Li
Homem-Aranha #30-35, com roteiro de J.
M. Straczynski e desenhos de John Romita Jr.
Straczynski
começa sua excelente fase no Homem-Aranha com Peter e Mary Jane separados. Ela
está em Los Angeles investindo em sua carreira artística e ele vai trabalhar
como professor em seu antigo colégio, o Midtown. Ao tentar ajudar seus alunos
dentro e fora da classe, Peter conhece o misterioso e bem-sucedido Ezekiel Sims
que conhece sua identidade secreta e aparentemente possui seus mesmos poderes
aracnídeos. Sua repentina aparição tem como objetivo salvar a vida de Peter das
mãos do imortal Morlun, que absorve a essência da aranha do corpo de todos que
possuem essas habilidades, incluindo Parker.
JMS
sai da zona de conforto e faz a seguinte proposta que dá o que pensar: “Foi a
radiação que possibilitou que a aranha desse poderes à Peter ou a aranha tentou
transmitir seus poderes antes que a radiação em si a matasse? O que veio
primeiro: a radiação ou o poder?”. Essa indagação terá repercussões futuras e
faz com que a leitura das histórias do Homem-Aranha daqui pra frente se torne
muito mais rica, quando levamos em conta essa pergunta. A criação de Morlun
para essa trama só enriquece ainda mais a mitologia do Aranha. Um ser que
precisa caçar e sugar a energia vital de pessoas com poderes de animais, como
se fosse uma espécie de vampiro, poderoso e inabalável que testa a força de
vontade do herói aracnídeo além de seus limites. A cada confronto entre eles,
fica claro porque o Homem-Aranha é um herói tão querido, e precisa receber o
devido respeito. Uma obra prima na longa história de altos e baixos da versão
616 do Homem-Aranha. Leitura imperdível.
Por Roger
2 Comentários
JMS é extremamente criativo, seu Aranha sai da zona de conforto em só fazer o Aranha tirar umas fotos e lutar contra o vilão da semana enquanto enrola sua tia. Ele já começa com a seguinte pergunta implicita: "Mas espera ai pessoa, o Aranha não é um personagem realista e pé no chão? Ele nunca vai crescer? Esse cara precisa arranjar outro emprego, um homem como ele luta pelas pessoas com e sem a máscara", logo assim, o fazendo um ótimo professor, o que fez todo o sentido para mim, tornou até mais humano, se me permite. A "origem totêmica" foi um alvo gigante de críticas, como se o ponto de interrogação que ele colocou fosse a maior deturpação do mundo. Mas é assim mesmo, o que importa, é que ambos gostamos, além de ter durado um bom período, algo que nos sempre vamos poder retomar -- as vezes, em encadernados -- para nos amparar frente a esse quase mangá que o Slott transformou o Parker.
ResponderExcluirNão sabia que a questão dos totens também tinha gerado polêmica. Para mim foi a grande sacada das últimas décadas nas histórias do Aranha (eu perdi a saga do Clone, por isso não posso opinar, mas no geral, a trama do JMS foi uma ideia fabulosa!). E a tensão de ver o Aranha contra um inimigo que simplesmente não tinha como ser detido, como o Morlun. E ainda assim, ele sempre dizia que não era pessoal, mas apenas uma questão de pura e simples sobrevivência. Toda vez que releio, fico tenso ao ler essa perseguição. JMS, está de parabéns e ainda bem que você também conseguiu encontrar pontos positivos que o fazem apreciar essa obra. Panini, Marvel DeLuxe dessa fase, por favor!!
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