda estava prestes a adentrar um arco de histórias que mudaria seu propósito como agente da SHIELD. Repercussão direta dos efeitos causados pela conclusão da Era de Ultron, Hulk, Agente do TEMPO mostra como o alterego de Bruce Banner tem a missão de corrigir a linha do tempo. Ou ao menos parte dela.

A história rolou nas edições 11 a 15 de Indestructible Hulk lá fora, e em Universo Marvel #8 a # 12 por aqui, e, sinceramente, não há nada muito consistente a dizer. A trama gira em torno da denúncia de um viajante do tempo e criminoso, Zarrko. Ele afirma que algum evento recente gerou anomalias graves na linha do tempo, e que um grupo de criminosos, os Cronarquistas, vem tentando se aproveitar disso.

Como alguns agentes da SHIELD descobriram da pior forma possível, o único capaz de lidar com essas anomalias é o Hulk, pois apenas ele aguentaria a viagem temporal – já que a linha do tempo estaria tão avariada que apenas ele seria resistente o suficiente. Uma “desculpa” razoável, mas bastante oportuna.

Velho Oeste, Camelot, chegada do homem à Lua, Egito Antigo, Descoberta da América. O Hulk passa por todos esses lugares, encontrando super-heróis mais ou menos conhecidos pelos leitores (alguns não tão SUPER), para finalmente descobrir que tudo não passava de uma grande conspiração orquestrada por aquele que se apresentava como o seu guia em toda essa viagem.

Os destaques da história estão na interação de um agressivo Hulk com a consciência de Banner carregada em um mecanismo cibernético que o acompanha em toda a viagem, o uso que os cronoanarquistas tentam fazer da própria origem do monstro, expondo-o novamente à explosão que lhe deu origem, e à participação repentina de Betty Ross, a Mulher-Hulk Vermelha, como "responsável" pela resolução da fúria em que o Hulk² entra.

A arte de MATTEO SCALLERA é boa no seu estilo, mas a mudança para KIM JACINTO e o “tapa-buraco” de MAHMUD ASRAR tiram um pouco a consistência da narrativa, ainda que eles tenham estilos similares. Não é o tipo de história para que essas mudanças ocorram de forma orgânica.

Infelizmente, ao escrever o Hulk, o roteirista MARK WAID não vem desenvolvendo histórias com a mesma qualidade que faz com o Demolidor. Ele tenta variar o tema clássico do personagem, que é a interação problemática e sempre fluida entre seu lado monstruoso e seu lado humano, nem sempre com resultados tão legais.

Ainda assim, a aparente resolução do problema, além de fazer com que Banner seja o único a lembrar de todos os detalhes do que aconteceu, despertou algum fio de lembrança de algo que parecia perdido em suas memórias sobre as origens do Hulk. Mas antes que isso possa ser melhor abordado por ele, os efeitos da proliferação dos Inumanos bate à sua porta, história atualmente em desenvolvimento na Universo Marvel dos últimos meses.

Em breve voltarei para falar desse arco, torcendo para que a história dê um salto de qualidade.

Por João
Fonte: Universo Marvel 616