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Planeta Resenha Marvel: MARVELS

Um clássico! Lindo, absoluto, inigualável. É assim que muita gente vê Marvels e é assim que a obra deve ser vista. Se você já leu, deve concordar. E se nunca ouviu falar da HQ ou tem conhecimento e prossegue cometendo o sacrilégio de não ler, deve estar se perguntando: o que tem de tão especial?

Bom, vamos lá...


Tudo! A começar pelas ilustrações de Alex Ross, algo nunca visto antes na indústria dos quadrinhos de super-heróis – e, possivelmente, na indústria de histórias em quadrinhos em geral. Muitos já exploravam traços realistas, mas nada que chegasse ao hiper-realismo de Ross, que utilizou largamente modelos vivos e fotografias para criar pinturas fascinantes, imersas em grande expressividade e detalhes, com complexa utilização de cores, luz e sombra. É divertido e fascinante ver seus heróis preferidos recriados com um pé na realidade, próximos do que seriam se fossem reais. Isso fez o queixo de muita gente cair na época. E como certeza causa o mesmo efeito até hoje, mesmo após o estilo de Ross ser tão amplamente perseguido e recriado, sendo explícita influência para muitos artistas.

E também, não menos importante, tem o dedo de Kurt Busiek. Ross, a princípio, tinha uma ideia simples de recontar a história dos mais importantes heróis clássicos da Marvel. Mas Busiek enxergou mais longe e decidiu contar uma história sob o ponto de vista de pessoas comuns, principalmente pelo olhar de um jornalista, que narrava os fatos na mídia conforme iam acontecendo. Assim, Busiek recontou as primeiras aparições de diversos super-heróis como ocorreram há diversas décadas, sempre sob o ponto de vista do fotojornalista Phil Sheldon, um cidadão comum que, assim como todos, se vê deslumbrado e ora amedrontado pelos super-humanos que ele apelida de “maravilhas”.

O roteiro é primoroso por tratar de questões sociais profundas, como o progresso científico, o medo e as reações violentas diante do desconhecido, a questão da idolatria e da subserviência e a sensação de impotência quando os humanos normais descobrem que não estão mais na crista da onda no planeta Terra.

Tudo começa quando surge um sujeito capaz de inflamar o próprio corpo e sair por aí voando, deixando um rastro de fogo pelo ar. O Tocha Humana entra em confronto com um cara peladão de orelha pontuda, sobrancelha estilo drag queen, que nada como peixe e é capaz de erguer um tanque de guerra. Primeiro os americanos se apavoram, depois ficam maravilhados com a novidade, principalmente quando surge alguém com uma aparência menos assustadora e mais, digamos, “motivadora”, como o Capitão América. A própria situação dos Estados Unidos na Segunda Guerra se altera em decorrência dos acontecimentos tratados em Marvels. Daí em diante vão surgindo mais e mais heróis superpoderosos, o que traz alívio diante da iminente entrada dos EUA na Guerra. E em contrapartida, surgem também os supervilões, para desespero de todos. E não só isso! Aparecem também seres superpoderosos que, apesar de inofensivos e de estrem do lado da humanidade, não são compreendidos como heróis, mas como ameaças que devem ser exterminadas. Quem? Uma dica: eles formam diversos grupos iniciados pela letra X.

A série foi originalmente lançada em quatro edições, publicadas de janeiro a abril de 1994, e aqui compilados em volume único pela Salvat. E além das quatro edições, esta ainda brinda os leitores com alguns bônus, como prefácios escritos por nada mais nada menos que Stan Lee, John Romita e os próprios Kurt Busiek e Alex Ross, além do prequel Marvels #0, entre outros materiais interessantes.

Pra guardar com carinho num espaço especial da prateleira.

Marvels (Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel Vol. 13) - 224 páginas - formato 17 x 26 cm - R$ 29,90 - lançado em dezembro de 2013 – Editora Salvat do Brasil (coleção prevista para ter 60 volumes).



Fonte: HQ Maniacs

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