Minissérie
em seis edições e vários crossovers espalhados pelas revistas DC na época, Lendas foi escrito por John Ostrander e
Len Wein e desenhado por John Byrne, e foi a primeira saga do universo DC
pós-Crise nas Infinitas Terras.
Para
colocar seu plano em ação, ele começa relatando seus planos ao Vingador
Fantasma, um ser em busca de redenção, mas que não poderia interferir nas
tramas do soberano de Apokólips. Em seguida, como que manipulando todas as
peças num tabuleiro de xadrez, Darkseid envia à Terra dois de seus lacaios.
Cada um com missões bem específicas. O monstro Enxofre deveria servir como isca
para desacreditar o herói Shazam perante o povo. Que melhor escolha a não ser
um herói puro cujo alter-ego é uma criança! Além disso, outro servo, o Glorioso
Godfrey, se passando por um moralista chamado G. Gordon Godfrey, tem como
propósito armar uma cruzada moral contra as lendas, usando de seus argumentos
persuasivos e astutos.
O
cenário estava montado. O presidente dos EUA, não viu outra forma, senão pedir
que os heróis cessassem suas atividades até que essa “crise” passasse. Superman
foi levado até Apokólips para servir como um dos guerreiros de Darkseid depois
de sofre uma lavagem cerebral. E as lendas continuavam a ser despedaçadas num
curto período de tempo, não dando aos heróis a chance de se defender ou tentar
entender o que estava acontecendo.
Essa
trama me fez lembrar de um documentário sobre super-heróis (não me lembro o
nome agora) que mostrou uma época, acho que na década de 50, onde foi lançado o
livro “Sedução dos Inocentes” que basicamente atacava a existência das HQs de
heróis, e logo em seguida, os quadrinhos de terror começaram a vir com um
código de censura estampado na capa, código este que se espalhou pelas revistas
de heróis também. Era uma verdadeira caçada aos quadrinhos de heróis, e Lendas
me lembrou sobre esse tipo de perseguição e desconstrução de seus heróis.
Além
disso, não pode passar despercebido que outro objetivo de Lendas era reformular
a Liga da Justiça, afinal Superman, Batman e Mulher-Maravilha já tiveram ser
recomeço de sucesso. O final de Lendas trouxe a fundação do que seria uma das
melhores produções em quadrinhos já feitas – a Liga da Justiça Internacional de
Giffen/DeMatteis, mais conhecida como Liga cômica. Para isso, a Liga que estava
em vigor na época teve seu fim, mas gostaria de falar sobre isso e outro
artigo, pois se trata de um dos momentos mais sombrios da história desse grupo.
Lendas
é muito mais do que apenas uma história entre o bem e o mal, com cenas de ação
desenfreadas. Vai muito malem disso, atacando as bases da existência das lendas
com um plano inteligente e perspicaz. Tanto é que, a derrota de Darkseid foi
igualmente genial, mostrando de uma forma natural, sem ser forçado. Faz todo o
sentido para a trama. Uma leitura simplesmente obrigatória para qualquer um que
queira ler uma história inteligente e bem desenvolvida de heróis.
Por Roger
8 Comentários
Outra série para ganhar edição encadernada de luxo que fica na geladeira. A galinha dos ovos de ouro das editoras está no passado das Hqs. Veja o reboliço que houve com o anúncio de republicações de estórias dos anos 80 nas redes sociais. Queria entender porque ficam inventando 52 motivos para não republicar tais séries. Alguém se lembra do especial Mundo de Krypton? Superman de Byrne? Exemplo de materiais que seriam compra certa por antigos e com certeza novos leitores que não tiveram o prazer de acompanhar estas estórias.
ResponderExcluirOlá Paul Ventura. Primeiramente, obrigado pelo comentário. Concordo plenamente com você. Materiais como Novos Titãs de Wolfman/Pérez e Liga da Justiça de Giffen/DeMatteis são clássicos que não podem ficar ao relento, além claro de Superman de Byrne, e até a Mulher-Maravilha de Pérez. Gostei dos "52 motivos", boa referência!
ExcluirVolte mais vezes, sempre será bem-vindo!
Roger, esse é um dos meus clássicos preferidos, todos os elementos legais das HQs estavam lá: Arte limpa e bonita, um bom argumento e os grandes heróis em momentos mais humanos do que se via há muito tempo. Pode ter certeza de que a perseguição aos quadrinhos que aconteceu décadas antes, trazendo o famigerado selo de censura nas HQs, inspirou o argumento da mini-série, já que justamente os inocentes eram os que viam a necessidade de heróis acima da suposta influência negativa de suas imagens, a importância das lendas para inspirarem a sempre serem algo melhor. Além de, como você citou, ter sido o gancho para a recriação da Liga e que se tornou um grande sucesso na época. Uma das melhores sagas dos anos 80.
ResponderExcluirEntão acho que não fui o único (ou um dos poucos) que perceberam uma certa influência, ou até um certo protesto por parte dos escritores àquela fase negra e absurda de perseguição sem fundamento. A Liga "cômica" é um caso à parte para mim, por isso, vou preparar algo especial para eles também. Obrigado!
Excluirjá ouvir falar dessa saga Lendas,mas não sabia que tinha sido a Primeira saga depois das Crises das Terras Inifintas! essa lavagem Cerebral que o Super sofreu foi mostrada no desenho do Superman que passava na Record ! Marcos Punch
ResponderExcluirLendas foi a primeira de uma série de sagas ainda nos anos 80. Mas naquela época ainda havia muita coisa boa para contar. Um exemplo é essa saga que tinha uma mensagem interessante para transmitir, além dos grandes confrontos, é claro. Eu não vi o desenho, mas na saga, o Super sofreu nas mãos do Darkseid, e por pouco não chega a ser tarde demais!
ExcluirOstrander tem o meu eterno respeito por motivos obvios, sabe se tem esse material online para ler?
ResponderExcluirPs:Fiquei com um duvida, o Ostrander ainda escreve quadrinhos?
Tem online sim. Aqui:
Excluirhttp://lasquei.blogspot.com.br/search/label/Lendas%20-%20Grandes%20Cl%C3%A1ssicos%20DC
PS: Bem recentemente eu não me lembro nada dele, já que ele, se ue não me engano, tem um problema meio grave de saúde.
PS2: Estou escrevendo uma série de artigos sobre o Esquadrão Suicida do Ostrander dos ano 80 aqui:
http://www.multiversonews.com/search/label/Planeta%20no%20Multiverso?max-results