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Pontos de Vista do Planeta DC: Superman Terra Um – Volume 2 (Panini)

Para inaugurar a criação de uma nova coluna – Pontos de Vista do Planeta – eu (Roger) e meu colaborador Giulianno nos unimos para contar nossas impressões sobre Superman Terra Um Volume 2, lançado pela Panini. O objetivo dessa coluna é fazer algo um pouco diferente. Enquanto que a maioria dos reviews são individuais e feitos por uma só pessoa, a coluna Pontos de Vista do Planeta continuará mostrando opiniões individuais, porém com a participação do Giulianno, assim, você terá a oportunidade de ler opiniões diferentes (ou iguais) sobre o mesmo material. É uma maneira de poder colocar em prática o lema do blog – Sinceridade e Respeito – pois uma das características do Planeta é justamente a sinceridade em comentar sem a influência de outros, mas ao mesmo tempo, respeitar qualquer ponto de vista diferente. Espero que gostem da leitura.


Sinopse:
Nesta edição - Poder é o que tem mantido o jovem Clark Kent sozinho. Poder é o que tem feito as pessoas temerem esse estranho vindo de outro planeta. Poder é o que a criatura conhecida como Parasita deseja. E, logo, tal poder custará tudo a todos no mundo! Um Superman ainda inexperiente enfrentará seu primeiro adversário realmente perigoso quando encarar esse distorcido ser, capaz de drenar seus poderes e tomá-los para si. E, se nunca havia ficado claro para o herói quão vulnerável os humanos são realmente, desta vez ele será forçado a compreender! Mas a verdadeira fraqueza do jovem provará ser uma nova mulher em sua vida, que também virará seu mundo de cabeça para baixo.

Nesta sequência do bem sucedido Superman: Terra Um, J. Michael Straczynski e o artista Shane Davis retornam para uma segunda aventura estrelada pelo Último Filho de Krypton, revelando que até mesmo um coração kryptoniano pode se partir.


Opinião do Giulianno:
Não é de hoje que vemos heróis tradicionais ganharem novas interpretações por artistas e escritores renomados, seja para alavancar as vendas de um título que está na corda bamba ou que perdeu o interesse dos leitores como o clássico exemplo do Demolidor, ressuscitado por Frank Miller às portas do cancelamento definitivo ou como sagas curtas da linha ‘O Que Aconteceria Se...’ tão famosas anos atrás. Nesse rumo a DC iniciou uma série de Graphic Novels chamada Terra Um tendo seus maiores heróis, Batman e Superman, recriados para uma realidade diferente trazendo outra visão para suas origens. O projeto rendeu frutos tanto que mais heróis estão ganhando suas versões para a Terra Um, como Flash, Aquaman, Mulher-Maravilha e os Jovens Titãs.

Com uma considerável demora, a Panini lançou o segundo volume do Superman com o mesmo time criativo da primeira parte: o escritor J. Michael Straczynski e o desenhista Shane Davis, essa segunda parte apresenta uma evolução tanto na arte como nos argumentos, apesar do primeiro volume ter sido de autoria dos dois, nesse volume eles dão sinais que ficaram mais a vontade com a nova face criada para o Homem de Aço. Deve ser o fato de poderem trabalhar melhor o lado do alienígena que quer ser humano, porém nunca irá se encaixar no nosso meio, as diferenças nunca deixarão de existir e o risco do uso errado dos seus poderes é tanto uma ameaça para sua permanência na Terra como um risco para os representantes da segurança mundial.

Straczynski construiu uma história mais envolvente e emocional fazendo com que Clark tenha
que viver na balança da vontade de agir como um humano, ter vontades e desejos de um homem normal sabendo que a normalidade humana não está ao seu alcance, e o embate contra o vilão Parasita o faz lembrar o quanto somos frágeis e quebradiços, outro ponto a ressaltar é que o Parasita ganhou, pelo menos para mim, a sua melhor versão para HQs já feita, mesmo com a origem rápida, pois é um volume único e as situações precisam acontecer em instantes, tanto a construção científica dos seus poderes como a justificativa para o seu caráter desumano tiveram um resultado muito satisfatório. Ainda para pressionar mais a situação, Clark precisa aprender a lidar com os limites das suas ações e seus efeitos sobre a humanidade, como fã de Star Trek fiquei pensando na Primeira Diretriz, aonde eles não tem o direito de influenciar uma cultura atrasada ou interferir em suas ações, o Superman passa por um dilema parecido: Como ajudar aqueles que não querem ou não acreditam em suas motivações sem alterar o rumo da história do planeta? 

E outro ponto que melhorou bastante do primeiro para o segundo volume foi a arte de Shane Davis, no primeiro eu tive a impressão de estar lendo a adaptação de um filme para as HQs devido a arte um pouco ‘dura’, desta vez Davis fez um trabalho de traços mais suaves, ágeis e que trouxeram um resultado bem melhor, minha única ressalva é que Clark fica, em certos momentos, com cara de paspalho ou alienado, tudo bem que ele não pode andar com cara de herói para os colegas, mas disfarçar demais levanta suspeitas, como acontece com Lois Lane que não engole o fato de um iniciante do interior conseguir a entrevista exclusiva com o primeiro super-herói da história.

Recomendo a leitura, é uma boa história de heróis e uma das melhores visões criadas para o Superman nos últimos tempos.

Opinião do Roger:
Antes de ler Terra Um Volume 2, vale a pena ler o Volume 1, pois essa história é continuação direta do primeiro volume. Clark Kent se estabelece em Metrópolis, trabalhando para o Planeta Diário. Ele aluga um apartamento humilde e discreto, onde são apresentados dois vizinhos que terão certa importância na trama – Eddie e Lisa.

Jimmy Olsen aparece menos do que eu esperava, porém a participação de Lois é maior e pode ter uma influência decisiva futura, já que ela passa a história investigando o passado de Clark Kent, e nessas investigações podemos aprender muito sobre o que motiva o jovem kryptoniano atualmente. Perry White também aparece relativamente pouco, mas com muita personalidade.

O vilão da trama é o Parasita, onde mostra sua origem e o que o leva a praticar tantas atrocidades depois de sua transformação. São deles, Superman e Parasita, as vibrantes cenas de luta e ação de tirar o fôlego. O Parasita parece levar o jovem Superman ao limite, tendo até mesmo que recorrer à Fortaleza da Solidão e sua tecnologia de Krypton como aliados.

O exército está preocupado com o alienígena e, em secreto, começa a tomar providências, realizando testes, experiências e até mesmo contratando os serviços do casal Luthor, que devem ser mais desenvolvidos no Volume 3. Essa preocupação por parte dos militares me lembrou o trailer do filme Batman v. Superman, onde a destruição provocada pelo Homem de Aço e o General Zod não passou despercebido.

Portanto, a história de divide em várias subtramas – (1) Clark Kent tentando se adaptar não somente ao seu novo status como defensor dos fracos e oprimidos, onde posso destacar sua tentativa de ajudar os habitantes da ilha de Borada (me lembrei de Injustiça), bem como o de repórter do Planeta Diário, (2) A desconfiança e as investigações de Lois sobre o passado de Clark, (3) O surgimento de um novo vilão, o Parasita, e o brutal combate entre ele e o Superman, (4) o exército americano se preparando para uma eventual mudança de lado do Homem de Aço, de herói à ameaça.

Com tudo isso, o que me chamou mais a atenção foram o desenvolvimento dos personagens e seus relacionamentos. Nisso, o roteirista J. Michael Straczynski mandou muito bem. A personagem Lisa serve para ampliar e expor todo o lado humano de Clark Kent com suas incertezas e inseguranças originadas na maneira como seus pais o criaram devido a seus super poderes. Eddie conseguiu em apenas uma cena, no final da história, ajudar Clark a saber qual o seu lugar no mundo, seu objetivo e sua determinação. Os desenhos de Shane Davis são muito bons, gostei especialmente dos quadros ricos em detalhes e de como ele desenha em ângulos diferentes os personagens e os cenários.


Superman Terra Um Volume 2 é simplesmente leitura obrigatória, um belo exemplo de que é possível fazer boas histórias com o Superman, mesmo alguns achando que se trata de um herói difícil de se escrever para os dias atuais, mas Straczynski prova que é possível sim. 

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4 Comentários

  1. Rapaz, eu tentei fazer isso a cerca de um ano, mas meu ex-parceiro não se interessou muito, seria nessa mesma estrutura, só divergiria na minha ser dividida entre "Texto A" e "Texto B". Primeiramente, gostei do banner, mais do que bem vindo essa atualização. embora que eu tenha errado bastante nisso desde sexta, mudei template, perdi o original, perdi todos os comentários, uma porrada de problemas, vou praticamente recomeçar do zero tudo lá. Sobre os textos: Ainda não li esses quadrinhos, embora tenha folheado ambos uma vez e ligo alguns trechos, gostando do pouco que eu li. Particularmente, acho o Stranz um dos melhores roteiristas dos últimos dez anos, bem como um dos mais injustiçados, já que constante ele é tido como chacota, praticamente é uma moda, um pretenso modo de parecer intelectual começar a xingar os trabalhos do cara, muitas vezes sem nem ler.

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    1. Tenho notado que o template do seu blog está sempre passando por modificações e fiquei pensando que você ainda deve estar procurando um formato "ideal". O último template que eu vi do seu blog, ficou parecido com o do ANT, pois dá para escolher vários tipos de visualização. Estou lendo (e relendo) a fase do Aranha do Straczynski e é realmente muito boa. Ainda não cheguei na história sobre o Norman e a Gwen que todos reclamam, por isso ainda não posso dizer sobre isso. Os roteiros dele sempre me passam a impressão de terem sido escritos para um filme. Ah, e por falar em Texto A e Texto B, o meu do primeiro álbum do Pink Floyd já está pronto. Se quiser retomar esse projeto, estou dentro!

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    2. Vamos retomar sim, toda vez eu olho para o album, deixo-o no desktop, mas as palavras não conseguem vim direito, mas como hoje fazem vários dias que eu não escrevo, além de eu estar temporariamente inspirado por três filmes de ontem, bem como uma noite de sono um tanto como alucinógena -- natural, embora eu ande pensando e fazer uma viagem psicodélica através de ervas indígenas -- eu vou arriscar algo hoje. Mas tarde te mando um e-mail se eu conseguir algo.

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    3. Opa, fico no aguardo. Vou dar uma procurada nos meus arquivos e também vou te mandar por e-mail o que eu já fiz.

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