E chegamos na Parte 4 da série
especial sobre os Novos 52, completando os 52 títulos originais. Veja a Opinião
do Planeta.
Essa série trouxe como história
principal, as aventuras de Jonah Hex, posicionando o caçador de recompensas em
Gotham City nos seus primeiros anos. Isso deu a oportunidade para os
roteiristas Jimmy Palmiotti e Justin Gray explorar uma relação inusitada, porém
interessante entre Hex e Amadeus Arkham (sim, ele mesmo, o criador do Asilo
Arkham). Essa dupla, formada por um carrancudo Hex e um erudito, porém
inseguro, doutor Arkham rendem bons momentos de diversão.
As tramas são básicas, mas bem
elaboradas, e o nível da série não caiu mesmo quando Jonah Hex se viu envolvido
em viagens temporais.
Os desenhos, na sua maioria, por
Moritat combinam com o estilo rústico da época. Uma pena que a Panini parou de
publicar os encadernados (será que quase ninguém se interessou por essa série e
vendeu tão mal assim? Difícil de acreditar...).
Altamente recomendado.
2. Aquaman
Um título que tem como criadores, a
dupla Geoff Johns e Ivan Reis, dificilmente daria errado – e não deu. Johns
apresenta um herói que o público novo e antigo consegue reconhecer e se
identificar, e depois disso, passa a apresentar novos elementos e novos
personagens. Tudo isso com muita ação e suspense. O tom sério da série foi
muito adequado devido ao herói ter sido marcado por ser um personagem “bucha” e
de terceiro escalão durante muito tempo – o que, na verdade, acho um exagero.
A criação do grupo Os Outros fez
tanto sucesso que foi publicado uma revista própria com esses heróis variados.
Mesmo com a troca de roteiristas
(Geojj Johns por Jeff Parker e depois por Cullen Bunn) manteve o bom nível da
revista.
Recomendado
3. Batman: O Cavaleiro das Trevas
Um começo muito ruim, onde o mais
importante pareciam ser apenas os desenhos, deixando a história em segundo
plano.
Felizmente, com a entrada do
roteirista Greg Hurwitz, essa revista passou a ser uma das melhores dos Novos
52. O escritor trabalhou de modo minucioso os principais vilões dos arcos que
ele criou, principalmente o Espantalho e o Chapeleiro Louco. A maneira como
suas origens eram contadas em forma de flashback, conseguiu mostrar de modo
convincente as motivações desses vilões.
Nas edições finais, talvez já
sabendo que a revista seria cancelada, as histórias passaram a ser mais
simples, mas igualmente boas.
Recomandado principalmente a partir
da edição 10.
4. Falcões Negros
Uma força tarefa especial formado
por soldados de elite treinados para combater o inesperado em missões
ultra-secretas e recheadas de tramas de espionagem e ação sem parar. O grupo,
criado e sancionado pela ONU, precisa deter terroristas equipados com alta
tecnologia.
Os principais integrantes, apesar do
pouco tempo de vida da revista, são bem desenvolvidos e a trama consegue
convencer com bons diálogos e sem ser forçado. A ação frenética é o ponto
forte, e no final até mesmo uma reviravolta.
Mais um excelente título que foi
cancelado tão precocemente.
Recomendado.
5. The Flash
Barry Allen está de volta nesse
universo “zerado” da DC Comics. A dupla inicial responsável pelo título –
Buccellato (roteiro) e Manapul (roteiro e desenhos) – cumpriram muito bem sua
missão. Trouxeram todos os personagens principais da mitologia do Flash no
decorrer das 25 edições (mais a edição 0). Os desenhos são um caso à parte –
enquadramentos recheados de informações com traços mais limpos – você demora
para virar a página, pois dá vontade de ficar observando os detalhes dos
desenhos. As histórias foram boas, nada de espetacular, mas com boas tramas bem
desenvolvidas, e juntamente com os desenhos do Manapul se complementam com um
material de primeira.
Depois, as histórias ficaram a cargo
da dupla Venditti e Jensen (atuais responsáveis pelo universo dos Lanternas). O
enfoque passou a ser viagens no tempo, e, apesar de sempre ser complicado fazer
bons trabalhos com essa temática, funcionou muito bem, com bastante suspense.
A Panini pretende lançar o primeiro
arco, e espero muito que lancem o resto.
Altamente recomendado.
6. A Fúria do Nuclear
Quando foi criado no fim da década
de 70, Nuclear era um herói muito interessante – um jovem universitário que se
funde com seu professor, e se torna um ser nuclear que pode manipular matérias
e elementos.
Infelizmente, nos Novos 52, não
souberam desenvolver um título tão promissor e com tanto potencial. As
histórias tinham tramas e diálogos que eu achei muito fracos, além de distorcer
completamente os verdadeiros poderes do herói. Ao invés disso, inseriram vários
“Nucleares” de todo canto do planeta e tentaram criar uma trama focada em
espionagem industrial, que não combinou com a essência do personagem. Uma pena
e um grande desperdício.
Não recomendo.
7. Lanterna Verde – Novos Guardiões
Essa série começou de forma
arrasadora – um representante de cada cor do espectro de luz, parte em busca de
alguns anéis roubados e descobrem que eles estão com Kyle Rayner. O problema é
que Rayner nem faz ideia de como isso aconteceu.
Essa primeira parte (que foi até a
edição 20) foi muito bem desenvolvida e o relacionamento entre esses vários
Lanternas que se reuniram de maneira tão inusitada foi muito divertido de
acompanhar.
Infelizmente, depois que a equipe
(liderada por Geoff Johns) saiu do título, o novo roteirista até que tentou,
mas os elementos deixados para se trabalhar com essa revista, como por exemplo,
os novos guardiões e Carol Ferris, não foi o suficiente para criar boas
histórias.
Na fase final, o título voltou a
ficar interessante, com uma participação importante na saga Godhead envolvendo
todos os títulos dos Lanternas.
Recomendado, mas com ressalvas. Mas,
as primeiras edições, podem ler sem medo de errar.
8. Eu, Vampiro
A premissa dessa série mostra o
vampiro Andrew que durante mito tempo conseguiu preservar a segurança da
humanidade de ser atacada por Mary, que parece ser sua ex-amada. Mas, essa paz
chega ao fim, e Andrew precisa fazer de tudo para enfrentar e deter os planos
de Mary de acabar com a raça humana.
Muito flashbacks mostrando o passado
dos dois, seus relacionamentos e assim por diante. Os vampiros mostrados nessa
série, aparentavam poderes e visuais bem diferentes dos “normais”, e até a Liga
da Justiça Dark precisou da ajuda de Andrew, e vice-versa para enfrentar um
inimigo em comum.
No geral, achei a série fraca, e, em
alguns momentos um pouco confuso de entender.
O ponto alto são os desenhos de
Andrea Sorrentino.
Não recomendado.
9. Liga da Justiça Dark
Um grupo interessante reunindo
alguns dos maiores seres “mágicos” dos Novos 52. No geral, o foco principal foi
em Constantine e Zatanna, mas outros personagens também foram bem trabalhados. Até
mesmo os motivos deles continuarem juntos como um grupo foi bem explicado.
Principalmente nas primeiras edições
(antes de Guerra da Trindade), o grupo teve histórias envolventes e que nos
dava bons vislumbres do universo “dark” da DC, com vários integrantes
conhecidos e desconhecidos.
A equipe sombria também teve
participações importantes na saga Guerra da Trindade e Vilania Eterna, mas no
final, acabou perdendo o fôlego, e muitos integrantes da formação original.
No geral, recomendo, mas não espere
nada grandioso.
10. O Selvagem Gavião Negro
Os primeiros arcos do Gavião Negro
foram muito bons e deram um excelente início ao herói, com sua origem envolta
numa aura de mistério e suspense. Mesmo assim, já nesses primeiros arcos,
fiquei com a impressão de que, todo esse mistério teria um desfecho bem fraco,
e a situação se agravou com a entrada de Rob Liefeld. Já falei várias vezes que
eu não costumo pegar no pé de ninguém, mas é nítido o nível baixo com que ele
conta as histórias, sem contar que seus desenhos são muito ruins. Diálogos sem
fluência, e personagens de uniformes coloridos que aparecem sem nenhuma explicação.
Mais um título que tinha um
potencial muito grande para ser explorado e que foi jogado fora – prova disso,
foi a série do Gavião Negro lançado antes dos Novos 52, com roteiros do James
Robinson e Geoff Johns, isso sim, uma prova de como explorar bem uma mitologia
tão rica quanto à desse guerreiro alado.
Não recomendado
11. Superman
Tentaram mudar tudo na vida do Superman
nos Novos 52 – tanto na sua vida amorosa (acabou o casamento com Lois Lane),
profissional (não trabalha mais para o Planeta Diário) e pessoal (seus pais
adotivos já estão mortos) – realmente mudanças radicais para dar um novo rumo para
o Homem de Aço.
Mesmo assim, eu achei as histórias
muito fracas, novas ameaças com motivações que não me convenceram e vários
crossover com outros títulos (Superboy, Supergirl), mas que foram, no geral,
muito longos e cansativos – vide Inferno na Terra, Krypton Retorna e Condenado.
Li em algum artigo que o escritor
original, George Pérez, não teve a liberdade de desenvolver seus planos para o
Superman de forma adequada e por isso, saiu rápido. Depois disso, nem mesmo os
veteranos Keith Giffen, Dan Jurgens e Scott Lobdell conseguiram apresentar
algum trabalho convincente.
Foi somente com a chegada de Geoff
Johns que o título passou a ter uma história interessante, de como o Homem de
Aço lida com consequências de alguns acontecimentos do passado. Mas o escritor
só assumiu a revista na edição 32. Até aí, tudo foi muito sofrível.
Espero que a DC, com o novo escritor
Gene Luen Yang, dê a liberdade necessária para que ele possa fazer um trabalho,
e principalmente, que não haja tantos crossover para que as histórias do
Superman possam se sustentar e se desenvolver sozinhas.
É difícil não recomendar o título
principal do Superman, mas vou entender quem não gostou da revista.
12. Novos Titãs
Já é praticamente uma unanimidade
que os Novos Titãs de Wolfman/Pérez são inigualáveis. Talvez, só Geoff Johns
conseguiu chegar perto. Tudo bem, então, vamos tentar esquecer todos esses clássicos
e tentar um novo começo para esse grupo de jovens heróis como parte dos Novos
52. Scott Lobdell tentou criar uma trama de espionagem, ação e suspense
contando uma nova origem ao grupo e apresentando seus integrantes de forma
gradativa.
O começo foi até interessante, mas
chegou uma hora (depois de um ano de publicação mais ou menos) onde fiquei com
a impressão de que as histórias começaram a se distanciar demais da proposta
original.
Quando Mutano e Ravena estavam
entrando para o grupo, as histórias ficaram piores e os diálogos ficaram sem
sentido. Ou seja, quando tentaram “mexer” na mitologia de Wolfman/Pérez, não deu
certo.
A última esperança dessa série foi
contar a origem do Kid Flash, que desde o começo da série, era um mistério, mas
nem essa história se salvou.
Não recomendado, à não ser as
primeiras edições.
13. Voodoo
Mais uma personagem vinda da
Wildstorm, assim como o Bandoleiro. Uma jovem stripper que esconde um passado
misterioso e sombrio.
Gostei das duas primeiras edições,
onde tudo era novidade, mas depois disso, fiquei com a impressão de que a série
não teria muita história para contar. Na verdade, nem há muito o que comentar
sobre essa HQ.
A série deu uma reviravolta depois
da metade, mas, de forma mal executada e tudo passou a acontecer de forma
apressada, talvez por saber que a revista seria cancelada logo.
Não recomendado
Assim, chegamos ao fim dessa série
que contou a Opinião do Planeta sobre os 52 títulos originais dos Novos 52.
Espero que tenham gostado e que
tenha servido de alguma forma para dar uma ideia geral de cada um desses títulos.
Caso a recepção seja boa e útil para
os leitores do blog, estou pensando em continuar com essa série de artigos,
opinando sobre as outras revistas dos Novos 52 que foram lançadas depois.
Obrigado por chegar até aqui e
espero que tenha sido proveitoso para você!
Por Roger
2 Comentários
Liga da Justiça sombria eu achei bem legal,principalmente pela adaptação do Constantine nos novos 52(que na minha opinião ficou boa).O mago sacana pode não estar legal como em Hellblazer mas com certeza conseguiu se destacar entre tantos personagens do grande universo Dc.
ResponderExcluirPs:A do Flash eu achei que começou fraca mas melhorou depois.A Galeria de vilões apesar de estar com poderes(prefiro eles com armas) foi muito bem usada.Só o Zoom que eu não curti muito(Não cheguei a "desgostar" mas prefeeira 100000000000000000000000000000 de vezes o antigo.)
Ps2:Continua esses post são bem legais.as eu posso imaginar o trabalho que você esta tendo.
Rapaz, acabei de responder um comentário que o Ozymandias fez num post aqui do blog falando justamente sobre o Constantine. Nos Novos 52 eu acabei não gostando, e nunca li nada de Hellblazer. Pedi para o Ozy me recomendar alguma coisa de Hellblazer para iniciantes. Você também me recomenda alguma coisa?
ExcluirPs: Eu também gosto mais da Galeria pré-Novos 52. Inclusive teve uma minissérie deles durante a Crise Final, que é muito bacana (aliás, uma das únicas coisas que eu gostei dessa Crise Final). Chama-se Rogues Revenge. E também não gostei do Flash Reverso nos Novos 52.
Ps2: Beleza, já me deu uma injeção de ânimo. Estou terminando de ler mais alguns títulos e semana que vem tem a Parte 4. Valeu pela força!