Como visto na minissérie "Sem Medo", a asgardiana Valquíria,
também conhecida como Brunhilda, a favorita de Odin para conduzir os guerreiros mortos
para Valhala, recebeu a
incumbência das atuais regentes de Asgárdia,
as Mães Supremas, de
selecionar uma nova tropa de valquírias dentre as heroínas de Midgard (Terra). A empreitada se tornou mais
difícil do que o esperado e, com o tempo, ela acabou negligenciando a tarefa.
Como veremos a seguir, no roteiro de Cullen
Bunn e arte de Will Sliney no encadernado Defensores - Sem Medo #1 lançado
pela Panini, que traz os 6 primeiros números da minissérie The Fearless
Defenders, publicada nos EUA, o preço dessa negligência será alto demais.
Val decide partir para Asgárdia e
consultar as Mães Supremas sobre o que fazer e as outras duas mulheres exigem
acompanhá-la. Relutantemente, Val concorda e as previne de que a jornada não
será agradável. Ela acrescenta que a mensageira que reanimou aqueles mortos
cantava algo sobre uma tropa maligna prestes a ressurgir, as Damas da Destruição e que a culpa disso tudo era dela,
Val.
Elas partem para Asgárdia, ao mesmo
tempo em que Dani Moonstar,
líder dos Novos Mutantes e
também uma valquíria, sofre um ataque em sua própria residência e é capturada,
não sem esforço, pelo Senhor Raven e é aprisionada por LeFay em um casulo de
pedra em local desconhecido. "Você está aqui porque preciso de você e
quero ser como você", ela diz, "quero me tornar uma valquíria".
Ignorando totalmente esses
acontecimentos, Val, Misty e Annabelle chegam a seu destino e se dirigem a uma
audiência com as Mães Supremas. Estas não se encontram nada satisfeitas,
principalmente com Val, que recebe uma reprimenda por ter deixado sua missão de
lado. As regentes contam que a ausência de uma tropa de valquírias criou
"um vácuo na ordem natural" que poderia ser preenchido pelas Damas da
Destruição, que foram as primeiras e mais poderosas guerreiras de Odin mas que
foram corrompidas por algo que viram nas profundezas do espaço e se tornaram
assassinas de deuses e de homens. Elas foram detidas pelo próprio Pai Supremo
mas parecem prestes a retornar. A audiência é interrompida pela chegada
intempestiva de Hela, rainha
dos mortos do submundo de Hel,
que confirma o iminente retorno desta "hoste horrenda", segundo suas
próprias palavras e traz sua campeã para combatê-la: a rainha amazona Hipólita, filha de Ares, o deus grego da guerra,
que pereceu em combate na própria Asgárdia.
A presença de Hela é vista com
enorme desconfiança mas ela diz que as Damas da Destruição, após terem
conquistado o reino dos vivos, fatalmente iriam atacar o dos mortos e que, além
disso, uma de suas valquírias foi capturada, Dani Moonstar, para que sua conexão
com Hel possa ser utilizada para suprir a necromancia necessária para
despertá-las. As Mães Supremas determinam, então, que ao lado de Hipólita
também lutarão Val, Misty e Annabelle para representar os interesses de ambos
os reinos, Asgárdia e Hel.
Hela envia todas as escolhidas a uma
cidade fantasma, onde rastreou a ressonância de antigos rituais. Elas encontram
as redivivas Damas da Destruição mas elas não parecem estar em plena forma e o
combate se inicia. Anabelle liberta Dani, enquanto a hoste horrrenda parece
reconhecer Val como uma delas. Quanto mais o combate se arrasta, mais suas
inimigas recuperam sua lendária perícia e as heroínas decidem bater em
retirada. Logo em seguida, as próprias Damas da Destruição saem para fazer jus
ao nome cavalgando seus leviatãs voadores. À distãncia, Raven e LeFay observam
os acontecimentos com grande satisfação.
As heroínas se reúnem em um dos
abrigos de Misty em Nova York. Valquíria desenterra uma lembrança de eras
atrás, em que ela era Brunhilda, a Dama
do Ódio. Odin, por considerá-la sua favorita, ao invés de condená-la às
trevas permitiu que ela vivesse e retirou suas memórias para que ela tornasse a
conhecer o sentido da honra. "As Damas da Destruição vão me procurar
porque sou uma delas", ela revela para as demais e, para combatê-las,
decide partir junto com Hipólita e Dani para algum lugar deserto onde nenhum
inocente será ferido. Misty fica para trás com Annabelle e decide providenciar
uma retaguarda para quando a situação assim o exigir.
As três guerreiras chegam em um
lugar chamado "Descanso de Deus", situado no Brasil. Logo
após, LeFay e Raven surgem cavalgando os leviatãs voadores das Damas da
Destruição. Valquíria derruba ambos mas logo as Damas aparecem, dispostas a uma
investida final. Quando a rendição das heroínas parece inevitável, finalmente
chega a "cavalaria" convocada por Misty, que reúne algumas das mais
poderosas e mortais heroínas do Universo Marvel: Tempestade, Mulher-Hulk, Viúva-Negra, Elektra, Capitã Marvel, Mulher-Aranha, entre outras.
Infelizmente, Val sabia que o poder de
todas essas heroínas reunidas seria insuficiente para alcançar a vitória.
Então, ela trouxe deliberadamente o combate para esse local isolado aonde
poderia dispor das energias asgardianas de Dani e se tornar novamente
Brunhilda, a Dama do Ódio, e assim a hoste horrenda é derrotada de maneira
definitiva e todas as demais heroínas são colocadas a nocaute com exceção de
uma, Annabelle Riggs, que enfrenta Brunhilda movida pelo amor que sente
por ela. Tamanha demonstração de coragem faz com que Val reassuma o controle de
seus atos mas não antes da Dama do Ódio fazer sua última vítima fatal, a
própria Anabelle. Lamentando profundamente o ocorrido, Val assume o compromisso
de criar uma hoste de Defensoras para
proteger o nosso mundo. Bem longe dali, Raven e LaFay, que se aproveitaram da
confusão para escapar, dedicam-se a estudar várias super-vilãs para escolherem
suas próprias Damas da Destruição.
A história seguinte do encadernado,
"Eu Mato Pelas Estrelas", trata-se da republicação de The
Defenders #1, que traz a equipe em sua formação original: Hulk, Dr. Estranho e Namor,
com o roteiro de Steve
Englehart e desenhos de Sal Buscema, em que eles
enfrentam e derrotam a muito custo o misterioso Necrodamus, servo de um inimigo
comum a eles, os Imortais,
espécie de demônios "que nasceram em algum cosmo atemporal
desconhecido". A história não se concluiu aqui, faz parte de um arco
originalmente publicado nas antigas edições de "Capitão América" da
Editora Abril. Não sei se a Panini dará continuidade a ele no número seguinte
deste encadernado, já que o checklist de maio ainda não saiu.
O escritor Cullen Bunn dá sequência
aos eventos que narrou em "Sem Medo" e, como lá, Valquíria é a
protagonista deste arco de histórias. É uma leitura agradável, nada de
excepcional, em que o escritor soube usar com competência o recurso do
"retcon" para criar um passado para a guerreira asgardiana que achei
bastante interessante e coerente com a personagem. Ao meu ver, ainda falta
esclarecer melhor o propósito francamente niilista do par de vilões formado por
Raven e LeFay. Não diria que se trata de um material "imperdível" mas
que cumpre o seu papel de entreter com honestidade. Os desenhos de Will Sliney
são corretos em sua apresentação e narrativa e combinaram bem com esse tipo de
história.
Quanto à Panini, se a editora queria
mostrar uma história com os Defensores originais, para mim faria mais sentido
ter colocado neste encadernado a história em que eles se reuniram pela primeira
vez, publicada em Marvel Feature #1 em 1971 nos EUA e publicada aqui em Capitão
América #52 pela Abril, salvo se ela der sequência a este arco no próximo
encadernado. Achei muito boa a iniciativa do editor de colocar referências a
números anteriores que remetem aos tempos da Ebal. De qualquer forma, achei
válido o lançamento deste material num papel mais barato e vamos aguardar sua
continuação.
Por Carlos André
Fonte: Universo Marvel
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2 Comentários
Hq para sapatões.
ResponderExcluirCheguei a ler o primeiro arco que foi publicado pela Salvat, e achei apenas OK, Anônimo.
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