Quando não
se espera muito de uma hq fica mais fácil se surpreender positivamente, não que
eu possa dizer que foi uma grande surpresa positiva ler Batgirl 1, mas como a
história não tem grandes pretensões até que há um funcionamento razoável numa
narrativa relativamente divertida e redonda.
Nela vemos
a clássica Barbara Gordon voltando a vestir o uniforme da versão feminina do
Batman, porém ela está assustada e temerosa, pois havia passado três anos numa
cadeira de rodas por obra de um tiro do Coringa; fato que ocorre na célebre hq
A Piada Mortal de Alan Moore (o episódio não foi limado da cronologia como se
pode perceber).
Entretanto
o roteiro em si, da quadrinista Gail Simone, não tem nada demais; não consegue
explorar muito bem o drama, mas também não chega a ser irritante e
insuportável; basicamente ele convence o que possibilita atender a demanda dos
fãs dos personagens sem ser suficientemente interessante para atrair novos
leitores.
Outro
problema percebido no roteiro é a indecisão de Simone em optar por uma história
leve e bem-humorada ou carregada e dramática, assim a oscilação entre as duas
linhas é constante (com predominância ao viés dramática) dificultando o
processo de criação de um ambiente verossímil e envolvente.
Por outro
lado a arte de Ardia Syaf é uma bela surpresa com traços firmes e bem cuidados
que conseguem exprimir as cenas permitindo um entendimento muito natural do que
se passa. É verdade que existe um ou outro defeito de acabamento em alguns
casos e uma dificuldade maior, e comum, em representar cenas de luta e
movimento, mas longe de ser algo que chame atenção passando despercebido por
leitores pouco atentos aos detalhes.
Batgirl
número 1 consegue assim contar uma história pequena, que justamente devido a
sua proporção não sofre problemas com as indecisões narrativas de sua autora ou
com a carência considerável de acontecimentos de grande relevância.
Longe de
ser uma história marcante, a narrativa tem um fechamento condizente expressa em
belos traços, o que pode ser uma diversão válida para alguns fãs de
super-heróis, mas que provavelmente não convencerá aqueles que, por acaso,
exijam um algo mais, ou melhor.
Fonte: Leia Literatura
2 Comentários
cuidado pra não tropeçar no Pano de fundo com suas "novas" pernas funcionando e preste atenção pra não encontrar nenhum Coringa nessa história curta e leve que a Simone "inventou" pra Barbara Girl!! Marcos Punch.
ResponderExcluirBom, pelo menos nada de Coringa nesse comecinho. Mas depois...
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