Continuando com a série especial
sobre os Novos 52, veja a Opinião do Planeta sobre mais doze títulos lançados
em 2011. Essa é a Parte 3.
O que dizer de Batman reformulado
por Scott Snyder e Greg Capullo? Apesar de alguns pontos negativos, no geral,
as histórias tem sido muito boas. Snyder usa o que sabe fazer melhor – tramas
recheadas de ação e suspense. A criação da Corte das Corujas foi uma ótima
sacada para dar início ao seu trabalho nos Novos 52.
Mudar o passado do Batman no longo
arco “Ano Zero” também foi corajoso e bem executado. Snyder tem usado bastante
o vilão Coringa, embora talvez não de uma forma que tem agradado a muitos fãs.
Mas, no geral, o resultado foi positivo. Agora é esperar para ver o que
acontece no Pós-Convergence.
Os desenhos do Greg Capullo são um
atrativo à parte. Desenhista de mão cheia que sabe trabalhar muito bem os
detalhes de um cenário.
Bem recomendado.
2. Aves de Rapina
As Aves de Rapina começaram com
apenas uma dupla – Canário Negro e Sturnia – e, ao longo das edições a formação
foi mudando, incluindo a inclusão da Batgirl e de uma Garra (que foi um das
personagens que eu mais gostei dessa série, apesar dela não falar).
O começo foi promissor com uma trama
investigativa, mas, ao chegar ao final dessa série, fiquei sem saber a origem
do grupo nos Novos 52, suas motivações e o objetivo de suas missões. De
qualquer forma, os personagens principais foram bem desenvolvidos, com bons
diálogos.
Recomendado, mas com ressalvas.
3. Besouro Azul
O Besouro Azul dos Novos 52 é o
jovem Jaime Reyes, onde mostra todos os desafios de um adolescente como ele, principalmente
depois dele se transformar no Besouro Azul. Sua prigem foi muito bem explorada,
e a série teve altas doses de humor, ação e ficção científica.
Apenas dois pontos negativos: (1) a
série foi cancelada logo – apenas 16 edições – por baixas vendas (vai entender
o leitor) e (2) a Panini só lançou o primeiro arco – também devido as baixas
vendas (vai entender o leitor mesmo!).
Aliás, por conta disso, a série
parece ter terminada de forma muito corrida e até incompleta. Lamentável (não o
cancelamento da revista em sim, mas das baixas vendas).
Bem recomendado.
4. Capitão Átomo
O Capitão Átomo também teve sua
origem recontada nos Novos 52, e bem diferente daquela que conhecemos. Aqui
temos um herói ainda em formação, indeciso e com um poder que o torna quase
indestrutível. Em cada edição vemos uma tragédia causada pelo herói, e que vai
piorando à medida que ele tenta corrigir as situações, afinal ele é tão
poderoso, que, ao tentar ajudar, acaba piorando a situação. É um dilema moral e
psicológico muito bem trabalhado. Mais um título excelente e com muito
potencial para continuar por muito tempo, mas que foi cancelado logo devido as
baixas vendas (aí fica difícil hein).
Bem recomendado.
5. Mulher-Gato
A série começou bem dramática,
embora bem apelativa também. O passado de Selina Kyle foi bem trabalhado, e que
ajudava a entender suas ações e motivações no presente.
O elenco de apoio também teve
participações importantes.
Depois da entrada da roteirista Ann
Nocenti, a qualidade caiu muito, com diálogos que pareciam sem fluência e a
história dava a impressão de ficar meio sem sentido. Uma pena, já que ela
também escreveu uma fase muito boa do Demolidor nos anos 80 (mas isso é outra
história).
Não recomendado.
6. Universo DC Apresenta
Uma série que “apresenta” personagens
que não teriam chance em séries solo. Particularmente gostei dos três primeiros
personagens que foram lançados – Desafiador, Desafiadores do Desconhecido e
Vandal Savage.
O arco com Raio Negro e Demônio Azul
foi razoável, mas o resto eu achei meio sem sentido (Kid Flash, Arsenal e
Estelar).
No geral, foi uma publicação
interessante justamente por dar a oportunidade de lermos algum personagem que
não teria título próprio, e foi uma pena seu cancelamento.
Recomendado.
7. Tropa dos Lanternas Verdes
Um excelente título que começou de
forma bem dramática com uma ameaça literalmente mortal, depois acompanhou as
sagas do Lanterna Verde do Geoff Johns e continuou quase que como um título de
apoio da revista do Hal Jordan, mesmo depois da saída do Johns.
O que foi uma pena, pois a Tropa tem
grande potencial para se manter sozinha. Acho que, se o Guy Gardner e o Kyle
Rainer continuassem na tropa, haveria muito mais material para se trabalhar.
Tanto é que, no geral, o título se
apoiava somente no John Stewart, e o nome “tropa” acabou perdendo um pouco o
sentido.
Recomendado, mas poderia ter sido
melhor.
8. Legião dos Super-Heróis
A Legião foi um título que me deixou
na dúvida, se fazia parte da cronologia dos Novos 52 ou não. Apesar do logotipo
estar nas capas, deu a entender que a equipe não tinha sido afetada pelo Ponto
de Ignição (Flashpoint) que mudou toda a realidade do universo DC.
De qualquer forma, o veterano
roteirista e especialista em Legião – Paul Levitz – deu um novo início ao grupo
mostrando a equipe sendo reconstruída depois de um desastre e sem os
integrantes que estavam na Legião Perdida. Nesse sentido foi um bom começo para
novos leitores também. O problema da Legião (um problema que eu sempre achei),
é a grande quantidade de integrantes, e nem sempre se consegue simpatizar ou se
importar com alguns deles, até porque falta espaço para trabalhar os heróis
quase que individualmente. Mas, no geral, foi um bom título.
Recomendado.
9. Asa Noturna
Nos Novos 52, Dick Grayson já
aparece como Asa Noturna, que depois de ter passado um período fora, retorna à
Gotham City e as suas raízes circenses também. Um bom começo para descobrir o
passado do personagem, e para novos leitores que teriam a oportunidade de
conhecer o herói e suas origens. Vários elementos e personagens são
introduzidos no decorrer dos primeiros arcos para estabelecer uma trama que
possa convergir na saga Noite das Corujas.
Infelizmente, a revista sofre por
ter que acompanhar as sagas do Batman, e isso, em minha opinião, acabou
atrapalhando um bom desenvolvimento, não do herói, mas das histórias em si.
Recomendado, mas com ressalvas.
10. Capuz Vermelho e os Foragidos
Um “grupo” formado por Capuz
Vermelho (Jason Todd), Arsenal (Roy Harper) e Estelar (Koriander) poderia ser
bem interessante, mas a execução foi péssima. O escritor recorrente da série,
Scott Lobdell, começou de forma bem superficial e simples demais, talvez com o
objetivo de atrair novos leitores. Mas, com o tempo, tentou inserir tramas
complexas demais, envolvendo os membros do grupo, tentando desenvolvê-los
individualmente, mas o resultado ficou ruim.
Chegou um momento em que dava a
impressão de que não havia mais histórias para contar, mas como a revista ainda
vendia relativamente bem, teve de continuar (é incrível como tantos leitores
gostavam dessa série, em comparação com outras que forma canceladas bem antes).
Não recomendado.
11. Supergirl
Outra personagem que foi introduzida
sem que houvesse a necessidade de conhecer qualquer coisa sobre sua cronologia.
Kara Zor-El, prima de Kal-El também é enviada para a Terra pelos seus pais para
sobreviver à destruição de Krypton. Mas o problema é que, ao contrário do primo
que chegou aqui ainda bebê e foi criado por pais “adotivos”, ela já está na
adolescência e não consegue se adaptar. E para agravar a situação, uma série de
situações faz com que ela sinta ainda ódio pelo que está acontecendo em sua
vida, tanto é que, em determinado momento ela chega a integrar a Tropa dos
Lanternas Vermelhos.
Infelizmente, essa revista também
sofreu com várias sagas relacionadas ao Superman, e a personagem não evoluiu.
Não recomendado, mas se quiser dar
uma conferida...
12. Mulher-Maravilha
O roteirista Brian Azzarello parecia
estar muitíssimo interessado em escrever a Mulher-Maravilha. Prova disso é que
ele trabalhou praticamente todos os elementos e a mitologia que envolve a
amazona. Numa trama que envolveu suspense, terror, ação, humor e intrigas,
podemos conhecer os personagens do universo da Mulher-Maravilha de uma forma
bem peculiar.
O roteirista aproveitou um novo
começo para a heroína, e tomou a liberdade de mudar sua origem, o que não
afetou em nada a excelente qualidade desse material.
Altamente recomendado.
Aguardem a Parte 4!
Por Roger
2 Comentários
Concordo com quase tudo, menos a dos Capuz Vermelho, eu achei legal no começo só achei que começou a ficar meio ruim mais para frente.
ResponderExcluirPs:O problema da Legião não é só ter muitos membros,é que entre eles estão o garoto comedor de materia,o garoto que vira pedra,e o garoto que muda a cor das coisas.
Ps2:Acho que esses titulos venderam pouco porque os leitores geralmente selecionam os personagens que querem ler ee ai vão desistindo(ou não) de alguns e as vezes substituir por outros,Capitão Atomo e Besouro Azul que não são tão queridos(O Capitão eu acho que até é) podem ter histórias fantasticas, raramente vão vender tanto quanto um "Batman".As histórias tem que ser boas e continuar assim por um bom tempo para conseguirem o reconhecimento que merecem.Espero que consigam manter ma otima qualidade por um grande periodo de tempo com o Caçador de Marte.
Opa, valeu pelo comentário e pelas observações sobre o Capuz Vermelho também ANT. Com certeza sua opinião sempre é importante e só ajuda a dar mais variedade ao blog. Afinal, o objetivo é esse mesmo - cada um com suas opiniões e com liberdade para poder expressar.
ExcluirPS: Certo, acho que entendi o que você quis dizer - são personagens com poderes irrelevantes, é isso? Se for, eu também concordo. E no meu caso, eu continuo achando difícil de me identificar com um grupo tão grande e que fica mudando tanto. Tudo bem que eu não li muita coisa antiga deles. Acho que vou fazer isso mais pra frente, para ver o que eu acho.
PS2: Infelizmente é isso mesmo que acontece com os títulos menos famosos. De qualquer forma, eu acho válido, pelo menos, a iniciativa da DC em começar a publicar revistas diferentes (como vai acontecer depois de Convergence, o que inclui o Caçador de Marte também). Se o título acabar logo, pelo menos deu para ler alguma coisa. É claro que seria melhor uma continuidade, mas fazer o que né?