Shazam – Com Uma Palavra Mágica é mais um encadernado capa dura da
série Novos 52 lançada pela Panini. E o Planeta Marvel/DC gostaria de deixar
suas observações. Mais uma produção em parceria com nosso colaborador Giulianno
de Lima Liberalli.
Sinopse:
SHAZAM! Com essas duas simples sílabas, um jovem
perdido, mas de coração puro, se transforma no Mortal Mais Poderoso da Terra e
usa seus tremendos poderes para salvar os inocentes. Essa é a história que você
conhece… e essa é a história que vai ser revolucionada agora! Pelas mãos de
dois criadores consagrados – GEOFF JOHNS e GARY FRANK – um dos maiores ícones
das histórias em quadrinhos volta ao Universo DC em uma nova roupagem, mas
ainda carregando todas as características que o transformaram em uma lendária
figura da cultura mundial. E, junto com ele, toda a sua carismática galeria de
aliados e terríveis inimigos!
Opinião do Giulianno:
“DIGA A PALAVRA!”
Shazam é um dos mais
clássicos heróis da DC, sua popularidade é tão grande que ameaçou o posto do
Superman como o mais famoso dos quadrinhos enquanto era conhecida como National
Comics em 1940, o herói antes conhecido como Capitão Marvel era da concorrente
Fawcett Comics e foi criado por Bill Parker e desenhado por C. C. Beck, sua
aparência foi inspirada em um ator americano chamado Fred McMurray, o problema
com o Homem de Aço foi aos tribunais gerando uma disputa que acabou durando
doze anos culminando no cancelamento da revista devido às baixas vendas. O
personagem caiu no limbo durante anos até ser comprado pela DC Comics em 1973
voltando às bancas desenhado por C. C. Beck durante os nove primeiros números,
porém foi renomeado para SHAZAM pois a Marvel tinha lançado em 1967 o seu
Capitão Marvel e o nome não poderia mais ser usado na revista.
De lá para cá o personagem
marcou presença em vários eventos importantes do universo DC, tendo um papel de
destaque na excelente Reino do Amanhã de Mark Waid e Alex Ross ganhando uma
representação divina dos seus poderes como nunca antes feita, mas sempre houve
um sentimento de rebaixamento quanto ao uso do herói, parece existir um receio
de que ele possa novamente ameaçar o posto do Superman, nada mais merecido para
esse personagem que consegue ser tão carismático como o Homem de Aço e é nesse
ponto que a reformulação dos Novos 52 lançada em capa dura pela Panini se
apoia: Uma visão moderna e muito mais crível para Shazam pelas mãos de Geoff
Johns com uma arte inspirada de Gary Frank, pena que nada foi sinalizado para
dar continuidade ao título nos EUA, a nova versão baseada em um Billy Batson
órfão e amargurado pelo destino que recebe poderes maravilhosos, o seu único
pensamento é se dar bem conquistando o que lhe foi negado devido a vida que
teve pulando de lar em lar adotivo até ir parar junto com outros órfãos que lhe
mostram o quanto as pessoas podem ser unidas e menos
egoístas dando outra perspectiva sobre a ideia de família, Adão Negro e Silvana
também ganharam novas roupagens bem melhores e motivações mais claras e a
verdade sobre o passado do Adão Negro é arrepiante quando revelada nas partes
finais da mini e a participação dos Sete Pecados é breve, porém promissora.
Geoff Johns criou uma base moderna e muito boa para o Shazam no século 21,
lamentável que a DC não tenha dado incentivo para a saga continuar até o
momento, mas o lançamento da Panini vale a pena para os fãs do personagem, o
ponto negativo é que a Panini não dedicou nenhum texto sobre o herói ou sua
história pré-Novos 52, tirando isso a edição é 10.
Opinião do Roger:
Shazam foi um dos
casos clássicos de verdadeiro “reboot” pelos Novos 52, começando pela origem do
personagem. Billy Batson é um jovem órfão muito problemático que esconde uma
complexidade profunda devido à suas perdas na infância. Isso dificulta sua
convivência e permanência em famílias que desejam adotá-lo. É um personagem
muito rico que daria para ser mais explorado caso a série continuasse. Apesar
de não haver nenhuma possibilidade à seu favor, Billy é escolhido para ser o
novo portador dos poderes do Shazam, o campeão da magia, e precisa lidar com
sua própria inexperiência, motivações e poderosos vilões como Adão Negro e os
Sete Pecados Capitais. Destaque também para o Dr. Silvana numa versão menos
caricata e mais inescrupulosa e manipuladora. Os “irmãos adotivos” de Billy
também merecem uma menção, suas diferentes personalidade foram bem retratadas e
usadas em diversas situações.
O roteirista Geoff
Johns é bem conhecido por ser um profundo conhecedor do universo DC, e mais uma
vez, ele mostra conhecer muito da mitologia do Shazam, em vista das várias
referências encontradas nessa série, ao mesmo tempo, empregando um ar mais
contemporâneo e palpável. Parece ter sido proposital a forma como Johns deixou
várias “pontas soltas” que poderiam ser desenvolvidas em continuações. Os
desenhos de Gary Frank estão belíssimos, com um apurado grau de realidade e
detalhes. Uma obra para ser apreciada, tanto na sua estrutura quanto na ilustração.
E o preço de capa é bem convidativo – R$29,90. Leitura recomendada.
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