Ele é sanguinário, e veio do velho
oeste. Ele busca vingança. Ele é Django? Não, ele é Jonah Hex. Nosso herói de
um passado distante. Mas também de um futuro distante. Ele foi publicado em
mais de sete volumes ao longo dos anos. Mas vamos falar aqui do penúltimo
volume dele, que trouxe a dupla Gray/Palmiotti para o cowboy desfigurado, pouco
antes dos Novos 52.

HISTÓRIA: Há um bocado de história nas
narrativas de Hex. Pra começar, Jonah foi um soldado que lutou pelos
confederados (os que era a favor da escravidão) na Guerra de Secessão. Mas,
muitos dos seus contemporâneos também dão as caras. Em uma história bastante
diferente para os padrões de Hex, ele se encontra com Thomas Edison, que
projeta uma cidade futurística de autômatos.

HISTÓRIAS AUTOCONTIDAS: Com raras exceções, as histórias de
Jonah são autocontidas. Todas elas têm um desenvolvimento incrível, com
momentos de chocar de crueldade e crueza. Com reviravoltas inesperadas e o
sentimento de justiça preservado, mostram que Jonah Hex é mais que um caçador
de recompensas frio.
ORIGEM: A origem de Jonah Hex é nebulosa,
por isso, no encadernado Origem, publicado aqui pela Panini Comics, há três
histórias que mostram diferentes facetas da origem do caça-prêmios. Sua
infância, seu tempo com os confederados e a época em que era escravo dos
apaches. Além disso, esse encadernado traz o arco A Balada de Talulah Black a,
digamos, contraparte feminina do fora-da-lei.

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: O velho oeste é uma fronteira
grande, ainda não conquistada. De lá surgiram muitas lendas. Principalmente no
Universo DC. O conquistador Bat Lash, o demoníaco El Diablo, e muitos outros
cowboys da época do bangue-bangue. A ideia de tantos personagens do Faroeste
reunidos, migrou para a edição dos Novos 52, All-Star Western, ou como foi
batizada no Brasil, Grandes Astros do Faroeste, porém sem o mesmo brilho.
ROTEIROS: Talvez Justin Gray e Jimmy Palmiotti
não sejam os melhores escritores da indústria de quadrinhos, uma vez que já
pariram filhos terríveis como A Batalha por Blüdhaven. Mas deem uma segunda
chance pros caras e vão ver que Jonah Hex é um dos melhores, ou talvez o melhor
trabalho da dupla. Cada encadernado do cowboy desfigurado supera o outro.

ARTE: Para ilustrar as desventuras de
Jonah Hex, a DC chamou, entre muitos, um dos criadores do personagem: Tony
DeZuñiga. Mas o maior destaque vai para Jordi Bernet, cujo estilo europeu casa
muito bem com as histórias do pistoleiro, tendo já trabalhado com outro cowboy
famoso, Tex Willer. Outros artistas deixando lindos retratos (e outros nem
tanto) do oeste na série são Luke Ross, Phil Noto, Rafa Garres, Paul Gulacy,
entre muitos mais.
CRUELDADE: Poxa, crueldade é um motivo pra ler
uma revista? É sim. Ou então me diga porque você lê Wolverine, Lobo, Justiceiro
ou Preacher? Não vai me dizer que é por causa das entrevistas! HAM! Bem, e o
que se poderia esperar de um fora-da-lei que tem o rosto desfigurado e vive
numa terra onde ninguém respeita nenhuma autoridade? Há histórias de arrepiar
os cabelos como a das irmãs que matam os homens e retiram seus membros e suas
línguas, dão de alimentar a outros homens que as visitam só para continuar com
sua vingança contra os machos.
TODOS OS GÊNEROS: Como deu pra ter uma pequena noção,
as histórias de Hex vão além do gênero faroeste. Dependendo da narrativa, temos
o terror, ou o suspense. Também temos o sobrenatural. Guerra. Ficção
Científica. Fantasia. E às vezes até um pouco de drama e romance. Só faltou o
desenho animado.
ENCADERNADOS: O bom de ler essa série do Hex aqui
no Brasil foi que ela foi lançada em seis encadernados pela Panini. Claro que a
série não acabou de ser publicada por aqui, já que foram publicados 36 números
dos 70 originais. Mas o legal é que você não precisa acompanhar do começo esses
encadernados. Pode pegar qualquer um deles e não vai ter perdido nada, é só
mergulhar na areia do deserto.
Cabe aqui mencionar que a série que sucedeu esta, All-Star Western se passa em Gotham City com Hex envolvido com Amadeus Arkham, o criador do Asilo Arkham. A série também possui ligações com o arco Corte das Corujas. Então, já sabe. Go for it!
PS: Esse post foi
publicado primeiro no Terra Zero.
Por Guilherme Smee
Fonte: Splash Pages
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