Como foi mostrado na edição 6, que encerra o primeiro encadernado, Milagre e Barda estão invadindo o palácio do governante de Nova Gênese, depois de arrasar com a escolta que o levaria para sua execução como foi decretado pelo atual Pai Celestial, Órion. Mais uma vez a arte de Mitch Gerads é o diferencial na sequência que vemos nas páginas dessa edição, uma sucessão de quadros mostrando o passo a passo do casal conversando sobre os futuros planos para suas vidas enquanto derrubam guardas e armadilhas é algo meio “Sr. E Sra. Smith” em quadrinhos, não creio que outro desenhista teria conseguido o mesmo efeito.

O tempo passa e a guerra Nova Gênese – Apokolips segue mais sangrenta do que nunca. Scott e Barda se alternam entre cuidar do bebê e lutar nos campos de batalha, pior para o Senhor Milagre que é o atual líder de Nova Gênese e comandante dos exércitos, King criou um cenário sinistro e irônico, imagina o cara ligando para casa para saber sobre o filho estando coberto de sangue e tendo os ferimentos sendo remendados ao mesmo tempo? Acho que o roteirista colocou aqui um pouco das experiências que teve conhecimento nos seus tempos de agente antiterrorismo, sobre combatentes que procuram saber sobre suas famílias enquanto estão em ação, temendo o momento em que poderão ser abatidos e não voltarem para casa.

O ponto alto do arco final da minissérie acontece quando Apokolips entrega sua proposta para encerrar o conflito: Darkseid entrega os segredos da famosa Equação Antivida e retira suas forças do campo de batalha em troca da custódia do filho de Scott Free e Barda. Lembrando que o próprio Scott foi entregue a Darkseid pelo Pai Celestial como uma troca para um cessar fogo no passado, Órion foi para Nova Gênese sendo criado em seu lugar. O casal de heróis cresceu naquele inferno e a possibilidade de entregar seu primeiro filho para aquele mundo de horrores, mesmo que seja para encerrar a guerra, cai como uma bomba entre eles. Pensando como estrategistas é racional, como pais é inconcebível.
Terminando a leitura dessa minissérie sensacional e (se me permitem o trocadilho) escapista, fica a certeza de que o mundo dos quadrinhos não possui limites para a criação de sagas, basta esquecer os limites do convencional e abraçar as possibilidades.
Não se esqueçam:
Darkseid É