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US News DC: DiDio fala sobre o UDC pós-Convergence

Dan DiDio, copublisher da DC Comics, garante que o novo foco editorial são as novas histórias, para ter certeza de que a DC está trabalhando com a cabeça no futuro.

Terra Zero: Dan DiDio DC You

Em junho, vimos o dia em que os (já não tão) Novos 52 chegaram ao fim, trazendo uma nova leva de títulos e uma nova série de mudanças sob o título de DC You. Essas mudanças vão desde ao Comissário Gordon assumindo o manto de Batman, até novas abordagens como a de Prez, que contará histórias de uma adolescente eleita presidente dos EUA via Twitter, no ano 2039.

Capa de Prez #3, arte por Ben Caldwell

As mudanças, entretanto, refletem as mudanças pela qual a editora passou por trás dos panos, com a mudança de escritório e uma renovação total do foco editorial. Toda uma nova gama de talentos chegou na editora e Dan DiDio, copublisher da DC Comics, falou sobre o assunto ao CBR News.
Temos muitas pessoas novas, com novas ideias e novas energias. Se você olhar para nossos personagens, eles tem décadas de história. O fato de mudarmos é o que os mantém frescos – uma nova carga de ideias com um novo olhar que vai realmente ajudar à implementá-las e, depois, esperamos, levar os personagens à novos horizontes.

DiDio disse que Convergence foi um sucesso além das expectativas e que isso foi uma tendência que se repetiu na primeira semana do DC You, ainda que reconheça que os primeiros meses não sirvam como parâmetros. DiDio garantiu que a editora está monitorando cada aspecto da linha de revistas para saber o que está dando certo ou não.
A história não é contada na primeira semana ou no primeiro mês. A história é contada depois de alguns meses, para ver o que se segura, que tipo de direções as pessoas estão buscando, o tipo de histórias, tipos de visuais. Nós estamos monitorando isso bem de perto. Quando vermos que algo vai fincar raízes e florescer, nós vamos criar mais produtos para dar apoio ao talento ou ao personagem.

Capa de Superman #43, arte de  John Romita, Jr.

Sobre a chegada de novos talentos na editora, DiDio diz que essa é um aspecto essencial, porque representa novos ares para os títulos e heróis.
Gene Yang é alguém que eu estava extraordinariamente feliz em poder trazer. Nós tentamos contratá-lo há anos. Para ele, chegar e assumir um personagem pistolão como o Superman é bem excitante. Gene e John Romita Jr. se deram bem logo de cara e tem um senso real de camaradagem, que eles estão aproveitando. Parece que eles estão trabalhando juntos há anos. Eu amo ver as páginas deles chegar e ouvir o que eles estão planejando para o personagem. Agora que as pessoas estão vendo o que estamos fazendo e o tipo de histórias que estamos tentando vender, é interessante ver que talentos vamos atrair com isso. Nós estamos realmente tentando trazer novos talentos para a DC e nós temos muita coisa para lançar – não para substituir nada imediatamente – mas coisas que podemos deixar engatilhadas conforme outras coisas vão chegando ao fim.

Para DiDio, as mudanças são significativas pelo cuidado gráfico que as histórias estão tendo, juntamente com as novas histórias que estão sendo contadas.
Eu acho que o que você está vendo é um cuidado real com a interpretação visual dos personagens – não apenas no nível das histórias. Eu acho que é isso que está me intrigando. Muitas vezes, você pode mudar o direcionamento de um personagem, mas você ainda terá o visual que combina com o que veio antes. Aqui, você vê algumas divergências bem dramáticas no estilo e no visual dos personagens e eu acho isso intrigante. Porque está claro que a audiência está mudando, e nós precisamos mudar com ela. O que me atrai pode não atrair os novos fãs que estão chegando. A meta é tentar atrair o máximo de pessoas possíveis, e construir a partir das coisas que acreditamos ser nossos pontos mais fortes.

Arte promocional de "Convergence".

Falando de Convergence, DiDio disse que o sucesso comercial do evento surpreendeu, porque o evento era tratado como uma “carta de amor” aos fãs de longa data. Ele se disse muito satisfeito com a mensagem que o evento passou, considerando a atual situação da editora.
Com Convergence, eu estava esperando atingir a maioria dos nossos fãs. Nós considerávamos uma carta de amor à nossa base de fãs e esperávamos que soasse assim. Esperávamos que pessoas tivessem a chance de ver os personagens e interpretações das quais elas se lembrassem, de maneiras que eles se sentissem representadas apropriadamente, em histórias que tivessem um bom senso de encerramento; ou senso de exposição do personagem. Estou de dedos cruzados para que todos sintam que foi um evento que valeu a pena e espero que eles tenham renovado o senso de excitação em relação à DC depois disso. Também personifica o fato de que a DC foi mudando com o passar dos anos. É o que estava dizendo. O fato de que estamos mudando agora, mais uma vez, é apenas uma extensão do que já fizemos – e esperamos que, com esse nível de entendimento, eles sejam capazes de subir à bordo e olhar para esses novos direcionamentos do personagem, e se empolgarem com eles agora, da mesma forma como eles fizeram na primeira vez que leram as interpretações anteriores.

Quando questionado sobre o significado do fim de Convergence, em que todos presumiram que todas as linhas cronológicas já publicadas pela editora foram validadas, DiDio colocou essa linha de pensamento em dúvida.
Foi como você interpretou? Eu acho que o que é divertido é esse debate que está sendo criado nesse momento entre os fãs. Como um fã de muito antes de ter me juntado à DC, ninguém nunca esteve lá para me explicar as histórias. Nós íamos e tentávamos entender o que era. Eu acho que o que você vai ver no futuro das histórias que irá ajudar a trazer um nível de esclarecimento. Mas, de onde estamos agora, eu adoro ver o debate. Eu amo ver a empolgação das pessoas tentando descobrir e dar um sentido, para as coisas que estão vendo, o que pode ser e o que pode não ser.

Finalmente, DiDio afastou, temporariamente, a ideia de publicar títulos com as linhas temporais abordadas nos tie-ins de Convergence, afirmando que não há vantagens em manter os olhos no passado da editora.
Eu sempre acho que nós devemos olhar para frente. Eu me apego à isso fortemente. Acho que temos que estar olhando para o futuro. Ao invés de olhar para o que fizemos no passado, eu acho que temos que abraçar para aonde estamos indo e o que as coisas podem se tornar no futuro de nossos títulos e personagens. Não querendo descartar nada, mas sendo realista, eu estou mais empolgado sobre onde podemos ir do que sobre onde estivemos. Foi uma bela chance de rever a todos, mas acho que, depois de um tempo, você quer começar a ver novos caminhos e o que pode ser feito de novo. É bem claro quando você vê o que está acontecendo, não apenas com a DC, mas com outras editoras – novas ideias, novos direcionamentos. Desde que elas se mantenham leais às interpretações dos personagens e mantenham seu núcleo reconhecível, eu acho muito importante que sejamos modernizados, atualizados e nos tornemos contemporâneos, olhando para o futuro. É isso. Você ficaria surpreso mas, no geral, o que você toma como passado é algo totalmente pessoal. E nunca será puramente experimentado quando você retorna a ele. É muito melhor manter isso vivo na memória e continuar olhando para o futuro.


Fonte: Terra Zero

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