O
desenhista e roteirista Frank Miller – que estará no Brasil em
dezembro deste ano – participou da Comic-Con de Paris e
deu uma entrevista ao jornal francês Le Monde sobre seu novo trabalho,
Dark Knight
III – The Master Race (cuja tradução é a “Raça Superior”, uma
alusão ao termo usado pelo partido nazista durante a Segunda Guerra Mundial).
Miller
explicou que uma das vantagens de um herói tradicional como o Batman é que você
sempre pode revisitá-lo e transformá-lo. Sobre as razões de seu retorno ao
material depois de 14 anos, Miller foi simples: “Tive uma nova ideia”.
Batman
sempre será um personagem importante, mas nessa história, Superman tem um papel
maior. O enredo mostrará a libertação da Cidade de Kandor, a capital de
Krypton, o mundo no qual nasceu o Homem de Aço. Batman libertará um milhão de
kryptonianos com os poderes do Superman e eles estarão soltos no planeta.
Superman e os outros heróis mascarados terão que se juntar para evitar a
conquista da Terra.
No
terceiro episódio, Batman ainda é uma das pessoas mais inteligentes do mundo.
Esse é o seu segredo, mais do que sua força física. Mas para derrotar todos os
“Supermen”, ele precisará da ajuda de muitos outros heróis do panteão da DC Comics. Miller disse
ainda que seu Batman sempre foi um pouco anarquista, mas em The Master
Race ele se tornará praticamente um revolucionário.
Sobre
as críticas de álbuns como 300 de Esparta, Holy Terror – Terror
Sagrado, a série Sin City e até o título de Cavaleiro das Trevas
3, que em inglês se chama Dark Knight III – The Master Race, ele disse que
não estaria cumprindo seu papel como artista se não estivesse provocando as
pessoas e causando reações.
Perguntado
sobre seus valores morais e o de seus heróis, Miller respondeu que seguir
regras de conduta e um código de honra não é difícil. A parte difícil é criar e
desenvolver essas regras e códigos. Segundo ele, isso é o trabalho de toda uma
vida, para ele e os personagens que escreve. O artista também
revelou que está trabalhando numa nova história de Sin City, que se
passará no período da Segunda Guerra Mundial, um assunto favorito do
desenhista. Sin City, Home Front mostrará o romance de um agente federal
estadunidense com o líder da rede underground da resistência
francesa.
Respondendo
à pergunta se ele acha que estamos nas vésperas de uma revolução, Miller
respondeu: “Não. Cavaleiro das
Trevas 3 é uma obra de ficção. Mas será uma boa leitura.”
Fonte: Universo HQ
4 Comentários
Miller destruindo até os dias de hoje. É incrível a resposta dele "...não estaria cumprindo seu papel como artista se não estivesse provocando as pessoas e causando reações." De fato é sobre isso. As pessoas hoje lêem apenas aquilo que acham "certinho" e não aceitam ser provocadas. Até mesmo minha mulher acha "Clube da Luta" ofensivo. Esse é um excelente intuito de se escrever -- por isso também o faço, porém com 1% da maestria de Miller -- provocar.
ResponderExcluirVi em alguns sites que essa foi a intenção do Miller ao escrever Cavaleiro das Trevas II, uma espécie de provocação ao que estava acontecendo naquela época, embora eu pessoalmente ainda não goste dessa história. De qualquer forma, Miller no Brasil é tudo que um fã de quadrinhos poderia querer, imagina a fila que vai estar no estande dele... Me lembro até hoje de como eu ficava ansioso esperando pela edição seguinte do primeiro Cavaleiro das Trevas que a Abril lançava em formato americano nas bancas.
ExcluirEu li poucas analises do Cavaleiro das Trevas II, mas sempre levei como uma provocação bem elaborada do que se tornaria um dia a superexploração dos quadrinhos, onde todo mundo quer ser "pop", "geek", fazer cosplay e demais coisas, é um tapa certeiro do Miller, melhor dizendo, uma voadora com dois pés.
ExcluirComo eu disse, ainda não gosto muito desse II, mas concordo com sua opinião assim como dos demais que disseram algo parecido. Me lembra a HQ Prez que a DC está lançando e faz parte do DC YOU.
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