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Análise do Planeta Marvel: Capitão América - O Ódio se Chama Sangue (Salvat)

Veja a análise do Planeta sobre Capitão América – O Ódio se Chama Sangue, lançado pela Salvat.


Trata-se de todo o material produzido pelo roteirista Roger Stern em parceria com o desenhista John Byrne no início dos anos 80 entre as edições 247 a 255. Foram nove edições basicamente divididas em três arcos curtos e mais duas histórias individuais.

O primeiro arco envolvendo as edições 247 a 249 mostra Steve Rogers tendo problemas com lapsos e lembranças antigas de memória, e busca a ajuda da SHIELD. Ele e Dum Dum Dugan conseguem recuperar alguns pertencem antigos do Capitão e este acaba se lembrando de que passou por implantes de memórias antes de se unir aos Invasores caso fosse capturado pelo inimigo.
O Capitão ainda tem de enfrentar o Barão Von Strucker (na verdade, um robô) e o Homem-Dragão, todos enviados por Mecanus, cuja história e seu verdadeiro e dramático motivo de ter atacado e atraído o Sentinela da Liberdade é revelada. Será que até mesmo uma programação tem o direito de decidir entre a vida e a morte?
Temos a introdução de Bernie Rosenthal que terá uma grande e longeva participação na vida do herói, e um ponto interessante foi a forma como o escritor detalhou a construção do robô Strucker com apenas o conhecimento e a tecnologia limitadas para a época, isso mostra que a simplicidade nos roteiros não é necessariamente uma falta de habilidade ou conhecimento, mas do contexto da época.

O segundo arco envolve as edições 251 e 252. Batroc livra Mr. Hyde da prisão com a promessa de receber uma recompensa, mas é enganado e obrigado a formar uma parceria com Mr. Hyde. Eles sequestram um navio tanque das Indústrias Roxxon e exigem um resgate de 1 bilhão de dólares, além de um refém – o Capitão América. Na verdade, a escolha do refém foi ideia de Batroc que esperava que o Capitão derrotasse Hyde como uma forma de se vingar por ter sido enganado. Quando Hyde deixa claro seus planos para explodir Nova York com o navio tanque, o código de honra de não matar de Batroc fala mais alto e ele ajuda o Capitão América a derrotar o poderoso e insano vilão.
Um arco simples que não traria nada de interessante, não fosse pela inusitada parceira entre o Capitão e Batroc.

O terceiro arco envolve as edições 253 e 254. Algumas mulheres estão sendo atacadas em Londres e tudo leva a crer que se trata de um estripador. Mas Lorde Falsworth, o primeiro e aposentado Union Jack tem certeza de se trata de seu irmão – o suposto falecido Barão Sangue. Ele pde ajuda do Capitão América que vai à Londres para ajudar e acaba enfrentando um combate mortal o Barão Sangue.
Bons momentos nesse curto arco onde vemos uma parte importante da vida do Capitão nos dias em que ele atuou ao lado dos Invasores, a importância do legado, a trama elaborada pelo Barão Sangue e os confrontos mortais. Vale a pena a leitura.

A edição 250 traz à tona uma questão interessante na vida do Sentinela da Liberdade. Ele se vê envolvido num esquema de eleições e acaba sendo convidado a concorrer para Presidente dos EUA! Uma história que mergulha fundo nas motivações e na própria essência do personagem, onde ele se confronta com um difícil dilema. Ver as opiniões de seus próprios amigos vingadores e seu discurso final mostra o quão bem o roteirista entende a existência do herói.

Esse profundo conhecimento ficou evidente também na edição 255 que fecha o encadernado. É a história de origem do Capitão América contada a partir de informações contidas num dossiê sobre o projeto Operação Renascimento. Trata-se de uma história bem conhecida dos fãs do herói, mas foi contada de uma forma bem detalhada mostrando até mesmo as primeiras missões do Capitão.

Um encadernado imperdível que é nitidamente feito com muito carinho pelos criadores. Personagens tradicionais, tanto heróis quanto vilões são utilizados, o sentimento patriótico do herói é colocado à prova, seu modo de encarar o certo e o errado, o fato dele ser um bom desenhista o leva a trabalhar numa agência publicitária, seus relacionamentos pessoais são afetados pelo seu trabalho como herói, mas também pelo fato de ser um “homem fora de seu tempo”, enfim, um trabalho curto, mas consistente e de qualidade.
Leitura obrigatória.


Por Roger

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6 Comentários

  1. Roger, eu tenho esse material quando saiu pela Panini no Os Maiores Clássicos do Capitão América. Sou fã de longa data do John Byrne e a reunião dele com Roger Stern nesse arco é clássico, material recomendado para todos os leitores e obrigatório para fãs do Capitão. Gostei do review e a última história que homenageia a vida do Capitão é muito legal. Pena que a parceria dos dois não foi mais adiante. Abraços.

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    1. Também sou grande fã do John Byrne, mas tem uma coisa que eu notei quando ele assume os roteiros (não é esse o caso aqui). Por exemplo, na Tropa Alfa, Hulk e Quarteto, toda vez que ele "saiu" do título, deixou a história inacabada. Acho que aconteceu a mesma coisa com o Namor também, se eu não me engano.

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    2. Exatamente, Roger, ele costuma deixar os personagens em algum ponto X para outra equipe continuar. Inclusive, se não me engano, essa fase do Namor com John Byrne estará em uma coletânea de capa vermelha da Salvat.

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    3. Também vi algo a respeito sobre o encadernado da "capa vermelha" do Namor com as primeiras edições dessa fase do Byrne. Me lembro dela em Grandes Heróis Marvel em formatinho. Com relação ao Byrne, acho que para colecionadores mais radicais que gostam de comprar por causa de autores, deve ser meio ruim esse "método" que o Byrne usa, "largando" seus títulos para o próximo escritor. Passa a impressão de que ele cria várias tramas, mas não sabe como encerrar. De qualquer forma, torno a frisar - John Byrne é um dos mestres, sem dúvida. Só citei essa "característica" pois acho meio estranho.

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  2. O Capitão lutando o Hyde seria interessante. Faria minha criança interior vibrar.

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    1. E foi de arrasar mesmo Ozy. A luta entre ele e o Barão Sangue também. Uma coisa boa das HQs antigas é que davam bastante ênfase às lutas e em como os heróis precisavam pensar em estratégias para vencê-las. Já que os roteiros em si eram mais simples em termos de desenvolvimento, os embates eram mais apresentados.

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